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Cleantechs reduzem impacto ao transformar lixo em energia

 

Imagem Ilustrativa

 

Startups aproveitam maior geração de lixo domiciliar durante a pandemia, que cresceu 4%; Brasil é 4.º maior produtor de resíduos

 

Transformar o lixo em energia foi por muito tempo um sonho restrito aos filmes de ficção científica. Contudo, em um mundo que gera quantidades crescentes de lixo, cada vez mais empresas criam soluções para converter resíduos domésticos em combustível. Esse é o trabalho que vêm desenvolvendo algumas cleantechs, startups que trabalham para reduzir os impactos ambientais.

Para Verner Cardoso, fundador da RSU Brasil, o avanço das pautas ambientais tem impulsionado o crescimento de empresas como a dele.

 

“Criar uma tecnologia para resolver o nosso problema atual com o lixo e ao mesmo tempo substituir o uso de combustíveis fósseis por energia limpa sempre foi uma aspiração”, diz.

 

Fundada em 2010 no interior de São Paulo, a RSU é especializada no tratamento de resíduos orgânicos e outros rejeitos que não podem ser reciclados diretamente – como fraldas e papel higiênico – para a geração de energia elétrica.

A empresa já tratou mais de 2 mil toneladas de lixo, recuperando cerca de 500 toneladas de matéria-prima reciclável e transformando a não reciclável em biomassa. Essa biomassa depois é depositada em caldeiras, cujo vapor resultante movimenta um gerador para criar energia elétrica.

Em 2018, a RSU Brasil foi selecionada para fazer parte do programa Aceleradora 100+ da Ambev. Com mais de R$ 4 milhões em investimento, a cleantech procura ampliar seus processos em 2022, com a meta de tratar os resíduos de ao menos 30 milhões de pessoas nos próximos anos.

 

“Na pandemia, enfrentamos dificuldades, mas com o aumento dos resíduos domiciliares no período vimos uma maior oportunidade para reestruturar a nossa tecnologia.”

 

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, a maior parte do lixo no Brasil é descartada e, nos últimos dois anos, pelo menos 39,8% dos resíduos foram descartados inadequadamente. O País, que é o quarto maior produtor de lixo do mundo, viu desde 2020 a quantidade de resíduos nos domicílios aumentar cerca de 4%, com média de 1,07 milhão de toneladas.

 

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Óleo de Cozinha

 

Outra startup que viu oportunidades no setor é a Bchem, que produz biodiesel utilizando óleos descartados. Para gerar combustível no local onde estão os resíduos, a Bchem desenvolveu uma usina móvel com capacidade de produzir até 30 mil litros de biodiesel por mês.

 

“No Brasil, milhares de litros de óleo vegetal são utilizados toda semana na fritura de alimentos, gerando enormes quantidades de óleo residual”, diz Alex Brasil, sócio da Bchem.

 

O biodiesel produzido pela empresa é certificado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e, segundo o fundador, é 80% menos poluente do que o diesel comum.

 

“A logística é o nosso maior desafio. Esse óleo residual está espalhado pelo País”, pondera Alex. “O nosso objetivo é ampliar o número de unidades de usinas móveis para atingir um maior número de pessoas.”

 

“O Brasil é um grande conglomerado de pequenos municípios, por isso, a realidade econômica de um aterro sanitário adequado está fora de alcance para a maioria.” O CEO da ZEG Ambiental, André Tchernobilsky, acredita que parte da solução para o problema dos resíduos se encontra no trabalho com os municípios.

 

Na ZEG Ambiental, o foco são ecoparques de processamento de lixo, para recuperar resíduos recicláveis e transformar os rejeitos não recicláveis em biogás. Fundada em 2012, a cleantech tem R$ 40 milhões investidos e espera receber até o final de 2022 mais um aporte de R$ 10 milhões por parte do Grupo Capitale.

Fonte: O Estado de São Paulo

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