Fatbergs Sistemas Esgoto
Por Valdir Antonelli
Volumosos, pegajosos e um pesadelo para o sistema de esgoto de qualquer cidade. Os “fatbergs“, ou icebergs de gordura, estão a poucos metros de profundidade em quase todas as cidades do mundo e isso pode ocasionar problemas que, só agora, as autoridades (nem todas) começaram a se preocupar.
Esses monstros são formados por óleo de cozinha, gordura, restos de fraldas, lenços umedecidos, restos de perfume, remédios e todo tipo de material jogando inadvertidamente pelas pessoas nos esgotos, alcançando dimensões imensas e obstruindo as redes, afirma matéria do New Atlas.
A cidade de Nova York (EUA), segundo a prefeitura, por exemplo, gasta anualmente cerca de US$ 18,8 milhões (cerca de R$ 102 milhões) removendo fatbergs antes que eles causem problemas maiores. Em Londres (Reino Unido), em 2017, um gigantesco iceberg de gordura alcançou 250 metros de comprimento e 130 toneladas.
E, para desobstruir as redes de esgoto, além do dinheiro envolvido, é preciso monitoramento constante e mão de obra especializada.
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Para reduzir esse prejuízo, uma equipe de engenheiros da Universidade RMIT (Austrália) busca formas de reduzir esses acúmulos.
As causas principais para acúmulo de fatbergs são:
- Descarte inadequado de óleos e gordura;
- Mistura de águas residuais (projetos que não separam águas de pias e chuveiros das águas de sanitários);
- Descarte de itens não biodegradáveis, como lenços umedecidos, cotonetes, absorventes e outros materiais;
- Ausência de caixa de gordura que retenha a gordura antes que ela chegue à rede pública de esgoto.
Fatbergs Sistemas Esgoto
Para reduzir os resíduos que chegam às redes de esgoto, a equipe do RMIT desenvolveu um coletor de gordura ainda mais eficiente do que os sistemas atuais. Segundo o New Atlas, por fora, o projeto desenvolvido lembra um coletor normal, mas, internamente, traz uma “série de defletores físicos que diminuem o fluxo de águas residuais e separam partículas maiores de gordura”.
“Enquanto os interceptadores tradicionais removem apenas cerca de 40% da gordura, nosso sistema alcançou até 98% — mesmo quando testado com águas de cozinha reais”, diz a Dra. Nilufa Sultana, principal autora do artigo que descreve o sistema, publicado na revista ACS ES&T Water.
Ela também destacou que o sistema funciona em altas temperaturas e quando detergente de louça também fluía pelas águas residuais. Sultana explica que a tecnologia “pode ser adaptada a sistemas de gerenciamento de gordura existentes para cozinhas grandes e pequenas”.
Fonte: OD.