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Nova estação da Sanasa vai produzir 60 litros de água de reúso por segundo

Imagem Ilustrativa

A Estação Produtora de Água de Reúso Boa Vista (EPAR Boa Vista), da Sanasa, foi inaugurada oficialmente na sexta-feira, 23, no Polo I de Alta Tecnologia de Campinas, na altura do km 144 da Rodovia D. Pedro (SP-65).

Mais de 55 mil pessoas de 30 bairros serão beneficiados com a nova estação, que começa a operar com capacidade total a partir de setembro. Com esta unidade, Campinas será a primeira cidade com mais de 1 milhão de habitantes a ter 100% da capacidade instalada para tratamento de esgoto.

A obra é vista como modelo para o país, que debate atualmente no Congresso Nacional mudanças na política dos recursos hídricos.

A EPAR Boa Vista terá capacidade para tratar 180 litros de efluentes e produzir 60 litros de água de reúso por segundo, utilizando a tecnologia de membranas ultrafiltrantes. Essa tecnologia resulta em uma água de excelente qualidade, podendo ser aproveitada como água de reúso com 99% de pureza. Com a entrada da estação em operação, a ETE Vó Pureza será desativada.

O investimento na obra foi de R$ 68,5 milhões, sendo R$ 46 milhões financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, via Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). Os restantes R$ 22,5 milhões foram disponibilizados como contrapartida pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa).

O trabalho foi executado pelo consórcio formado pelas empresas Enfil e Augusto Velloso, escolhido por meio de licitação internacional. A obra teve início em 1º de março de 2016 e a unidade foi construída em uma área de 90 mil m². A estação entrou em operação teste no final de agosto do ano passado.

O evento de inauguração contou com a presença do prefeito de Campinas, Dário Saadi; do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; do presidente da Sanasa, Manuelito Pereira Magalhães Júnior; do ex-prefeito Jonas Donizette e do ex-presidente da Sanasa, Arly de Lara Romeo, atual secretário de Habitação de Campinas.

Para destacar a importância da estação, o ministro Marinho afirmou que a água deve ser bem tratada porque é essencial e que a obra deve servir como exemplo para outras partes do país. “A água é maltratada em um país que tem 12% das reservas hídricas de água doce do mundo. Temos centenas de milhares de quilômetros de rios poluídos. Temos bacias hidrográficas antropizadas, mal-utilizadas”, exemplificou.

Marinho fez questão de valorizar a água. “Nós, como povo, tratamos mal ao longo dos anos o nosso principal insumo. Por conta da água, o Brasil é hoje um dos maiores exportadores e produtores de alimentos do mundo, que alimenta bilhões de habitantes no planeta. A água é que gera proteínas, grãos, tecidos e tantos outros produtos. É a água que permite esta condição favorável na agricultura e agronegócio. É o nosso legado para o futuro, para os filhos e netos”, comentou.

Dário destacou que, além de beneficiar 55 mil pessoas, a estação vai melhorar muito a qualidade da água do Ribeirão Boa Vista, onde ocorre o despejo. “A tratada nesta estação sai em excelentes condições. Isso é fundamental para a saúde e o meio ambiente”, comentou.

O prefeito reforçou a necessidade da adoção de medidas que ampliem a sustentabilidade. “O importante, em nossa missão de governo, é ter sempre o desenvolvimento sustentável. Os recursos naturais estão se esgotando no Brasil e no mundo. Esta política adotada por Campinas, que faz co que a cidade tenha capacidade de tratar 100% do esgoto e devolver a água de reuso com 99% de pureza, é fundamental para que uma metrópole de mais de 1,2 milhão de habitantes tenha a sustentabilidade em seu eixo principal de desenvolvimento”, afirmou.


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Donizette

O ex-prefeito Jonas Donizette, que foi um dos responsáveis pela atração de investimentos para a construção da EPAR Boa Vista, afirmou que na sua administração realizou duas grandes obras de saneamento na cidade, a estação Nova América, na região do Aeroporto de Viracopos, e a que foi inaugurada ontem. “Com isso, Campinas será a primeira cidade com mais de um milhão de habitantes a ter 100% da capacidade instalada para tratamento de esgoto. Isto ajuda muito na qualidade de vida. É uma obra que fica debaixo da terra, não aparece, mas que melhora a vida da população. Esgoto tratado e água limpa é meio ambiente preservado”, sentenciou.

Arly de Lara, que também foi um dos agentes para a realização da obra, destacou a importância da obra. “Campinas se torna a capital do saneamento. A estação coloca a cidade como primeiro município de grande porte na vanguarda na área do saneamento, que representa saúde e qualidade de vida. Sem saneamento não existe saúde pública”, destacou.

Outras Estações

Além da inauguração oficial da estação, o Ministério do Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria Nacional de Saneamento, assinou a liberação de recursos de R$ 243 milhões para obras de modernização de duas estações de tratamento de esgoto de Campinas, a Anhumas e a Samambaia-Capuava, da Sanasa, que poderão também adotar a tecnologia do reuso da água.

Manuelito Magalhães Júnior, presidente da Sanasa, afirmou que estas obras vão ampliar a tecnologia de reúso de água na cidade, chegando a 70% da produção com esse sistema. “Com estes recursos, vamos fazer a reforma das estações Anhumas e Capuava. Com a obra na Anhumas, será ampliado o tratamento do esgoto da cidade e, com isso, a utilização da água de reúso nos processos industriais. Na Capuava, vamos fazer uma reforma que vai atender não somente Campinas, mas também Valinhos. É um passo importante na regionalização, para que a população seja melhor atendida em saneamento”, considerou.

Magalhães Júnior destacou a qualidade ambiental para população. “É a liberação de um financiamento importante para melhorar a qualidade de vida da população. Este investimento será fundamental para garantir o saneamento e ampliar a qualidade ambiental”, disse. Juntas, as estações garantirão importantes melhorias para a população, como tornar o Rio Atibaia mais limpo. As obras serão licitadas neste ano e serão executadas em até cinco anos.

Fonte: Correio RAC.

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