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S&P rebaixa notas da Duke Energia e Itaipu Binacional

Ratings acompanham à do País, já a agência acredita que essas entidades não poderiam suportar um cenário de “default” soberano

A Standard & Poor’s Ratings Services realizou na última semana ações de rating em 20 entidades brasileiras do setor de infraestrutura e transações de project finance. Foram rebaixados os ratings na escala global para ‘BB’ e para ‘brAA­ na Escala Nacional Brasil das empresas de energia: Duke Energia International Geração Paranapanema S.A. e Itaipu Binacional.

Além disso, rebaixou o ratings na Escala Nacional Brasil para ‘brAA­’ da Cachoeira Paulista Transmissora de Energia S.A.; com perspectiva do rating de emissão negativa.

Fundamentos

A ação de rating reflete os desafios políticos e econômicos consideráveis do país e a expectativa da agência de um processo de ajuste mais prolongado com um ritmo mais lento na correção da política fiscal e também um outro ano de profunda contração econômica. “Os riscos de execução de uma política fiscal corretiva permanecem altos no curto prazo, após o governo não ter conseguido obter aprovação de algumas medidas orçamentárias no final de 2015, o que agora se complica em razão do processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, em andamento no Congresso. Com a expectativa de uma queda no PIB per capita para cerca de US$7.300 em 2016, as perspectivas de crescimento do Brasil estão, em nossa opinião, abaixo daquelas de outros países em um estágio similar de desenvolvimento.”, diz o comunicado.

A S&P estima que a contração do PIB real tenha sido de 3,6% em 2015, e espera outra contração em torno de 3% este ano, antes de haver uma retomada de crescimento em 2017. A perspectiva negativa dos ratings do Brasil reflete a visão de que há uma probabilidade maior do que uma em três de novamente rebaixar os ratings do Brasil. “Em nossa visão, um rebaixamento em 2017 poderia ocorrer, particularmente em razão de uma possível reversão das principais políticas, dada a fluidez das dinâmicas políticas, incluindo a falta de coesão no gabinete, de iniciativas políticas inconsistentes e de incertezas durante ou após o processo de impeachment. Um rebaixamento também poderia ser resultante de turbulências econômicas maiores do que atualmente esperamos ou em função de questões de governabilidade ou do enfraquecimento no ambiente externo”, explica a S&P.

Uma vez que as incertezas políticas se esclarecerem, a restauração do equilíbrio macroeconômico e o avanço nas reformas microeconômicas serão fatores­ – chaves para fomentar o investimento e o crescimento.

Durante 2015, o governo colocou ênfase renovada sobre a participação do setor privado nos projetos de infraestrutura, mas no contexto atual, os avanços têm sido lentos.

Assim, o rebaixamento da Duke, para ‘brAA­’ reflete a visão da agência e uma probabilidade apreciável das empresas entrarem em “default” em um cenário no qual o soberano também entre em “default” em suas obrigações. Essa entidade seguiria, entre outras de infraestrutura, o soberano em um cenário de “default” porque “acreditamos que o status regulado delas e/ou sua dependência da atividade econômica as expõem a uma potencial deterioração na qualidade de crédito soberana, ou seja, possíveis controles tarifários, arrecadação de receitas e disponibilidade de crédito sofreriam mediante esse cenário”.

O rebaixamento da dívida senior secured da Cachoeira Paulista para ‘brAA­’ reflete a visão de que o projeto provavelmente entraria em “default” ante um cenário em que o soberano também entrasse em “default” de suas obrigações, em função da natureza regulada da atividade do projeto.

O rebaixamento de Itaipu Binacional está em linha com o critério da agência em relação às empresas vinculadas ao governo (GREs, em inglês). “Vemos a probabilidade de suporte governamental extraordinário para Itaipu Binacional como extremamente alta, de forma que todos os seus ratings são equiparados aos do soberano neste momento, considerando o Perfil de Crédito Individual (SACP) ‘bb’ da empresa”, mostra o comunicado. A perspectiva dos ratings na escala global e na Escala Nacional Brasil de Itaipu Binacional é negativa, refletindo àquela do soberano.

“Continuaremos avaliando a qualidade de crédito em geral do portfólio de infraestrutura, tendo-­se em vista o enfraquecimento da qualidade de crédito do soberano e as perspectivas macroeconômicas mais fracas”, diz.
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Perspectiva

A perspectiva negativa dos ratings de Itaipu Binacional, Duke, entre as demais,
reflete o potencial rebaixamento delas após rebaixarmos o soberano porque a agência acredita que essas entidades não poderiam suportar um cenário de “default” soberano.

Além disso, a perspectiva reflete a visão de que a qualidade de crédito para o setor de infraestrutura brasileiro pode continuar se deteriorando nos próximos 12 meses com base em um ambiente operacional mais fraco (incluindo inflação alta, contração do PIB e desvalorização gradual da moeda doméstica), e condições de crédito mais apertadas, o que poderia por sua vez deflagrar rebaixamentos específicos da empresa.

Cenário de elevação

“Se elevarmos os ratings soberanos ou alterarmos sua perspectiva para estável, é provável que a mesma ação ocorreria nos ratings e perspectivas de várias empresas, entre elas a Duke. Uma alteração na perspectiva dos ratings de Itaipu Binacional ou elevação destes seguiriam uma ação similar com a do soberano. Embora mais improvável, se mudarmos nossa visão sobre a capacidade de todas essas empresas para suportar um cenário de estresse de “default” hipotético do soberano, poderemos avaliar diferenciar seus ratings a partir daqueles do soberano”, conclui a nota da S&P.

Fonte: Setor Energético
Foto: Divulgação

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