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M-Macbeth como ferramenta de gerenciamento sistêmico, integrado e participativo: estudo de caso

Resumo

A sociedade do Terceiro Milênio tem sido cada vez mais desafiada em preservar seus recursos naturais exigindo uma nova postura na arte de viver, particularmente no tratamento de resíduos sólidos, pois estes têm configurado uma das maiores e mais complexas dificuldades de tomada de decisão.

Visto que corresponde a recursos finitos com objetivos, extremamente, complexos que na realidade não perpetua em fácil quantificação. Isto porque, todo esse processo de apoio à tomada de decisão está, intrinsecamente, envolvido na esfera interdisciplinar, envolvendo uma abordagem genuinamente sistêmica.

O artigo apresenta um processo de avaliação de tomadores de decisão no município do Crato. Toda a avaliação foi arquitetada em 26 critérios gerais, a partir de sete áreas de estudo.

O trabalho mostra que os tomadores de decisão possuem divergências com relação aos critérios levantados o que exige providências relevantes, para que se possa construir um modelo de gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos no município do Crato, que venha contribuir para o planejamento e a tomada de decisões mais acertadas

Introdução

Os resíduos sólidos urbanos são considerados um dos resíduos de difícil gerenciamento, visto que sua composição é oriunda de resíduos bastante heterogêneos, e dependendo do local de origem, assim como dos aspectos sociais e econômicos, além dos hábitos da sociedade tornando-o muito variado. A tendência é ter uma solução, extremamente, complexa ao que concerne a tomada de decisão. Todavia, as soluções são imprescindíveis e devem ser ambientalmente adequadas, economicamente sustentáveis e politicamente corretas, como aplicáveis para a sociedade. A maioria dos municípios brasileiros, secretaria de saúde pública, infraestrutura, meio ambiente buscam cuidar do gerenciamento de resíduos sólidos. No entanto, os sistemas de gerenciamento efetivos são muito raros, o que se observa mais da metade dos resíduos sólidos gerados permanece desacompanhada (Jha, 2001). Logo, a gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos em países em desenvolvimento, como a Brasil, pode ser atribuída aos recursos limitados, falta de planejamento, boa governança, escassez de estudos e conhecimentos técnicos.

Com um maior número de pessoas nos centros urbanos e o crescimento do consumo a geração de resíduos sólidos aumenta na mesma proporção, ao passo que os locais de tratamento e destinação final não conseguem absorver todo consumo proporcionando ineficiência no gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos.

No entanto, esse cenário é muito negligenciado devido as problemáticas que os municípios do Brasil tem enfrentado, ou seja, praticamente todo tipo de material que se gera ou não impacto ambiental é enviado aos lixões ou aterros sanitários. Logo, o envio de resíduos domésticos e industriais sem tratamento adequado tem como destino o lixão a céu aberto na maioria dos municípios brasileiros, representando sérios problemas a saúde pública, ao desenvolvimento econômico e ao meio ambiente.

Nessa perspectiva, a sociedade se defronta com o desafio do equacionamento entre geração de resíduos e disposição final ambientalmente segura. De modo que esse equilíbrio ocorra como resposta ao crescimento da produção e de práticas inadequadas de resíduos sólidos, assim como a falta de áreas de disposição final presente na maioria das cidades.

Os indivíduos, frequentemente, são confrontados com situações pessoais, profissionais e organizacionais, que lhes impõem a tomar algum tipo de decisão. Isso faz com que muitas decisões sejam complexas e que envolvam múltiplos objetivos, logo não existirá uma alternativa dominante que seja melhor do que todas as alternativas possíveis para todos os objetivos (Keeney e Raïffa, 1976; Guglielmetti et al., 2005), proporcionando à necessidade de se estruturar um algoritmo, de modo a permitir o confronto de vários pontos de vista, muitas vezes contraditórios (BANA E COSTA, 1993). Nesse aspecto, significa que a tomada de decisão está relacionada à pluralidade de pontos de vista, que podem ser definidos como critérios (FIGUEIRA et al., 2005).

Diante disso a teoria da análise de decisão (Decision Analysis) apresenta uma decisão como uma escolha entre as alternativas que proporcionarão futuros incertos, para a qual existem preferências.

Para Roy (1990), a metodologia de multicritérios de decisão utiliza-se da visão prescritiva e construtiva, para aproximar-se dos problemas, com uma visão descritiva (o mundo como ele se apresenta) e normativa (o mundo como processos e com o uso de fórmulas matemáticas).

Para Gomes et al. (2002, p. 70) o “apoio multicritério à decisão busca estabelecer uma relação de preferências (subjetivas) entre as alternativas que estão sendo avaliadas sob a influência de vários critérios”, assim deve levar em consideração: que os processos decisórios são complexos e incluem diversos atores; que cada ator tem a sua subjetividade; verificar os limites da objetividade e considerar as subjetividades dos atores envolvidos; e que o problema não está definido e nem estruturado.

Nessa perspectiva, a metodologia estabelece algumas vantagens que se baseiam na operacionalidade e julgamento pessoal, e podem ser destacadas como:

a) facilitar o uso de não-especialistas, pois quando transformada em um programa de computador que seja o mais amigável possível com o usuário e disponha de recursos gráficos-visuais;

b) estabelecer-se em um método lógico e transparente;

c) exercer liberdade de incerteza para interpretações dos dados de entrada;

d) inserir tanto critérios qualitativos como quantitativos;

e) exercer julgamentos de valor em escalas cardinais ou verbais;

f) lidar com alternativas que sejam independentes uma das outras, assim como dependentes.

