saneamento basico

Gerenciamento de resíduos químicos em um laboratório de ensino e pesquisa: a experiência do laboratório de limnologia da UFRJ

Resumo

Os resíduos químicos de laboratório gerados por atividades de pesquisa e/ou ensino nas universidades e centros de pesquisa passaram a ser uma preocupação no Brasil a partir da década de 1990 face a até então falta de um gerenciamento adequado para os mesmos. Essa questão não se restringe apenas à adoção de práticas que visem à minimização e ao tratamento dos resíduos produzidos nas atividades laboratoriais, mas também a conscientização e treinamento do fator humano [1,2], já que não basta apenas dispor de rotas de tratamento de resíduos se as pessoas não são parte ativa e integrante da gestão dos mesmos. Com o aumento e a diversificação das discussões relativas a problemas e impactos ambientais decorrentes das atividades humanas tornou-se intolerável a falta de compromisso com a gestão dos resíduos químicos gerados nas instituições de ensino e pesquisa, locais por excelência de formação de novos recursos humanos [3]. Outra característica dessas instituições é que elas não eram habitualmente consideradas unidades poluidoras. Culturalmente sempre se buscou apenas focar o ensino e a instrução técnica dos alunos. Por isso, durante décadas, muitos dos procedimentos nessas instituições geraram quantidades desnecessárias de resíduos por empregarem grandes quantidades de reagentes, e que eram descartados sem critério algum [4]. Isso reflete bem o modelo que vigorou por muito tempo, o do desenvolvimento sem qualquer noção de sustentabilidade ambiental [5,6].

A literatura mostra diversos trabalhos envolvendo resíduos químicos de laboratório, os quais se enquadram em dois tipos básicos: o estabelecimento de rotas de gestão, focando o tratamento de correntes residuais para um descarte final adequado e/ou a recuperação de elementos de elevado valor agregado [2,3,7-13], e a avaliação do impacto desses programas de gestão sobre as pessoas envolvidas nos mesmos, com ênfase na percepção e assimilação de uma nova cultura comprometida com o meio ambiente e a gestão dos resíduos gerados por eles mesmos [3,7,9,10,14-16].

A grande parte dessas experiências se ambienta em laboratórios de ensino e pesquisa em química. Parecem existir poucos relatos em laboratórios de áreas correlatas como farmácia, biologia e nutrição [17]. Naturalmente, nestes laboratórios, também existe toda uma variedade de análises químicas. Da mesma forma, as pessoas que trabalham nesses locais precisam conscientizar-se e ser formadas para gerir de forma efetiva os resíduos. O estabelecimento desses programas de gestão é uma excelente oportunidade de aprendizagem, formação e sensibilização para alunos, professores e técnicos. O fator humano deve ser valorizado, na medida em que todos os usuários são parte integrante do programa e corresponsáveis pelos resultados e avaliações a serem obtidos [1].

O tratamento de um resíduo aquoso de laboratório exige a aplicação dos conhecimentos básicos de equilíbrio químico [18]: neutralização ácido-base; escolha do agente precipitante de metais pesados e/ou de ânions presentes no resíduo, minimizando riscos de solubilização dos mesmos por complexação; aplicação de reações de oxirredução para oxidar/reduzir espécies presentes no resíduo. O efluente final deve ser límpido e incolor, ter pH em torno de 7 e apresentar caráter redox indiferente [8,9,19].

O laboratório de Limnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criado em 1989, caracteriza-se pela realização de várias atividades de pesquisa em virtude do grande número de alunos de doutorado e de mestrado, de programas de estágio para alunos de iniciação científica, e de projetos junto a agências de fomento e à iniciativa privada. Além disso, outra atividade geradora de resíduos é as aulas práticas de graduação para os cursos de bacharelado em Ecologia do Instituto de Biologia da UFRJ e do Programa de Pós Graduação em Ecologia da mesma universidade.

Autores: Claudio Cardoso Marinho; Reinaldo Luiz Bozelli e Francisco de Assis Esteves.

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