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Construções sustentáveis: estudo de caso museu do amanhã

Resumo

O artigo cita as alternativas de sustentabilidade adotadas no Museu do Amanhã que propõe em seu formato e no projeto a preocupação com o futuro. Os principais destaques são a captação de água da chuva, o aproveitamento da água da Baía de Guanabara na refrigeração da edificação, o reuso de água, e geração de energia a partir de painéis fotovoltaicos móveis na cobertura. O cuidado permanente durante as obras garantiu a Certificação LEED Gold, permitindo que as medidas sustentáveis adotadas fossem positivas não só para o meio ambiente, mas também para a comunidade ao redor, já que as atividades seguiram rigorosas metas que incluíram uso de materiais atóxicos e biodegradáveis no seu interior, organização e limpeza durante os processos, elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos, uso de materiais regionais e com certificação que indicam o manejo florestal adequado. A partir dos projetos implementados e das execuções previstas à estrutura do Museu, objetiva-se com esse trabalho que haja início de certa padronização relativa às demais construções que venham a ser instaladas no Rio de Janeiro, com intuito de garantir maior eficiência energética acompanhada de considerável redução do consumo de água das operações e consequente ganho em custos operacionais.

Introdução

O Museu do Amanhã (MDA), localizado no Pier Mauá, região portuária da cidade do Rio de Janeiro, ocupa uma área de 30 mil m², incluindo a ciclovia, área de lazer e os espelhos d’água. O projeto arquitetônico é assinado pelo arquiteto espanhol Santiago Pevsner Calatrava Valls, conhecido por atribuir status às cidades onde há obras de autoria dele, como na Lakeland, Florida Polytechnic University, nos Estados Unidos da América.

A proposta do museu é propor um “ambiente de ideias, explorações e perguntas sobre a época de grandes mudanças em que vivemos e os diferentes caminhos que se abrem para o futuro. O Amanhã não é uma data no calendário, não é um lugar aonde vamos chegar. É uma construção da qual participamos todos, como pessoas, cidadãos, membros da espécie humana” [1]. Portanto, o Museu do Amanhã é um espaço diferenciado com o objetivo de transformar a paisagem, trazendo para os visitantes uma integração com a cidade, com o novo e como o nome sugere, traz como uma ideia de construção do futuro.

O Museu foi concebido através de parceirias entre Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e outras entidades, como a Fundação Roberto Marinho (FRM), o banco espanhol Santander, o BG Brasil, da Secretaria Estadual do Ambiente e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do governo federal. O Consórcio Porto Novo formado pelas empresas Odebrecht Infraestrutura (líder EPC), OAS e Carioca foi responsável pela execução do projeto do museu, que foi inaugurado no dia 17 de dezembro de 2015.

A edificação se insere na proposta o que integra a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio, instituída pela Lei Complementar nº 101, de 2009. Esta Lei propõe a modificação do Plano Diretor, autoriza o Poder Executivo a instituir a Operação Urbana Consorciada da Região do Porto do Rio e dá outras providências. Em seu art. 2, essa lei estabelece que a “Operação Urbana Consorciada tem por finalidade promover a reestruturação urbana da AEIU, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços livres de uso público da região do Porto, visando à melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores, e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da região.” [2]. O A AEIU – Área de Especial Interesse Urbanístico – é compreendida pela delimitação no mapa da figura 1, onde o museu está destacado.

Conforme a Lei Complementar 101,2009 informa, é necessário que a reestruturação da área do porto seja baseada na sustentabilidade ambiental e socieconomica e, portanto, todos os projetos da região devem ser executados para implementar melhorias das condições ambientais através da ampliação das áreas verdes, da arborização, da capacidade de absorção e escoamento das águas pluviais e da priorização do sistema de transportes com uso de energias limpas. Continuando nessa mesma esfera ambiental, propõe ainda “limitar o desperdício energético e de água, estimular o uso de energias limpas (solar, eólica ou célula combustível) e promover o aproveitamento das condições naturais de iluminação e ventilação, telhados verdes ou reflexivos de calor, o reaproveitamento de águas pluviais e servidas, a utilização preferencial de insumos ambientalmente certificados; visando a sustentabilidade ambiental e a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEEs).” [2].

Além disso, o MDA faz parte de um conjunto de medidas adotadas almejando a melhoria da mobilidade urbana da cidade. No âmbito socioeconômico, a instituição se transformou em um marco do turismo brasileiro e carioca, sendo um cartão postal da cidade e rota turística requisitada, similar a outros tradicionais pontos turisticos da cidade como o Pão de Açúcar e o Cristo Redentor.

O museu possui também a certificação LEED¹ (Leadership in Energy and Environmental Design), na categoria ouro concedida pelo U.S. Green Building Council (USGBC), ou conselho de construções verdes. Tais prêmios e certificações refletem todo um conjunto de medidas de sustentabilidade implementadas ao projeto desde sua concepção, passando por sua execução e até mesmo sua operação após entrrega.

A proposta do presente artigo é discorrer a respeito das características sustentáveis do Museu do Amanhã, ambrangendo a certificação LEED e as soluções adotadas no projeto para garantir sua sustentabilidade.

Autoras: M.Sc Natália de Sá Bragança; D.Sc Gisele Blak Bernat; M.Sc Rafaela de Paiva Mendonça e M.Sc Patricia Oliveira da Costa.

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