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Infraestrutura ainda atrai Previ, diz presidente

Há duas semanas à frente do maior fundo de pensão do país, a Previ, Gueitiro Matsuo Genso, 43 anos, diz que projetos de infraestrutura que ofereçam uma taxa de retorno atraente continuam a interessar ao fundo.
Mesmo com a crescente necessidade de ampliar a liquidez de seus ativos para pagar a aposentadoria dos funcionários aposentados do Banco do Brasil, Guenso diz que há espaço na carteira para aplicações em renda variável. “Não existe orientação na política de investimentos para uma venda massiva de ativos. A ordem é de alienação gradual”, afirmou em entrevista ao Valor, a primeira desde que assumiu o comando da fundação que controla um patrimônio de quase R$ 170 bilhões e que conta com uma fatia de 56% em renda variável.
De acordo com ele, a fundação poderá inclusive sair de alguns investimentos em renda variável e substituí­los por outros. “O Plano 1 tem um fluxo de caixa programado até 2085″, disse, referindo­se à previsão de quando o fundo mais antigo da Previ deve encerrar o pagamento de benefícios. O Plano 1, de benefício definido, mais antigo e maduro, tem patrimônio de R$ 162 bilhões e o Previ Futuro, de contribuição definida e que reúne os participantes mais jovens, tem patrimônio de R$ 5,7 bilhões.
No ano passado, 46% dos benefícios dos participantes aposentados foram pagos com dividendos e juros sobre o capital próprio de empresas da carteira e aluguéis de imóveis do portfólio. Esse percentual já foi maior e pode voltar a crescer num cenário mais positivo para a economia, o que reforça a estratégia de aplicação em renda variável, mesmo com a necessidade crescente de caixa.
A respeito de um de seus ativos mais comentados atualmente, a empresa de infraestrutura Invepar, Genso diz que até o momento a fundação tem se mantido afastada das negociações para a venda da participação acionária de 25% da construtora OAS na empresa. A OAS colocou esse e outros ativos à venda para tentar recuperar­se da crise financeira em que mergulhou depois das denúncias de corrupção envolvendo contratos com a Petrobras.
“Na hora em que houver uma proposta concreta em negociação vamos avaliar se é um sócio que faz sentido estrategicamente”, explicou. A Previ tem direito de preferência sobre as ações da OAS. “A Invepar é o nosso veículo para investimento no setor de infraestrutura”, reiterou.
Genso completa este ano 30 anos de Banco do Brasil. Ingressou com 13 anos como menor aprendiz na agência de Wenceslau Braz, no Paraná, sua cidade natal. De lá para cá, ocupou variados cargos na hierarquia do banco, que o levaram a morar em cidades como Curitiba, São Paulo e Brasília. Apesar de ter trabalhado na área de atacado por cerca de seis anos, foi na divisão de varejo que fez a maior parte de sua carreira. Trabalhou em projetos como o do crédito consignado, que levou o banco à liderança na modalidade, e ocupou as diretorias de crédito imobiliário, de empréstimos e, por último, a de clientes pessoas físicas.
Com essa experiência como lastro, Genso quer que a marca de sua gestão seja que os mais de 199 mil associados passem a ser encarados como clientes, com oferta de serviços adequada. “Tenho que ser mais eficiente e mais barato do que os concorrentes”, disse Genso. O executivo refere­se ao fato de que hoje em dia o funcionário do Banco do Brasil não adere automaticamente à Previ como no passado. A adesão é facultativa e cerca de 94% dos funcionários fazem parte da fundação. Mas o percentual poderia ser ainda maior, considerando­se que o Banco do Brasil também faz um aporte em nome do funcionário até o limite de 7% da renda. “Além disso, com o tempo, conforme o funcionário cresce na carreira, ele pode querer ampliar seus aportes e aí preciso convencê­lo de que faço a melhor gestão”, disse, completando que existe o risco de que os aportes adicionais sejam feitos em planos de previdência aberta. Hoje a Previ cobra uma taxa de carregamento (paga no ato da contribuição) de 4% e uma taxa de administração de 0,18% ao ano.
É em tom entusiasmado que o novo presidente da Previ fala dos planos de implementar na fundação ferramentas tecnológicas semelhantes às que o Banco do Brasil tem criado para seus clientes, com uso de aplicativos em smart phones, por exemplo. “Podemos ter aplicativos para simulação de aposentadoria e outros.”
Fonte: Valor Econômico

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