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Avaliação da atividade estrogênica de substâncias simples e misturas pelo ensaio YES (Yeast Estrogen Screen)

Resumo

Diversos ensaios in vitro, in vivo e métodos analíticos têm sido desenvolvidos para a análise de desreguladores endócrinos. É sabido que para analisar o efeito das concentrações destas substâncias no meio, não basta considerá-las individualmente, sendo importante a consideração dos efeitos de misturas, haja vista a existência de efeitos sinérgicos e aditivos. Neste contexto, o bioensaio in vitro YES (Yeast Estrogen Screen) se caracteriza como uma importante ferramenta para fornecer evidência inicial de contaminantes estrogênicos no meio ambiente. Assim, neste trabalho foi investigada a atividade estrogênica, pelo ensaio YES, de amostras sintéticas individuais – estrogênios naturais e sintéticos: E1, E2, E3, EE2 – e misturas desses estrogênios. Os resultados mostraram um equivalente estradiol (EQ-E2) para a mistura maior do que o esperado, presumindo um efeito sinérgico entre os compostos. O EE2 foi o mais estrogênico com uma potência relativa de 1,25, seguido por E1 (0,39), E3 (5×10-3). É importante ressaltar que a potência relativa dos estrogênios, assim como de qualquer outro composto, varia dependendo do ensaio usado para análise, e que ensaios in vitro presumem a resposta de ensaios in vivo. Assim, a análise in vitro das potências relativas dos estrogênios estudados são indicativos dos efeitos que podem acontecer in vivo.

Introdução

Diversos ensaios in vitro, in vivo e métodos analíticos foram e estão sendo desenvolvidos para a análise de desreguladores endócrinos. É sabido que para analisar a relevância das concentrações detectadas no meio ambiente, não é suficiente considerá-las individualmente, sendo igualmente importante considerar os efeitos das misturas e a persistência dessas substâncias estrogenicamente ativas (ESTEBAN et al., 2013).

As misturas de substâncias químicas geralmente induzem maiores efeitos biológicos que os compostos isolados (European Inland Fisheries Advisory Commission 1987; Scientific Committee on Problems of the Environment 1987), visto que elas podem apresentar efeito sinérgico, o que potencializa a resposta, sendo assim, existe a necessidade de estudar o efeito e a resposta das misturas.

É também de conhecimento geral que nas análises químicas o efeito sinérgico dos compostos não é levado em consideração e, consequentemente, para conhecimento dos efeitos biológicos é necessário o uso de outros tipos de ensaios (ROUTLEDGE; SUMPTER, 1996), sendo assim, o ensaio YES (Yeast Estrogen Screen) se caracteriza como uma importante ferramenta e um dos mais comuns bioensaios in vitro utilizados para fornecer evidência inicial de contaminantes estrogênicos no meio ambiente, sendo uma ferramenta robusta e sensível para avaliar a atividade estrogênica em amostras ambientais. (BECK; BRUHN; GANDRASS, 2006) e sintéticas (KOLLE et al., 2010).

O ensaio YES tem sido usado para avaliar a atividade estrogênica em águas e águas residuárias (BRIX et al., 2010; Li et al., 2014; DIAS et al., 2015), permitindo o conhecimento da atividade estrogênica total da amostra, a qual é expressa em EQ-E2 (equivalente estradiol). Porém para a utilização desse bioensaio para amostras ambientais de forma a obter resultados seguros e confiáveis é necessário um prévio conhecimento dele como ferramenta para a análise de atividade estrogênica. Para isso a análise de substâncias simples e misturas se torna de essencial importância e necessidade para o entendimento do ensaio.

Desse modo, o objetivo do trabalho foi estudar a determinação da atividade estrogênica, pelo ensaio YES em amostras sintéticas individuais – estrogênios naturais e sintéticos: E1, E2, E3, EE2 – e misturas desses estrogênios, visto que a ausência de análise de misturas pode levar à subestimação dos riscos que existem em situações de exposição real no meio ambiente, resultando em conclusões errôneas de ausência de risco.

Autores: Giselle Gomes; Louise Felix; Allan dos Santos Argolo e Daniele Maia Bila.

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