saneamento basico

Estudo avaliativo em reservatório para fim de abastecimento público: identificação e caracterização de mucilagem

Resumo

Reservatórios de acumulação em mananciais superficiais, destinados ao abastecimento público, possuem em seu metabolismo aquático possíveis fatores estressores bióticos e abióticos, sejam de origem endógena ou exógena. Variações bióticas e abióticas, relacionadas à sazonalidade, atividades antrópicas e diversidades ambientais, são precursoras da dinâmica e estrutura morfológica fitoplanctônica em sistemas aquáticos.

Quando há o deslocamento do equilíbrio hídrico nos reservatórios, causas devem ser investigadas em prol da otimização de processos operacionais no tratamento; além de possíveis diagnósticos e prognósticos, pois a resiliência hídrica demanda tempo e a segurança da água tratada e distribuída ao consumidor deve ser garantida. Considerando a dinâmica do fluxo vertical de matéria orgânica dissolvida em reservatório, evidencia-se que substâncias excretadas por cianobactérias formam agregados mucilaginosos que se aderem a detritos e compostos orgânicos (bactérias, fungos, etc.) e inorgânicos (ferro, manganês, cálcio, etc.) formando uma estrutura filamentosa de baixa densidade (CASTRO, 2010).

Assim, a pesquisa visa identificar e quantificar os compostos presentes em solução mucilaginosa fitoplanctônica em reservatório de abastecimento público, além de evidenciar sua estrutura morfológica por microscopia. Para tanto, utilizou-se procedimentos de liofilização, diálise, espectroscopia no Infravermelho com Transformada de Fourier, microscopia eletrônica de varredura, espectroscopia de energia dispersiva, espectrometria de massa, cromatografia aniônica de alto desempenho com detecção por pulso amperométrico, espectrofotometria UV/VIS/NIR, oxidação catalítica e Infravermelho não dispersivo. Verificou-se que a amostra tinha em sua composição 40% de açúcar total; 15% de proteínas; presença de lipídeos e surfactantes na fração orgânica; presença de íons moleculares compatíveis com glicose e seus isômeros na amostra hidrolisada, que também foram identificados por cromatografia aniônica, além da mistura glicose e galactose. Já na microscopia eletrônica de varredura evidenciaram-se linhas espectrais de carbono, oxigênio, silício e cálcio. A estrutura coloidal apresentada em forma de biofilme identificou substância mucilaginosa compatível com estrutura polissacarídea extracelular de cianobactérias; além da presença de bastonetes que reabsorvem parte da matéria orgânica dissolvida no biofilme, como fonte de carbono e nitrogênio

Introdução

Através de processos ativos e/ou passivos espécies fitoplanctônicas liberam grandes quantidades de matéria orgânica dissolvida (MOD) que podem interagir com outros ciclos biológicos em reservatórios. Fatores estressantes interferem na produção de polissacarídeos extracelulares (EPS) por organismos fitoplanctônicos, sendo: estado fisiológico decorrente da idade celular, resposta a interações alelopáticas com outros organismos competidores, fatores que inibem o crescimento, como concentrações limitantes de nitrogênio e fósforo, ou intensidades de luz não compatíveis com sua pré-adaptação a este fator. É possível estímulos na produção de EPS, enquanto substrato, causados pela presença de bactérias que podem estar envolvidas em etapas de degradação (MECCHERI, 2010), assim como outros organismos eucarióticos.

Autores: Patrícia Pereira Ribeiro Keller e Carlos Roberto A. dos Santos.

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