saneamento basico

Restabelecimento do abastecimento de água em momento de crise, pós-desastre por inundação.

Resumo

Nas últimas inundações ocorridas em Pernambuco, no final de maio de 2017, 31 municípios foram afetados e 24 decretaram situação de emergência. Dentre esses municípios, Jaqueira foi um dos mais afetados, em que a adutora foi rompida, interrompendo o abastecimento de água para a população. Assim, o objetivo desse trabalho foi de restabelecer o abastecimento da água para consumo humano, em caráter emergencial para a população de Jaqueira. Foi utilizada uma Unidade Móvel de Tratamento de Água (UMTA), para remoção de turbidez e desinfecção da água, do manancial Bálsamo das Freiras, o qual apresentou 192 UNT densidade de bactérias de CT > 2.419,6 números mais prováveis (NMP) e EC de 15,8 NMP. Entretanto, a UMTA trata água até 30 UNT. Para viabilizar a utilização da UMTA, a Estação de Tratamento de Água (ETA) foi recuperada para realizar um tratamento prévio da água, o qual reduziu a turbidez do manancial para 67 UNT e, após a utilização da UMTA, esse parâmetro passou para 07 UNT. Com essa ação, a água do município foi tratada, beneficiando cerca de 5.500 habitantes.

Introdução

A Bacia Hidrográfica do Rio Una apresenta uma área de 6.740,31 km², dos quais 6.262,78 km² estão inseridos no Estado de Pernambuco, abrangendo 42 municípios, em que 11 estão totalmente inseridos na bacia (Belém de Maria, Catende, Cupira, Ibirajuba, Jaqueira, Lagoa dos Gatos, Maraial, Palmares, Panelas, São Benedito do Sul e Xexéu) (APAC, 2017).

Monteiro et al. (2014) visando avaliar a susceptibilidade da bacia do Rio Uma às enchentes, realizaram um estudo, por meio de parâmetros morfométricos, que indicou que a bacia é classificada como uma mesobacia, com pouca susceptibilidade às enchentes, quando em condições normais de precipitação. Entretanto, nos anos de 2000, 2004, 2005, 2010, 2011 e 2017 eventos extremos significativos de cheia ocorreram em Pernambuco, provocando inundações nos municípios pertencentes à bacia do Rio Una.

As enchentes apresentam-se como os desastres naturais mais frequentes, afetando cerca de 102 milhões de pessoas por ano, principalmente nos países em desenvolvimento e nos grandes centros urbanos, podendo comprometer os serviços de abastecimento de água, que, além de afetar a sua distribuição, contamina a água, bem como de poços e nascentes, por agentes infecciosos presentes nas águas das enchentes, aumentando os riscos de doenças transmitidas pela ingestão e contato com a água (FREITAS E XIMENES, 2012). A interrupção no suprimento de água potável pós-desastre propicia a ocorrência de surtos de doenças, como a cólera, infecções gastrointestinais, febre tifoide, giardíase, entre outras. Assim, nessas situações a água torna-se o bem mais precioso para as pessoas afetadas, uma vez que elas irão depender de água potável para permanecerem saudáveis e então serem capazes de se recuperar do evento adverso (LONDI et al., 2014).

Nas últimas inundações ocorridas em Pernambuco, no final de maio de 2017, 31 municípios foram afetados e 24 decretaram situação de emergência. Como consequência, foram registradas cinco mortes, 39.725 pessoas desabrigadas temporariamente e 3.560 pessoas que perderam suas moradias (G1).

O município de Jaqueira, com população de 11.501 habitantes (IBGE, 2010), também foi afetado pelas fortes chuvas ocorridas em 2017, em que a adutora foi rompida, interrompendo o abastecimento de água para a população. Assim, o município decretou estado de calamidade pública, por meio do Decreto nº 002/2017. Jaqueira já apresentava problemas no abastecimento de água potável, em que boa parte da sua população recorria a fontes naturais ou outras formas de abastecimento (IBGE, 2010), utilizando fontes não seguras sem tratamento, apresentando riscos à saúde pública, o que foi agravado pelas inundações.

Diante disso, este trabalho teve como objetivo restabelecer o abastecimento da água para consumo humano em caráter emergencial para a população de Jaqueira.

Autores: Alba de Oliveira Lemos; Amauri Batista da Silva; Gerardo Marcelo Cabral Guerra; Luiz Marcos da Silva e Ozildo Pereira de Arruda.

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