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Fundo de Investimento prepara aporte de R$ 10 bilhões

Em 2014, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) pretende realizar até R$ 10 bilhões em aportes para financiar projetos referentes a rodovias, portos, hidrovias, ferrovias, energia, saneamento e aeroportos; segundo nota divulgada pela Caixa Econômica Federal na terça-feira (15).

A projeção é baseada na necessidade de financiamento, estimada em R$ 200 bilhões, às empresas vencedoras de leilões de concessões oferecidas pelo governo federal.

Mais de cem projetos de infraestrutura estão sendo analisados. Para serem aprovados, esses empreendimentos terão de passar por uma análise minuciosa em oito instâncias.

A escolha de projetos segue as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador do FGTS. Elas incluem limites sobre o valor que pode ser comprometido em determinados setores (40% da carteira) ou um grupo econômico específico (30%).

Cada operação precisa ser autorizada por ao menos nove dos 12 membros do comitê de investimento, metade deles indicados pelo governo e os demais divididos entre representantes patronais e dos trabalhadores.

A última instância a ser transpassada é um comitê com membros da diretoria executiva da Caixa Econômica Federal, que fornece a garantia de crédito às operações.

Rentabilidade

Além das previsões de investimento, o FI-FGTS apresentou, em 2014, rentabilidade de 8,22%. Em seis anos, o fundo acumula uma rentabilidade de 47,59%.

“Até dezembro do ano passado já havia retornado R$ 8,7 bilhões ao fundo em dividendos (lucros de uma empresa divididos entre os acionistas), amortizações e juros, o que para o setor de infraestrutura é um retorno bem rápido”, afirma Flávio Arakaki, diretor executivo de Ativos de Terceiros da Caixa.

Modalidades de investimento

O Fundo realiza investimentos de duas maneiras: compra de debêntures (títulos de dívida) ou se tornando sócio no empreendimento escolhido.

A compra de debêntures de um empresa tem como objetivo garantir fôlego financeiro para projetos de longo prazo. Em dezembo, o fundo dispunha de R$ 17,1 bilhões em debêntures em sua carteira, 61% do total.

Um exemplo desta operação foi o investimento de R$ 500 milhões feito pelo fundo, no final de 2008, na CCR; concessária das rodovias Dutra e Bandeirantes e da Ponte Rio-Nitéroi, entre outras.

A empresa conseguiu levantar dinheiro em um momento de dificuldade na obtenção de crédito, já que a crise desestimulou a liberação de recursos. O FI-FGTS resgatou as debêntures 36 meses mais tarde com um rendimento de 14,75% ao ano.

A segunda opção utilizada é tornar-se sócio de uma empresa. Pouco mais de um terço da carteira do FI-FGTS, R$ 11 bilhões, é formado por ações de empresas. A vantagem desta operação é que o fundo passa a exercer influência nas decisões do dia a dia da companhia via conselho de administração.

Foi o caso da Alupar, do setor de energia. Em 2009, o fundo comprou uma fatia do negócio por R$ 400 milhões. Desde então, a empresa expandiu de 2,4 mil para 5,7 mil quilômetros suas linhas de transmissão e multiplicou por 10 a capacidade de geração, que passou a 694 megawatts (MW). Em abril de 2013, a Alupar passou a negociar ações na Bovespa. Quase um ano depois, em março, a mesma fatia do FI-FGTS valia R$ 524 milhões.

“O Conselho Curador do FGTS analisa anualmente todo o valor que o fundo recebeu de amortização, juros e dividendos ou de saída de investimentos e delibera se aprova o reinvestimento ou se resgata o valor para o FGTS”, explica Cássio Viana de Jesus, superintendente nacional de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa.

FI-FGTS

O Fundo trabalha com o dinheiro de 38 milhões de trabalhadores brasileiros e se tornou uma alternativa ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obtenção de crédito para obras de infraestrutura.

Com o passar dos anos, o FI-FGTS diversificou o horizonte de aplicações para o dinheiro dos trabalhadores, que, até 2007, era direcionado apenas para as áreas de habitação e saneamento. Até junho, 46 projetos haviam recebido investimento do fundo. Outros 100 estavam em análise na Caixa num processo que pode durar até um ano.

“A gente não teve nenhuma inadimplência entre estas 46 empresas. Evidentemente, tivemos problemas em alguns ativos, três particularmente, mas em todos o retorno foi preservado graças aos instrumentos de garantias”, diz Arakaki.

Em 2013, a carteira de investimentos somava R$ 29 bilhões. Nos últimos seis anos, o Fundo, gerido pela Caixa, apresentou desembolso médio anual de R$ 3,4 bilhões.

Fonte: Portal Brasil

Veja mais: http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2014/07/fi-fgts-prepara-investimento-recorde-de-r-10-bilhoes

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