Com isso, Gomes et al. (2002, p.73) esclarece que “tomar uma decisão é fazer uma escolha dentro do conjunto de alternativas factíveis (…) a eficiência na tomada de decisão consiste na escolha da alternativa que (…) ofereça o(s) melhor(es) resultado(s)”.

Uma maneira eficiente de construir respostas aos problemas relacionados aos resíduos sólidos tem-se como atores os empresários com interesses explícitos e racionais, os dos ambientalistas, gestores municipais e sociedade em geral com interesses difusos.

Frequentemente os indivíduos são confrontados com situações pessoais, profissionais e organizacionais, que lhes impõem a tomar algum tipo de decisão. Isso faz com que muitas decisões sejam complexas e que envolvem múltiplos objetivos, logo não existirá uma alternativa dominante que seja melhor do que todas as alternativas possíveis para todos os objetivos (Keeney e Raïffa, 1976; Guglielmetti et al., 2005), proporcionando à necessidade de se estruturar um algoritmo, de modo a permitir o confronto de vários pontos de vista, muitas vezes contraditórios (BANA E COSTA, 1993). Nesse aspecto, significa que a tomada de decisão está relacionada à pluralidade de pontos de vista, que podem ser definidos como critérios (FIGUEIRA et al., 2005).

Para Roy (1990), a metodologia de multicritérios de decisão utiliza-se da visão prescritiva e construtiva, para aproximar-se dos problemas, com uma visão descritiva (o mundo como ele se apresenta) e normativa (o mundo como processos e com o uso de fórmulas matemáticas).

Para Gomes et al. (2002, p. 70) o “apoio multicritério à decisão busca estabelecer uma relação de preferências (subjetivas) entre as alternativas que estão sendo avaliadas sob a influência de vários critérios”, assim deve ser levando em consideração: que os processos decisórios são complexos e incluem diversos atores; que cada ator tem a sua subjetividade; verificar os limites da objetividade e considerar as subjetividades dos atores envolvidos; e que o problema não está definido e nem estruturado.

O método multicritério de apoio a decisão busca fazer sua associação com o seu elemento original, a Pesquisa Operacional. De acordo com Roy e Vanderpooten (1996) trata-se de uma ferramenta importante de tomada de decisão, utilizada inicialmente na Segunda Guerra Mundial, no entanto tornou-se um instrumento de apoio à decisão empresarial, tendo como propósito soluções precisas que direcionam os tomadores de decisão para uma determinada ação, que tem como pontos de partida pressupostos definidos: Estruturação dos critérios; Avaliação e ponderação dos critérios; Avaliação das alternativas e Análise MCDA: Estudo do método M-Macbeth.

O método Macbeth (Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique) é um método de apoio à decisão desenvolvido na década de 1990, que admite avaliar opções levando em consideração múltiplos critérios. É um método que se diferencia de outros métodos multicritérios por se fundamentar na ponderação dos critérios e na avaliação das opções em julgamentos qualitativos sobre diferenças de atratividade. Através do método pode realizar a comparação de dados qualitativos através de um procedimento não numérico, buscando quantificar a atratividade relativa das opções.

O Macbeth (Bana Consulting, 2005) é um sistema multicritério de apoio à decisão, concebido para ser usado por um consultor (facilitado ou analista de decisão), seguindo o princípio construtivista segundo o qual “o problema e a solução pertencem ao decisor e não ao consultor” (Schein, 1999). É um processo sócio-técnico com várias fases (Figura 1), que “combina elementos técnicos da análise multicritério com aspectos sociais de decision conferencing” (Phillips e Bana e Costa, 2007, apud COSTA, MEZ e OLIVEIRA, 2013).

Quanto a escala de valores, para que sejam atribuídas notas às alternativas de cada critério, o software faz uso do módulo scores, comparando par a par, cada alternativa, e por programação linear é propõe uma escala de notas, analisando também os intervalos de variação sem tornar o problema inconsistente. Para atribuir pesos e para construção do critério-síntese, é utilizado o módulo weights do M-Macbeth. O M-Macbeth faz a comparação dos critérios de forma indireta e considerando fictícias as alternativas dos critérios (SOARES DE MELLO et al, 2003).

Essa metodologia de apoio à tomada de decisão avalia opções de considerando múltiplos critérios sendo: a) capaz de transformar julgamentos qualitativos em quantitativos; b) verificar automaticamente a consistência dos julgamentos, proporcionando sugestões para solucionar eventuais inconsistências; c) o software é de fácil uso e de fácil explicação para o decisor, incluindo, nesse caso, a explicação da base axiomática; d) permite explicitar as preferências do decisor.

Neste estudo, é desenvolvido através de um sistema de apoio à decisão em que se tem como objetivo analisar os construídos 26 critérios de avaliação, agrupados em sete áreas de interesse: ambiental; social; econômicos; político/regulatório; planejamento/institucional; eco-inovação e tecnologias ambientais e estruturas de apoio. O modelo é importante, visto que apresenta viabilidade, reaplicação e pertinência para outras avaliações de cunho institucional, comercial e qualificação da pesquisa, apresentando com as macros fases da metodologia multicritério, mas sem descartar a opinião de dos atuais tomadores de decisão no assunto.

Autores: Valquiria Melo Souza Correia; Marisete Dantas de Aquino; Antonio Clecio Fontelles Thomaz e Marcílio Luís Viana Correia.

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