O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, adiou mais uma vez a data de fechamento do lixão da Estrutural, que passou para dia 20 de janeiro de 2018. Segundo o gestor, os galpões que passarão a receber os rejeitos não têm ainda os equipamentos adequados para a triagem, incluindo balanças, prensas e aparelhos que fazem a separação.
O lixão da Estrutural é o maior depósito de lixo a céu aberto da América Latina. Rollemberg afirmou que a medida de postergar a desativação é para garantir que os catadores “tenham todos os equipamentos certos para trabalhar”.
O governo afirma que os galpões vão abrir 1,2 mil postos de trabalho e que esse número é suficiente para atender os catadores associados nas cooperativas. Segundo a presidente da cooperativa Coorace, Lúcia Fernandes, isso corresponde apenas à metade dos trabalhadores. Eles ganham R$ 1,2 mil por mês pelo serviço.
Histórico de promessas
Segundo o governo, a previsão era que até o dia 31 de outubro cinco galpões estariam alugados e equipados para receber os catadores. As oito cooperativas que atuam no lixão seriam contratadas para fazer a triagem dos resíduos, apresentando a documentação exigida para realizar o trabalho.
O governo prevê ainda a construção de três Centros de Triagens Definivas. O primeiro já está em fase de construção na Usina do Psul, em Ceilândia. O segundo está com ordem de serviço emitida e vai ser construído na SCIA/Estrutural.
Segundo o governo, o terceiro é o que está mais atrasado porque ainda depende da liberação de verbas da Terracap para ser construído na Usina do SLU que fica da L4 Sul.
Números
Desde o nascimento de Brasília, a região da Estrutural é utilizada para o depósito de lixo. A área ocupa cerca de 200 hectares e está a apenas 20 quilômetros da Praça dos Três Poderes. Segundo o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) do DF, foram depositadas 830.055 toneladas de dejetos no lixão em 2016.
De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), o Brasil tem atualmente quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros.
Aterro
O novo Aterro Sanitário começou a ser construído em 2012, e o projeto inteiro deve custar mais de R$ 110 milhões. Ele terá 760 mil metros quadrados — incluindo 320 mil destinados a receber rejeitos (materiais não reutilizáveis) — e será construído em quatro etapas. A primeira etapa, com 110 mil metros quadrados, custou R$ 44 milhões aos cofres públicos.
De acordo com o governo, o aterro deve funcionar por 13 anos, a partir do início das atividades, e receber uma média diária de 2,7 mil toneladas de rejeitos. O novo destino para o lixo do DF fica na DF-180, próximo a Samambaia.
Fonte: G1