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Descarte de embalagens de plástico e papelão-diagnóstico das redes de supermercados no Município de Aracaju (SE)

Resumo

Ainda que a etapa do descarte se refira a todos os produtos, muito frequentemente ela está associada às embalagens, por serem identificadas como um dos mais sérios problemas das modernas sociedades industrializadas. No caso dos supermercados, verifica-se a elevada quantidade de embalagens dos produtos comercializados. Com base nesses argumentos, a presente pesquisa vem analisando a importância da contribuição positiva que direta ou indiretamente os supermercados fazem em relação ao descarte de embalagens recicláveis de plástico e papelão. Para a execução deste trabalho foram estudadas três (03) grandes redes de supermercados do município de Aracaju (SE). Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas aos gestores das empresas. Os resultados mostraram que as vendas das embalagens de recicláveis é a prática predominante. Desta forma as empresas citadas contribuem para uma destinação correta a esses resíduos, que quando são descartados inadequadamente na natureza, degradam o meio ambiente.

Introdução

O consumismo tem influenciado negativamente no aumento da geração de resíduos, que vem causando sérios danos ambientais. Sanches et al., (2006) destacam que depósitos irregulares se constituem muitas vezes, em foco de crescimento de mosquitos e roedores causadores de doenças na população, contribuindo para a deterioração do ambiente humano. Além disso, o descarte inadequado de resíduos sólidos nos centros urbanos, sem qualquer tratamento, está contaminando os lençóis freáticos de várias regiões brasileiras. Essa situação é ainda pior ao se considerar que a água potável vai se tornar, em breve, um fator de grande competitividade entre as nações, pois está transformando-se em recurso cada vez mais escasso.

Entretanto, verifica-se também a existência de consumidores muito conscientes com relação às questões ambientais e que buscam mercados que ofereçam produtos e atuem de forma responsável e comprometidos com o meio ambiente. Assim, em muitas empresas tem se verificado a preocupado em adotar e demonstrar para a sociedade práticas sustentáveis, como a ideia do “the three bottom line” (MENEZES e DAPPER, 2013), ou os três pilares da sustentabilidade: “profit” (lucro), “people” (pessoas) e “planet” (ecossistema) indicam que uma organização deveria estruturar seus processos atentando para as necessidades dos acionistas (visão tradicional do mercado), promovendo valores relacionados à responsabilidade social (visão integrada ao sentimento de bem-estar social) e ambiental (tendência relativamente recente nas estruturas organizacionais).

Os negócios estão associados ao desenvolvimento sustentável na medida em que participam intensamente do modo como as sociedades constroem seus meios de produção e consumo, ferramentas de regulação social, acúmulo de riqueza e avanço tecnológico. Assim,as organizações têm adotado práticas sustentáveis por entender que o mercado reconhece e valoriza práticas sociais e ecologicamente saudáveis (ANDRADE, TACHIZAWA & CARVALHO, 2002).

Essa evolução das atitudes ambientais tem-se fortalecido, provocando mudanças comportamentais nas
organizações, as quais passaram a incluir em seu processo de tomada de decisão as variáveis ambientais.
Deixam assim de serem apenas organizações “tradicionais” para serem vistas como organizações “verde”, ou
ambientalmente comprometidas com seus consumidores, fornecedores, cliente, funcionários e a sociedade em
geral (ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2009).

Em consonância a esse movimento de mercado, políticas públicas vêm sendo propostas no sentido de
regulamentar práticas sustentáveis, tanto por parte de organizações quanto da população em geral. Em 2010, o
governo brasileiro aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que formaliza o interesse do Estado em
relação ao tema e dispõe sobre diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos
tendo como um dos seus instrumentos a Logística Reversa, onde se destacam os acordos setoriais, atos de
natureza contratual, firmados entre o poder público e o setor empresarial, fabricantes, importadores ou
comerciantes, visando o estabelecimento da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto
(BRASIL, 2010).

Ainda que a etapa do descarte refira-se a todos os produtos, muito frequentemente ela está associada às
embalagens, por serem identificadas como um dos mais sérios problemas das modernas sociedades
industrializadas. Inclusive a União Europeia promulgou uma Diretiva que trata de “embalagem e descarte de
embalagem”, estabelecendo rigorosos níveis de recuperação e reciclagem de resíduos sólidos em cada paísmembro.
A logística reversa de embalagem, que possa ser reciclada, é de grande importância para a redução
do impacto ambiental e contribui para uma atividade limpa (PALHARES, 2003; NOVAES, 2009).

No Brasil, o Acordo Setorial para Implantação do Sistema de Logística Reversa de Embalagens em Geral foi
assinado no mês de novembro de 2015.

A presente pesquisa teve como objetivo estudar a contribuição dos supermercados em relação ao fluxo de
embalagens recicláveis de plástico e papelão, descartadas dos produtos disponíveis para venda. Para a
execução deste trabalho foram realizadas visitas a três (03) grandes redes de supermercados que atuam no
município de Aracaju (SE). Para a coleta de dados foram elaborados questionários, com realização de
entrevistas aos gestores das empresas. Os resultados mostram a venda de embalagens de plástico e papelão
para o mercado local de recicláveis de Sergipe. Constatando-se também a doação para cooperativa de agentes
de reciclagem em Aracaju. Desta forma embalagens recicláveis que seriam descartadas inadequadamente, são
encaminhadas para a reciclagem.

Autores: Kelma Maria Nobre Vitorino; Graziele Conceição de Lima; Ana Carla da Silva e Maria Rita Liberato Ramos.

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