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Estudo comparativo de líquens na Fatec Jundiaí/SP e na Serra do Japí/SP

Resumo

Os líquens são organismos vivos que estão presentes em uma grande parcela dos biomas terrestres. São formados pela simbiose de um fungo e uma alga, cooperando entre si para a sobrevivência. Os líquens possuem uma peculiaridade, que pode ser usada para o monitoramento da qualidade do ar, devido a fragilidade que pode ser observada quando o mesmo é exposto à poluição atmosférica. Este estudo foi desenvolvido para estabelecer uma relação comparativa na cidade de Jundiaí entre a área urbana e a Serra do Japí. Na cidade de Jundiaí, pode ser verificada uma maior camada de poluição devido à densidade humana, que se utiliza de meios de transportes baseados na queima de combustível fóssil, contribuindo assim para o aumento da poluição atmosférica nos distritos da cidade. Tal fato afeta a camada de líquens de forma qualitativa e quantitativa. Na Serra do Japí existe uma faixa de Mata Atlântica preservada, local onde os líquens podem se desenvolver com facilidade devido à camada protetora que as árvores em maioria fornecem. Através do dimensionamento da qualidade do ar em pontos estratégicos da cidade a hipótese do estudo poderá ou não ser comprovada.

Introdução

Os líquens são organismos que vivem em simbiose, são constituídos por um fungo e uma alga e necessitam um do outro para poder sobreviver. Com a união desses simbiontes ocorre a produção de metabólitos exclusivos desse grupo taxonômico. Para que possam viver, é necessário umidade e luz, pois a alga realizará a fotossíntese para sua nutrição, sem luz, o processo não ocorre e dessa maneira não tem como a vida se manter. (PEREIRA, et al. 2006).
Os líquens dependem da nutrição por minerais para o seu crescimento e metabolismo, esses minerais são obtidos via deposição de elementos. Para o desenvolvimento são necessários alguns fatores, a rugosidade, a porosidade, dureza, luz, pH, partículas presentes no ar e outros (JUNIOR et al. 2007).
Na história a primeira expedição com finalidade de estudos botânicos no Brasil se deu em 1817 em um convite da princesa Leopoldina à dois cientistas alemães, Martius e Spix. Nesta viagem técnica se iniciou o estudo sobre líquens no país. As pesquisas eram realizadas principalmente nas regiões sul e sudeste, por motivos de logística, principalmente, por conta das instalações portuárias, dessa maneira existem mais pesquisas sobre a micota liquenizada dessas regiões do Brasil (PEREIRA, et al. 2006).
Calcula-se que existam cerca de 13.500 espécies de fungos liquenizados e, no Brasil, existam 2874 espécies, o que representa cerca 20% das espécies dos fungos conhecidos. 98% dos fungos liquenicos, são ascomicetos, porém 46% desses são liquenizados, uma dezena dos fungos são deuteromicetos e os basitomicetos que formam diversas associações com outros fungos e são encontrados com algas azuis (HONDA, et al. 1998).
São organismos de grande sensibilidade à poluição e resistentes a variações de temperatura, estando presentes desde lugares quentes, como desertos, até regiões frias, como o norte europeu. São muito sensíveis aos poluentes, principalmente metais pesados e óxidos de enxofre, desse modo os liquens podem ser utilizados como biomonitores indicando a presença de um poluente no ar. Fungos avermelhados são indicadores de um ar com índices de poluentes muito baixos, encontrados principalmente em florestas, porém são raros na cidade, precipuamente por conta de sua sensibilidade maior a poluentes, os verdes são mais comuns, e possuem uma resistência maior se comparados ao vermelho (PEREIRA, et al. 2006).
O presente trabalho é um estudo comparativo de duas regiões na cidade de Jundiaí, a Fatec Jundiaí, localizada na zona urbana da cidade, e a Serra do Japí, uma grande área de preservação ambiental. Por meio da observação, podemos identificar variações, no quesito quantidade e variedade de espécies entre os locais citados (PEREIRA, et al. 2006).

Autor: Gustavo Tonon Ferraretto, T. R. G.; Leal, L. L; Pereira, F. A. C. P.; e Greco, B. D.

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