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Aproveitamento de água de chuva – estudo da viabilidade em diferentes capitais brasileiras

Resumo

Devido à iminente escassez de água potável, a necessidade de substituição desse recurso em atividades que admitem a utilização de águas de qualidade inferior se torna cada vez mais necessária. O presente trabalho teve como objetivo principal analisar potenciais de economia de água potável através do aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis a fim de verificar a viabilidade de instalação do sistema.

O estudo foi realizado para nove capitais brasileiras considerando os diferentes regimes de precipitação, demanda de água potável e número de moradores por habitação. Para a determinação dos potenciais de economia foi utilizado o programa computacional Netuno 3.0, sendo determinados também os respectivos volumes ideais de reservatórios inferiores para água de chuva em cada capital. Os resultados obtidos mostraram potencial máximo de economia de água potável em Belém (43,73%) e mínimo em São Luís (21,3%) e volume ideal de reservatório inferior máximo em Aracajú (21.500 litros) e mínimo em Belém (4.000 litros). Constatou-se que a maior parte das capitais estudadas apresenta potencial viabilidade para a utilização do sistema de aproveitamento de chuva com potenciais de economia acima de 35%.

Introdução

A água potável disponível em diversas fontes naturais como, aquíferos, lençóis freáticos e rios é essencial para a sobrevivência dos seres vivos no planeta Terra, e é esse o principal motivo para que a população tenha que se preocupar com a escassez desse recurso fundamental. Outro grande problema com relação à água no mundo é a contaminação, que faz com que a mesma se torne imprópria para o consumo direto. A água encontrada hoje em fontes acessíveis para consumo encontra-se, em sua maioria, contaminada por nutrientes e algas em excesso, esgotos urbanos e industriais, resíduos sólidos (urbanos, industriais, de construção civil) e produtos químicos (MAY, 2004).

Portanto, as fontes naturais de água potável estão cada vez mais escassas pois, a capacidade de purificação através do processo de reciclagem natural dos poluentes e do processo de filtração natural feito pelo solo e por rochas porosas é mais lento que o processo de contaminação, ou seja, os recursos hídricos recebem hoje, uma carga de poluentes numa frequência e quantidade muito maior do que a sua capacidade de se autodepurar.

Dentro desse contexto, cabe destacar as medidas de conservação de água. Elas vêm sendo adotadas no mundo todo para diminuir o impacto da depleção das fontes que fornecem água para o consumo da biosfera em geral. Um exemplo dessas medidas, que vem crescendo no mundo todo, é o aproveitamento de águas pluviais para fins não potáveis, que utiliza o recurso natural de uma fonte diferente das já existentes e auxilia na redução do consumo de água potável. Para enfatizar a importância do aproveitamento da água de chuva Tomaz (2003) e Amorim e Pereira (2008) citam que esta prática, além de promover a economia de água potável, contribui na prevenção de enchentes causadas por precipitações em grandes centros urbanos, onde a superfície é impermeável impedindo a infiltração da água no solo, sendo considerada como medida não-estrutural no sistema de drenagem urbana.

Assim sendo, objetivou-se neste trabalho estudar, para diferentes capitais brasileiras o potencial de economia de água potável de cada uma dessas capitais, quando da utilização de um sistema de aproveitamento de água de chuva em atividades que permitem a substituição de água potável por água pluvial.

Para a escolha das diferentes capitais foram obtidos dados de precipitações médias mensais no Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP) no site do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Buscou-se dados em um intervalo de dez anos (de 01/01/2004 a 31/12/2013) de todas as capitais do país. Através dessas informações fez-se as médias mensais para o período de dez anos e também a soma dessas médias para a obtenção dos volumes médios de precipitação acumulados durante o período de um ano. Procurou-se escolher capitais com comportamentos distintos de pluviometria principalmente nos casos em que os valores médios de chuva acumulada são próximos.

Autores: Karla Alcione da Silva Cruvinel; Cecília de Sousa Zardini; Saulo Bruno Silveira e Souza; Humberto Carlos Ruggeri Júnior e Giovana Carla Elias Fleury.

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