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R$990 mi de debêntures de infraestrutura serão lançados por construtora

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Bolognesi, construtora e geradora de energia, planeja financiar cerca de 15 por cento do seu projeto de 6,6 bilhões de reais de construção e operação de duas térmicas –em Rio Grande (RS) e em Pecém (CE)– por meio de debêntures de infraestrutura, afirmou nesta quinta-feira o presidente-executivo da companhia gaúcha Paulo César Rutzen.

“A janela de início de obra é até dezembro”, afirmou Rutzen a jornalistas após apresentar uma palestra em seminário de sobre gás natural no Rio de Janeiro. “Até setembro tem que estar estruturada a questão financeira, estamos bem adiantados.”

Rutzen disse que a empresa também tem a opção a venda de ativos e de participação nos projetos para levantar os recursos para a construção das térmicas.

Ele disse que está em negociação para vender 10 por cento dos dois projetos para o IFC, instituição do Banco Mundial de fomento do desenvolvimento. Algum fundo de investimento em participações (FIP) também poderá ter uma parcela dos empreendimentos, acrescentou.

No fim, segundo o executivo, os sócios do projeto deverão ser a Bolognesi e o FI-FGTS, por meio da empresa Hidrotérmica, o IFC e “um eventual FIP”. Rutzen também não descarta a participação de outros investidores.

“Nossa estrutura de equity está robusta na representação, a gente tem todas as fontes de equity maiores do que a necessidade do projeto, então a gente vai dosar maior participação, menor participação, de acordo com os nossos recursos e com os aportes que a empresa vai fazer”, afirmou o executivo.

A venda de ativos será apenas uma das alternativas a serem estudadas para que a empresa “não fique curta de equity”, afirmou o executivo.

A Bolognesi tem licenças, desde o ano passado, para construir e operar as duas termelétricas movidas a gás.

Dos 6,6 bilhões de reais de investimentos previstos, 2,2 bilhões de reais serão de capital da empresa e dos seus sócios e outros 4,4 bilhões de reais virão de financiamentos, com BNDES, Eximbank dos Estados Unidos e debêntures de infraestrutura.

Rutzen destacou o desafio de equacionar a parte financeira dos projetos, com o atual cenário de juros altos do país.

“A taxa Selic está quase 14 por cento ao ano, hoje investir em infraestrutura é complicado. Temos um problema de capital no Brasil”, afirmou o executivo.

QUEBRA DE MONOPÓLIO

Durante sua apresentação, o executivo destacou o diferencial dos dois projetos traçados para as duas térmicas no Brasil e disse que o nome do fornecedor de gás natural liquefeito (GNL) para ambos os projetos será anunciado até o fim de julho.

O nome do fornecedor de GNL é aguardado com curiosidade pelo mercado, já que poderá quebrar o quase monopólio do mercado de importação de gás detido pela Petrobras há mais de uma década.

“Estamos há três anos em negociação com vários players, a gente não chegou agora para correr atrás de supridor de GNL porque seria uma irresponsabilidade”, afirmou Rutzen. “É complexa a negociação de GNL.”

A companhia optou por importações de GNL em vez do suprimento pela Petrobras, que fornece para quase a totalidade das termelétricas brasileiras.

O contrato, que será fechado com apenas um fornecedor, será para 25 anos de suprimento de GNL, acompanhando o período da licença para geração de energia das duas unidades.

Segundo o executivo, o contrato de suprimento de GNL está com as condições comerciais definidas e aguardando aprovação da direção do supridor. Rutzen adiantou apenas que o fornecedor está entre os maiores do mundo.

 
Fonte: DCI

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