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Conceito de smart water muda setor de saneamento básico

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Por Redação

O especialista norte-americano Bill Maize avalia que é hora de tirar as aspas do conceito de “água inteligente”. Ou seja, a adoção de novas tecnologias baseadas em dados e analytics, entre outras, já é uma realidade e, com isso, poderíamos falar de smart water ou água inteligente sem usar os sinais. Maize, que é analista sênior da Bluefield Research, destaca que as tecnologias associadas ao termo – equipamentos, softwares e análises – estão em trajetória ascendente e são totalmente funcionais.

Conjunto de tecnologias inovadoras mudam o cenário de saneamento com o conceito de smart water ou água inteligente

Uma estimativa da própria Bluefield Research indica que somente o mercado de água inteligente dos Estados Unidos movimentará cerca de US$ 20 bilhões em despesas operacionais e de capital em 2027. Na raiz dessa construção estão as contínuas pressões financeiras sobre os municípios para fazer mais com menos — enquanto a proliferação da tecnologia da informação baseada em nuvem apresenta uma solução viável, segundo a empresa.

Mesmo nos Estados Unidos, embora a transição para um sistema de gerenciamento de água comprovado e mais eficiente faça sentido, o processo ainda está longe de ser comum entre as concessionárias. Apesar disso, muitas discussões são comuns e podem influenciar companhias de outros países.

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Definição de água inteligente

Para o especialista, existem muitas definições diferentes, mas Maize concentra-se grupo de soluções tecnológicas emergentes que ajudam os gestores de recursos hídricos a operar com mais eficiência. Essas soluções utilizam hardware e software de última geração para fornecer níveis crescentes de inteligência de sistema, visibilidade, automação e controle e atendimento ao cliente.

A abordagem integrada envolve soluções inteligentes de água, incluindo desde equipamentos como medidores inteligentes, até soluções de software, caso de plataformas de dados.

Independente da solução, os recursos de smart water têm como endereço certo os problemas historicamente enfrentados pelas concessionárias em gerar insights acionáveis ​​a partir de dados díspares de rede e uso de água. E aqui entram tecnologias como o Big Data, Analytics e a Internet das Coisas (IoT). Juntas ou separadas, elas podem ajudar a resolver problemas de escassez de água e abordar a infraestrutura hídrica envelhecida.

Na prática, as tecnologias inteligentes ajudam as concessionárias de água a serem mais proativas do que reativas. Há vários exemplos disso, incluindo o uso de imagens para inspecionar tubulações corroídas, o que permite ações de manutenção preditiva, e a análise de dados em tempo real para identificar vazamentos que passariam despercebidos. Outra frente é o aproveitamento de softwares para ajudar os serviços públicos e os consumidores a rastrear o uso de água em casa.

Rumo ao uso de mais dados e Analytics

Para Maize, há uma série de fatores que estão levando a uma tempestade perfeita. Primeiro, existe uma pressão sobre as empresas de serviços públicos para otimizar suas operações. As empresas estão procurando maneiras novas de lidar com problemas como encanamentos envelhecidos e gerenciamento de vazamentos. No caso das concessionárias de água, elas emulam um caminho já traçado pelas utilities de energia.

Com uso de tecnologias de água inteligente, elas podem reduzir vazamentos e erros de cobrança, diminuindo o consumo de energia em até 40%. Outra informação do especialista aponta que até 30% das despesas operacionais do serviço de água podem ser melhoradas – quase que imediatamente – por meio de um monitoramento de sistema mais dinâmico e em tempo real.

Embora não seja a regra, a jornada de água inteligente começa por meio de medidores de água inteligentes, que faz parte da chamada AMR ou leitura automática de medidores ou, ainda, da infraestrutura de medição avançada (AMI). O desafio, no entanto, é que os dados coletados desses medidores — se forem coletados — precisam ser gerenciados e analisados. Outras frentes de melhoria incluem a inteligência de ativos e o gerenciamento de fugas.

No Brasil, a discussão não é nova e envolve especialistas como a desenvolvedora TI Engineering, que atua na aplicação de transformação digital do setor de saneamento básico. Segundo a companhia, muitos dos processos nesse segmento ainda são analógicos e várias requisições são burocráticas, demandando atendimento presencial e demorado, que não condiz com os tempos atuais.

“A inovação e a tecnologia podem ajudar a aumentar a eficiência dos serviços de saneamento. Pelo lado do consumidor, é possível aperfeiçoar o relacionamento provendo mais facilidade na interação, enquanto que pelo aspecto das empresas fornecedoras os ganhos se voltarão à redução de custos”, adianta Luciano Gajardoni, diretor técnico de Energy & Utilities da Engineering, em entrevista ao site InfraROI.

Fonte: Próximo Nível.

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