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Explosão do mercado de energia verde atrai novas estrelas europeias de trading

A decisão dele, mais de dez anos atrás, de focar no comércio de energia de curto prazo — um segmento do mercado dominado pela energia solar e eólica — está compensando bastante. A Alemanha quintuplicou sua dependência em relação a essas fontes de energia de 2003 para cá e, de repente, traders como Murray, que formou uma equipe de energia de curto prazo na Trianel GmbH em Aachen, no oeste da Alemanha, têm os empregos que todos querem.

Isso representa uma grande mudança na Alemanha e em muitas regiões da Europa em relação a quando Murray começou no negócio, em 2001. Na época, a energia de longo prazo era o que gerava bônus e atraía os principais traders. O segmento de curto prazo era uma calmaria sonolenta, algo a ser delegado aos funcionários de nível júnior. Agora, os salários deles subiram a níveis que os colocam lado a lado com seus pares tradicionalmente mais ricos, segundo a Commodity Appointments Group, uma empresa de recrutamento de Petersfield, Inglaterra. A firma estima que funcionários de ambas as mesas de negociações com até seis anos de experiência recebem 196.414 libras (US$ 291.000) por ano.

“O mercado de curto prazo reuniu mais liquidez e hoje há uma mudança geral nesse sentido”, disse Murray, agora chefe da mesa de energia da Trianel, em entrevista em fevereiro em Essen, Alemanha. “O curto prazo é um mercado físico. Para ser bom nisso você precisa saber analisar os dados macro”.

Energia renovável

A Alemanha, maior mercado de eletricidade da Europa, decidiu substituir a produção dos reatores nucleares aposentados por energia solar e eólica, que nem sempre é confiável. Os traders precisam conseguir comprar ou vender energia com apenas 15 minutos de antecedência para equilibrar posições de curto prazo conforme as mudanças nas previsões para o sol e o vento. Os ajustes na temperatura, um inesperado encobrimento por nuvens, uma queda no vento ou interrupções não planejadas em usinas de energia podem afetar os preços instantaneamente.

Mais energia de curto prazo está sendo comprada e vendida. Os contratos negociados e entregues no mesmo dia subiram 33 por cento no ano passado no mercado Epex Spot SE em Paris, que cobre França, Alemanha, Áustria e Suíça. A oferta variável deverá subir mais porque a Europa busca atender 27 por cento de sua demanda com energia renovável até 2030 para cumprir metas climáticas, contra 15 por cento em 2013.

Com o fechamento de mesas pelos traders do Bank of America Corp. ao Deutsche Bank AG, os volumes de energia de longo prazo na Alemanha caíram 36 por cento nos últimos cinco anos. As mesas de contratos de curto prazo subiram 25 por cento e agora respondem por 15 por cento do comércio de energia da Europa, segundo dados da Prospex Research Ltd., uma consultoria de Londres.

Mercados intradia

Embora a Alemanha tenha um mercado intradiário líquido, esse tipo de mercado é menos desenvolvido em outros países. Mercados como APX Group Inc., com sede em Amsterdã, Epex Spot e Nord Pool Spot AS, em Oslo, planejam iniciar uma plataforma em toda a Europa para o comércio intradiário no segundo semestre de 2015. O projeto foi atrasado por mais de um ano devido a divergências a respeito de qual bolsa de valores deveria desenvolver a plataforma.

O número de candidatos para os empregos na negociação de curto prazo está subindo, disse Hartmuth Fenn, chefe de acesso e despacho do mercado intradiário da Vattenfall AB, terceira maior empresa de serviços públicos da Alemanha.

“Nós recebemos até 30 candidaturas para cada cargo de nível de entrada”, disse ele. No passado, explica, ele precisava contratar pessoas com pouco ou nenhum conhecimento de finanças. “Eu contratei um médico, um piloto, um condutor de trem. Agora estão vindo mais pessoas com estudos econômicos”.

 

 

Fonte: InfoMoney

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