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Diagnóstico do gerenciamento de resíduos industriais e perspectivas de aplicação de economia circular: um estudo de caso em São Carlos-SP

 

Resumo

O modelo de crescimento econômico vigente apresenta genericamente caráter linear, pautado na extração de recursos naturais, fabricação de produtos, consumo exacerbado e descarte. Esta alternativa se apresenta cada vez menos sustentável, tanto por contribuir para escassez de recursos finitos quanto por aumentar as incertezas associadas aos negócios industriais, que dependem da oferta de recursos naturais para a manufatura de matérias-primas, componentes e produtos. Por outro lado, as indústrias têm de planejar ações e dispender recursos financeiros para o descarte adequado de resíduos, os quais muitas vezes são passíveis de reaproveitamento. Como alternativa à substituição do modelo linear, a economia circular tem sido vista como uma ferramenta que pode conter o esgotamento de insumos naturais e a intensificação da geração de resíduos sólidos, por meio da criação de fluxos circulares que recuperam e regeneram materiais. Tal ação resulta em benefícios econômicos, ambientais e sociais, contribuindo para atingir a sustentabilidade. Diante deste contexto, a presente pesquisa tem por objetivo avaliar a aplicação da economia circular no gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em uma indústria localizada no município de São Carlos-SP, a fim de verificar a circularidade dos resíduos gerados a partir das formas de destinação adotadas para eles, e ademais, propor sugestões para intensificá-la. Assim, esta dissertação pretende articular a temática de resíduos industriais com a economia circular. A abordagem metodológica utilizada baseou-se em um estudo de caso, desenvolvido em uma única unidade industrial. Os resultados da pesquisa indicaram que 81% dos resíduos gerados na indústria são encaminhados para estratégias de destinação que promovem a circularidade (reutilização, reciclagem e recuperação energética) e 19% para estratégia que não a contempla (disposição final). Constatou-se que 48% dos resíduos são enviados para reciclagem, 26% para recuperação energética e somente 7% para reutilização, apontando que esta última estratégia, embora seja a mais circular dentre as três, é a menos adotada. Os resultados permitiram aferir que o estabelecimento de fluxos circulares pode contribuir para criar oportunidades econômicas para a indústria e para reduzir o envio de resíduos para aterros sanitários, resultando no aproveitamento dos materiais por mais tempo e, portanto, na conservação de recursos. Ademais, notou-se alguns pontos cruciais para criação de fluxos circulares: integração e colaboração entre os agentes envolvidos nas cadeias circulares dos materiais; considerar todo o ciclo de vida do material no planejamento de ações; o nível de execução de práticas de economia circular depende do escopo de atuação da organização.

Autora: Isadora Mendes.

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