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Eletrobras se mantém seletiva em novos leilões

A Eletrobras deve seguir com uma postura mais seletiva para os leilões de energia neste ano, disse ontem o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Armando Casado, em encontro com investidores em São Paulo. Segundo ele, a companhia deve entrar em novos projetos, mas prioritariamente com uma participação minoritária em sociedades de propósito específico, de até 49% nos empreendimentos.

“Temos R$ 14 bilhões previstos para investimentos, com uma média de execução de 80%. Desses R$ 11 bilhões, muito diz respeito a investimentos em andamento, mas parte é para investimento em novos leilões”, disse o executivo.

No segmento de geração, Casado afirmou que a estatal deve participar dos dois leilões de energia de reserva marcados para agosto e novembro e voltados para as fontes solar e eólica. Questionado sobre a participação nos certames agendados para o fim deste mês – de fontes alternativas e A-5 -, ele foi mais evasivo. “Estamos avaliando, não temos definição quando a isso”, ressaltou.

No segmento de transmissão, o diretor disse que a Eletrobras vê com bons olhos o aumento no retorno dos projetos estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A taxa mínima de remuneração dos projetos passou de 5,5% para até 7,8%. “Isso traz preços mais realistas e maior atratividade e a Eletrobras, como um dos principais ‘players’ do setor, não pode ignorar esses fatores”, afirmou.

A estatal ficou de fora do último leilão de transmissão, realizado em janeiro. Na época, afirmou que estava passando por uma “fase de ajustes” e focada em tirar do papel uma série de projetos que estavam em atraso.

De acordo com Casado, neste ano, a Eletrobras pode participar do leilão do segundo bipolo de Belo Monte. A companhia já é minoritária no consórcio que levou o primeiro linhão, em parceria com a State Grid. O sócio no novo certame, no entanto, ainda será definido via chamada pública.

A empresa não trabalha com novas captações neste ano para conseguir levar à frente seu plano de investimentos. Segundo Casado, a Eletrobras prevê receber R$ 3 bilhões em indenizações por concessões de geração e transmissão que foram renovadas mediante redução de tarifas ainda neste ano. Segundo ele, essa primeira tranche de pagamentos já está reconhecida e o pagamento deverá ser feito até outubro.

Além desses reembolsos, a estatal tem R$ 2,5 bilhões em caixa, R$ 2,2 bilhões já contratados e R$ 2,9 bilhões em processo de contratação junto a bancos e investidores, suficientes para fazer frente aos investimentos de R$ 11 bilhões. “Não precisamos de novos recursos, já está tudo equacionado”, garantiu o executivo.

A estatal está pleiteando ainda mais de R$ 15 bilhões em indenizações, dos quais R$ 4,8 bilhões referem-se a projetos de geração e R$ 10,2 bilhões a empreendimentos de transmissão. Os valores excluem ainda os reembolsos previstos por Furnas, cujo laudo de avaliação dos ativos não amortizados ainda não foi entregue.

Segundo Casado, o recebimento dessas indenizações, que ainda precisam ser reconhecidas pela Aneel, não exclui o plano de venda de participações nas concessões de distribuição da companhia. “São duas coisas diferentes. Continuamos avaliando a venda das distribuidoras, mas dependemos do processo de renovação das concessões para conseguir levar esse plano à frente”, explicou.

Durante a apresentação aos investidores, o executivo concentrou esforços em garantir que a ausência de dividendos verificada em 2014 não deve ser uma constante para a companhia. No ano passado, a estatal teve prejuízo de R$ 3,03 bilhões e, pela primeira vez na história, não pagou proventos aos acionistas, já que até mesmo sua reserva estatutária para remuneração secou após três anos de perdas consecutivas. “Estamos com muitos pontos positivos e ações coordenadas que devem garantir o retorno do pagamento dos investimentos. Não posso afirmar que haverá efeitos já neste ano, mas estamos tendo melhoras nesse sentido”, afirmou.

 
Fonte: Valor Econômico

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