saneamento basico

Monitoramento de recalques de longo prazo no antigo vazadouro de Marambaia, Nova Iguaçu – RJ

Resumo

O presente trabalho versa sobre a análise da compressibilidade dos RSU do antigo vazadouro da Marambaia, localizado no município de Nova Iguaçu – RJ, que operou durante o período de 1987 a 2003 como lixão, foi remediado e operou como aterro controlado durante os anos de 2001 a 2004. O trabalho foi levado a cabo através de dados de monitoramento de recalque superficial obtidos por meio de marcos superficiais em um período de 2008 a 2015. Com o monitoramento foi possível avaliar a compressibilidade dos RSU, permitindo observar que os recalques variaram entre 79 e 204 mm, representando deformações na faixa de 0,16 a 0,41%. As velocidades de recalques estavam entre 0,029 e 0,333 mm/dia.

Introdução

A questão dos efeitos da compressibilidade dos RSU em aterros sanitários tem sido bem estudada nos últimos anos, inclusive em aterros brasileiros, devido ao aumento no número dessas unidades de destino final e a necessidade de conhecer o comportamento mecânico dos resíduos, para evitar riscos de rupturas dos taludes dos aterros, como também para aproveitamento das áreas onde as atividades de recebimento de resíduos foram encerradas.

Os elementos sólidos presentes nos RSU podem variar em forma e volume, devido aos processos de degradação. A resultante perda desta massa dos resíduos implica na geração de novos vazios no interior do maciço sanitário e, consequentemente, na ocorrência de recalques, que podem ser definidos como movimentações verticais e horizontais da superfície de um aterro sanitário. O ritmo de produção de recalques em um aterro sanitário varia de acordo com a idade dos resíduos, apresentando velocidades de recalque que diminuem com o tempo, mas que, em todo caso, se mantêm perceptíveis durante anos (Espinace et al., 1999).

Segundo Machado et al. (2008), as condições favoráveis a degradação no interior dos maciços também são responsáveis por modificar as propriedades de componentes dos RSU menos degradáveis, como plásticos, o principal componente da fração de fibras dos resíduos.

Portanto, é de se esperar que a biodegradação dos resíduos orgânicos e outros processos físico-químicos que ocorrem durante a vida útil de um aterro contribuam significativamente para modificar o comportamento compressivo do resíduo com o tempo, influenciando assim o desempenho de todo o aterro.

Diferentes abordagens foram apresentadas nos últimos anos, numa tentativa de se compreender o comportamento compressivo dos RSU. De acordo com Machado et al. (2002), a aplicação de conceitos e teorias da mecânica de solos para o estudo da compressibilidade apresentou resultados razoáveis em alguns casos, embora não tenham sido capazes de reproduzir todo o fenômeno envolvido no processo. Pereira (2000), Abreu (2000) e Palma (1995) ressaltam que a definição apropriada do componente tempo é de suma importância na maioria das abordagens existentes, assim como).

Nesse contexto, tem-se a medição e análise de recalques nos aterros de resíduos sólidos urbanos como
importante contribuição para a salvaguarda destes empreendimentos, já que estes sofrem reduções
volumétricas significativas que podem impactar diretamente na avaliação das condições de estabilidade dos
maciços de resíduos, na estimativa da vida útil dos mesmos, na avaliação da integridade dos sistemas de
revestimento, de cobertura e dos dispositivos de drenagem de lixiviados e gases, bem como no
desenvolvimento de estudos para reaproveitamento das áreas ocupadas após o fechamento dos aterros (Pereira,
2000, Simões & Catapreta, 2009, Babu et al., 2010, McDougall 2011).

Esse artigo tem por objetivo analisar a compressibilidade dos resíduos sólidos do antigo vazadouro de
Marambaia, que operou de 1987 a 2003 e foi remediado entre 2001 e 2004, por meio de dados de
monitoramento dos recalques superficiais, realizado no período de 2008 a 2015, totalizando um período de
aproximadamente 8 anos de observação.

Autores: Leandro Rangel Corrêa; Ana Ghislane Henriques Pereira van Elk e Elisabeth Ritter.

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