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Entenda a crise no setor elétrico

O nó vivido atualmente pelo setor elétrico, um dos grandes motivadores da redução da classificação do Brasil pela agência de risco “Standard& Poor’s”, é uma combinação de três grandes problemas: interferência política, falta de chuvas e atrasos em investimentos. Ninguém sabe ainda, ao certo, qual será o tamanho do rombo no setor. Embora o governo fale em R$ 9 bilhões, há quem diga que a conta pode superar os R$ 21 bilhões, algo semelhante ao orçamento do “Minha Casa, Minha Vida”, programa “xodó” da presidente Dilma Rousseff, ou o suficiente para bancar dez meses do Bolsa Família.

O problema começou em meados de 2012, quando o governo decidiu forçar uma queda no preço da energia elétrica para famílias e empresas. A redução perseguida era de 20% e seria obtida com a antecipação da renovação das concessões das empresas do setor elétrico, que teriam maior prazo para atuar em troca de uma queda nos preços. Três grandes empresas estatais estaduais (Cesp, Cemig e Cepal, coincidentemente de três estados administrados pela oposição ao governo federal) não aderiram ao polêmico programa, mas o governo decidiu, mesmo assim, manter o patamar de redução perseguido, o que iniciou o processo de subsídios no setor.

Em 2013, o país começou a sofrer falta de chuvas e aumento de consumo – grande parte deste aumento incentivado pelo próprio governo com o preço da tarifa menor, com a redução de tributos sobre eletrodomésticos e com o programa “Minha Casa Melhor”, que visava equipar de eletrodomésticos as residências do “Minha Casa, Minha Vida”.

 

 

Para piorar, diversas obras do setor elétrico estão atrasadas e há casos, inclusive, de geração eólica em funcionamento, mas que não atenden ninguém por falta de linhas de transmissão. Segundo especialistas, as obras emperradas poderiam abastecer até 25 milhões de pessoas, ou 12% da população nacional. Para dar conta da demanda crescente, o governo decidiu ampliar o uso de usinas termelétricas, que tem custo de geração de energia mais caro que o das hidrelétricas. Pelas regras do setor, os desequilíbrios entre os custos e os valores obtidos pelas empresas são equalizados no ano seguinte.

Porém 2014 começou com mais problemas: a estiagem ficou mais forte e os reservatórios de algumas hidrelétricas chegaram aos piores índices desde o racionamento de 2001. Assim, a conta das termelétricas, que já era alta, só fez aumentar: atualmente, quase toda a capacidade disponível deste tipo de energia está em operação. E o governo decidiu não repassar aos consumidores as contas do setor de 2013 devido ao impacto impopular desta medida em ano eleitoral. Para especialistas em contas públicas, este rombo inviabiliza o cumprimento da meta de superávit do ano, de 1,9% do PIB, por si só considerada baixa, inferior à esperada pelo mercado, de 2,1% do PIB e muito aquém dos superávits da década passada, próximos de 3% do PIB. E, fontes do setor, lembram ainda que, mesmo com tudo isso, não está descartado um racionamento, pois os níveis dos reservatórios seguem baixos e o consumo continua crescendo, como fez no verão com a onda de calor recorde no país.

Fonte e Agradecimentos:  http://oglobo.globo.com/economia/entenda-crise-no-setor-eletrico-11977540#ixzz2xPqQyV00  

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