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Daerp precisa investir R$ 1,2 bilhões em 20 anos

O Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) precisa investir R$ 1,2 bilhão no sistema de abastecimento do município pelos próximos 20 anos, alerta o Plano Municipal de Saneamento Básico. Caso contrário, o sistema pode não aguentar a demanda e a população sofrerá um colapso de falta de água em 2035.

O valor representa 5,5 vezes a receita total da autarquia prevista para 2015. Desse montante, R$ 172,3 milhões são considerados investimentos urgentes de curto prazo e devem ser aplicados até 2018. Já R$ 128 milhões devem ser desembolsados entre 2019 e 2022 e R$ 912,2 milhões nos 15 anos seguintes.

Praticamente metade do valor total é referente a uma Estação de Tratamento de Água (ETA) para captação de água no Rio Pardo. Entretanto, o Plano Municipal usou o valor defasado para a obra, de R$ 634 milhões, sendo que a previsão mais atual é de R$ 324 milhões. O restante está dividido em ampliação (R$ 291,1 milhões) e recuperação (R$ 287,4 milhões) do sistema.

Um dos grandes desafios é conseguir reduzir o percentual de perdas físicas.  Dado do Snis (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), aponta que o Daerp desperdiçou 25,05% do que produziu em 2013 -750 litros por segundo.

Entre os 956 municípios com gestão própria da produção de água no Brasil, o Daerp ocupa o 497º no ranking de menores perdas. Mesmo assim, a situação evoluiu: em 2008, o Daerp desperdiçava 50%.

A promotora do Gaema, Claudia Habib, quer que o Daerp reduza o percentual de perdas a 20% até 2019.
O Plano Municipal prevê R$ 95 milhões de investimentos, sendo R$ 33 milhões anos próximos três anos, para tentar reduzir as perdas. Entretanto, o relatório contrasta com os dados oficiais do próprio Daerp. Segundo o estudo, o percentual atual de perdas é de 30% e a meta é chegar a 28%. Questionada, a autarquia não se posicionou sobre a divergência.

Capacidade de produção vai até 2035, diz estudo

Segundo apontamentos do estudo, a capacidade atual do sistema de abastecimento de água de Ribeirão é suficiente apenas até 2035, caso a infraestrutura de captação e de distribuição continue a mesma pelos próximos 20 anos.

“Existe essa projeção, mas notamos que o poder público tem tomado medidas”, diz o engenheiro Andrés Oliveira Luna, autor da análise técnica que resultou na prévia do Plano Municipal de Saneamento Básico.

O sistema atual tem capacidade de gerar 11,82 bilhões de litros de água ao mês e a demanda é de 7,55 bilhões. No diagnóstico está previsto um consumo de 11,56 bilhões de litros ao mês em 2035 e de 11,89 bilhões em 2036. Luna aponta os desafios no abastecimento de água em Ribeirão: “a redução das perdas no sistema, a redução do consumo per capita, o aumento do sistema de reservação e a intensificação do programa de manutenção do sistema”. (Lucas Catanho).

Obras de R$ 68 mi vão começar

Na quinta-feira, o Daerp homologou a megalicitação licitação de R$ 68,4 milhões de recursos próprios, sem ajuda do Governo Federal, para melhorias do sistema. O projeto, da empresa Engepav Engenharia e Comércio, prevê que nos próximos 18 meses sejam construídos quatro reservatórios, 13 poços novos ou recuperados, substituídos 35 km de rede para evitar vazamentos e instalados 26 km de adutoras. Está prevista, também, a instalação de macromedidores em todos os poços. A tecnologia é considerada peça-chave para a autarquia saber quanto extrai do Aquífero Guarani. Além disso, o Daerp reforma reservatórios antigos. Somente com os serviços executados recentemente no Ipiranga, Alto da Boa Vista e Monte alegre, a autarquia diz ter economizado 140 mil litros de água por hora. O Daerp não informou sobre o plano de investimento a longo prazo.

 

Fonte: A Cidade

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