CCJ PEC Constituição Água Potável
Por Elisa Clavery
Por 28 votos a 11, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados deu aval na terça-feira (17) a uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que inclui, entre os direitos constitucionais, o acesso à água potável “em quantidade adequada para possibilitar meios de vida, bem-estar e desenvolvimento socioeconômico”.
A oposição, contudo, tentou impedir a votação da matéria por considerar que um dos dispositivos “fere” o marco legal do saneamento.
Ao analisar a proposta, o relator, Pedro Campos (PSB-PE), também foi a favor da admissibilidade de outras três PECs apensadas.
Uma delas proíbe a privatização da água, ao dizer que o recurso “é um direito humano essencial à vida e insuscetível de privatização”.
‘Fere de morte’
Contrário à PEC, o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) defende que, a proposta “fere de morte o marco legal do saneamento básico”.
“Nós aprovamos o marco legal, que vai facilitar a privatização, vai chegar mais água potável com investimento privado”, defendeu durante a sessão.
A análise na CCJ verifica apenas se as propostas atendem a requisitos legais e de normas internas da Câmara, mas não discute o mérito do texto. Ou seja, nessa fase não é possível fazer alterações de conteúdo.
CCJ PEC Constituição Água Potável
Em suma o relator afirma que o principal ponto da PEC, que é a garantia do acesso à água potável, não vai contra o marco do saneamento e “reforçaria o desejo dos parlamentares de que a água chegue até as pessoas”.
Então sancionado em 2020, o marco legal do saneamento prevê que até 2033 mais de 90% da população brasileira tenha acesso à água potável e a serviços de esgoto.
Contudo no início da gestão Lula, o governo publicou decretos favorecendo as empresas públicas e diminuiu as exigências de comprovação de capacidade financeira para os projetos – o que foi criticado por especialistas.
Portanto em uma derrota para o governo, em maio a Câmara dos Deputados derrubou as mudanças feitas pelo Executivo.
Contudo a partir de então, se iniciou um processo de negociação entre Legislativo e Executivo.
Em conclusão para não sofrer uma nova derrota no Senado, em julho o governo revogou os decretos e publicou outros dois, retirando alguns trechos.
Retirou o que permitia que empresas públicas assumissem, sem licitação, contratos em regiões metropolitanas ou microrregiões.
Fonte: G1.