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Proibido regar o jardim para 30 milhões de britânicos

Imagem Ilustrativa

Os ingleses são uma “nação amante de flores”, disse George Orwell em O Leão e o Unicórnio, o melhor ensaio escrito até hoje sobre o personagem britânico. Não por causa de um senso particular de estética, mas por causa de sua paixão por hobbies e privacidade doméstica. A seca e as ondas de calor que o Reino Unido sofreu neste verão, como resultado das mudanças climáticas, passaram a arruinar a vocação de jardinagem de um país pouco acostumado à regar.

As principais companhias de água do Reino Unido restringiram o consumo para conter o declínio de suas reservas causada pela seca

A Thames Water (TW), empresa que abastece 15 milhões de consumidores na cidade de Londres e em todo o Vale do Tamisa, no sudeste da Inglaterra, já aderiu, a partir das 0h desta quarta-feira (24), à proibição imposta por outros distribuidores de água para irrigar jardins, lavar carros ou encher piscinas. Quando a Yorkshire Water, outro fornecedor de água, aderir às restrições na sexta-feira (29), 29,4 milhões de cidadãos britânicos serão prejudicados pelo racionamento. Aqueles que não respeitarem as restrições estão expostos a multas de até 1.000 libras (1.184 euros, na taxa de câmbio atual).

O mês de Julho foi o mais seco do país desde 1885, com temperaturas chegando facilmente aos 40 graus Celsius. O Tâmisa está no menor nível desde 2005, embora a demanda por água esteja entre as mais altas em décadas. Atualmente, a TW fornece cerca de 3 milhões de m3 por dia, com aumentos de até 50% em relação às outras épocas do ano. A empresa aspira, com as restrições impostas, reduzir de 150 para 100 o número médio de litros que cada um de seus usuários consome durante um dia.

Vazamentos de água

As boas palavras e as boas intenções das empresas têm entrado em conflito com clientes que observam uma clara contradição entre a demanda por austeridade e os prejuízos  causados por infraestruturas desatualizadas e pouca despesa em sua manutenção. De acordo com os cálculos da própria TW, 635 milhões de litros são perdidos todos os dias devido a vazamentos que precisam de ações e reparos. O governo já multou a empresa em mais de oito milhões de euros, depois de ser considerado culpado de despejar esgoto em rios e oceanos. Só na cidade de Oxford, mais de 3.000 peixes foram encontrados mortos.

“Impor uma proibição temporária ao uso de água aos nossos clientes tem sido uma decisão difícil de tomar. Depois de vários meses de chuva abaixo da média anual e temperaturas extremas em julho e agosto, os recursos de aquíferos da nossa região sofreram uma séria redução”, tentou justificar Sarah Bentley, diretora executiva da TW, na qual uma chuva de críticas caiu quando se tornou público que no ano passado ela cobrou um bônus de quase 3.000 euros. “Apesar de investir para lançar o maior programa de redução de perdas de água do Reino Unido, a demanda dos consumidores está em níveis sem precedentes, e devemos avançar para uma nova fase de nosso plano anti-seca para conservar água, mitigar riscos futuros e garantir a oferta“, disse Bentley.

O sindicato GMB, o majoritário da empresa, diz que os atuais vazamentos de água que ocorrem todos os dias equivalem a uma pessoa mantendo a mangueira aberta, a jato cheio, por 73 anos seguidos.

Apesar das fortes chuvas e inundações em partes do Reino Unido na última semana, a Agência do Meio Ambiente continua a alertar que ainda levará várias semanas para restabelecer as reservas e acabar com a emergência da seca. Apesar de a água abundante ter caído novamente na região de Londres na quinta-feira, no nordeste da Inglaterra as chuvas de agosto não atingiram nem 12% da média anual. No sul e sudeste, nem uma única gota caiu.

A oposição trabalhista culpa o que aconteceu em anos de privatização e negligência dos recursos públicos pelos governos conservadores. “Mais de 600 milhões de litros perdidos todos os dias, e dividendos para os acionistas no valor de 44 milhões de euros. Precisamos urgentemente da Água do Tâmisa de volta em mãos públicas”, escreveu a deputada Diane Abbot no Twitter.

Traduzido e adaptado por : Flavio H. Zavarise Lemos

Para Portal SB

Fonte: Prohibido regar el jardín para 30 millones de británicos | Clima y Medio Ambiente | EL PAÍS (elpais.com)

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