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Viabilidade da implantação de sistemas de lagoas para tratamento do chorume do aterro sanitário de Santo André/SP

Resumo

O aterro sanitário municipal de Santo André, cidade localizada no ABC paulista, gera cerca de 225 m3 de chorume por dia, o qual, atualmente, não é tratado no próprio local, e sim encaminhado para uma estação de tratamento localizada em outra cidade, próxima de Santo André. O custo de transporte e tratamento desse chorume está em torno de R$ 54.000,00 por mês. Com o intuito de eliminar e/ou diminuir esse custo, considerado relativamente alto, este trabalho foi direcionado a avaliar a viabilidade econômica da implantação de um sistema de tratamento de chorume no próprio aterro sanitário de Santo André, sendo o sistema de tratamento constituído por lagoa aeróbia seguida de lagoas de decantação. Ao final deste estudo, foi realizada uma comparação entre o custo total do projeto do sistema de tratamento e o custo atual que a prefeitura de Santo André tem com transporte, tratamento e disposição deste chorume. Os resultados mostraram uma expressiva diminuição nos custos atuais, comprovando grande vantagem na implantação do sistema de tratamento no próprio aterro de Santo André. Ao final do estudo, também foi possível calcular o tempo de amortização ou recuperação do capital total investido no projeto, sendo aquele igual a 111 dias.

Introdução

Nos últimos anos, nosso país vem tendo um grande aumento da quantidade de resíduos sólidos urbanos gerados, devido ao crescimento das grandes cidades e consequente aumento da densidade demográfica nesses locais. Durante muitos anos, a disposição final dos resíduos sólidos urbanos era feita em lixões à céu aberto, com consequente contaminação do solo e do lençol freático. No ano de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (2010), por meio da Lei nº 12.305, proibiu o descarte de resíduos sólidos urbanos em lixões e, assim, a disposição final do lixo em aterros sanitários passou a ser obrigatória. Isso acabou gerando uma série de novos desafios para quem trabalha nessa área no que diz respeito à produção de outros resíduos tóxicos e poluentes, subprodutos do aterro sanitário, tais como o chorume. O chorume nada mais é do que o percolado do lixo do aterro sanitário. É um líquido de cor escura e odor forte, altamente poluente, resultante da decomposição de resíduos orgânicos depositados em aterros sanitários, que passam por processos físicos, químicos e biológicos e se misturam com as águas pluviais. Sendo assim, todo aterro sanitário deve conter uma estrutura de impermeabilização do solo no local de depósito do lixo, a fim de evitar a infiltração daquele poluente no solo e consequente contaminação do lençol freático, bem como um sistema de drenagem para encaminhar o chorume para um sistema de contenção. A partir da captação e armazenamento, ele deve ser, então, encaminhado para uma estação de tratamento de efluentes e, finalmente, após seu tratamento, ser encaminhado para o córrego de destino.

A cidade de Santo André, localizada no ABC Paulista, tem o melhor aterro sanitário municipal da região
metropolitana de São Paulo, com nota 9,6 dada pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São
Paulo). Porém, atualmente, o chorume gerado pelo aterro de Santo André não é tratado no próprio local, e sim
bombeado para grandes reservatórios, impermeabilizados e escavados no solo, sendo regularmente
transportado através de carretas bi-trem até uma estação de tratamento próxima de Santo André. Segundo o
SEMASA (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), o custo da prefeitura de Santo
André com o transporte e tratamento deste chorume em outra cidade próxima é consideravelmente alto, cerca
de R$ 54.000,00 por mês. Sendo assim, a justificativa para realização deste trabalho foi verificar a viabilidade
econômica do tratamento deste chorume no próprio local, à poucos metros do aterro sanitário onde o mesmo é
gerado, utilizando-se um sistema de lagoa aeróbia seguida de lagoas de decantação, eliminando assim os
custos atuais de transporte e tratamento terceirizado. Os sistemas de tratamento por meio de lagoas aeradas
seguidas de lagoas de decantação apresentam alta eficiência de remoção de DBO, possibilidade de reuso do
efluente e baixo custo de construção e operação (SILVA, et al. 2010, OSWALD, 1995).

Autores: Roberto Antonio Bezerra Junior; Lucas Serrano Ventura de Castro; Gabriela Cherres Xavier Esteves; Richard Ribeiro da Silva e Giovani Chaves da Rocha.

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