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Empresas que geram energia podem vender sobras para sistema nacional

As empresas que produzem a própria energia agora vão poder vender o que sobra para o sistema nacional.

Ainda que houvesse um apagão em São Paulo, uma esquina na zona sul seria um ponto de luz na cidade. Os prédios não dependem da rede pública. No subsolo, gás vira energia elétrica que sobe para os escritórios e energia térmica que abastece o ar condicionado central. É a cogeração a gás, que está entre as fontes mais baratas e menos poluentes da matriz energética nacional.

A usina funciona três horas por dia. É o suficiente para abastecer quatro torres do complexo industrial, ou seja, ela tem uma capacidade ociosa de 21 horas. O Ministério de Minas e Energia acaba de aprovar uma portaria que permite que autogeradores vendam o que sobra de energia para o governo para fazer parte do Sistema Integrado Nacional. Energia que vai sair das empresas que produzem a própria energia para qualquer lugar do Brasil.

O diretor da empresa responsável pela instalação da usina no complexo comercial diz que a medida do governo aumentou o interesse de investidores na autogeração.

“A ideia é que a gente consiga reduzir um pouco essa expectativa de retorno do investimento de sete para cinco anos”, explica Nelson da Silva, diretor-presidente da Ecogen do Brasil.

Gás para novos projetos não falta, garante o diretor de uma das maiores distribuidoras do país.

“Se você levar em consideração as três principais distribuidoras do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, nós temos hoje um excedente de oferta de 3 milhões de metros cúbicos/dia, o que seria suficiente para produzir projetos da ordem de 600 megawalts, em um curto prazo”, diz Sérgio Luiz da Silva, diretor de planejamento e suprimento da Comgás.

É energia para abastecer uma cidade como Belo Horizonte, menos de 1% do consumo do Brasil, mas esse especialista em energia explica que na crise, isso faz diferença.

“Com isso, então, nós aumentamos o colchão que nos protege porque os próximos meses serão meses secos e o período de chuva está acabando agora e os reservatórios estão baixos”, aponta José Goldemberg, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP.

 

Fonte: G1

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