saneamento basico

Atlas do potencial energético dos resíduos sólidos urbanos das regiões consorciadas para a implantação dos futuros aterros do Estado de Alagoas

Resumo

A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) recomenda a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). No Estado de Alagoas foi promulgada a Lei Estadual n° 7.749/2015 que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos e Inclusão Produtiva, a qual dispõe sobre as diretrizes gerais, os seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento dos resíduos, em consonância com as políticas estaduais de meio ambiente, recursos hídricos, saneamento básico e de promoção da inclusão social. Na decomposição dos resíduos sólidos urbanos nos aterros sanitários ocorre biogás, que é um gás composto essencialmente por metano e dióxido de carbono, sendo esses gases contribuintes para o efeito estufa. No entanto, o biogás apresenta um potencial energético elevado podendo ser utilizado como fonte de energia. Uma forma de minimizar os impactos do biogás no meio ambiente é através do seu reaproveitamento para geração de energia elétrica. O presente projeto tem como proposta realizar um levantamento do potencial energético dos resíduos sólidos urbanos do Estado de Alagoas, agrupando os municípios em regiões, facilitando assim a gestão integrada dos resíduos sólidos. Para estimar o potencial energético dos resíduos sólidos urbanos nos futuros aterros sanitários e suas variações ao longo do tempo foi utilizado o modelo LandGEM versão 3.02, que possibilitou observar a partir dos dados encontrados que os futuros aterros apresentam um significativo potencial energético, em particular na região da Zona da Mata o município de União dos Palmares com potência média de 186.439,19 W, seguido do município de Rio Largo, integrante do Consórcio Regional Metropolitano, com 185.686,57 W, na região do Litoral Norte o município de Maragogi com 124.070,91 W disponíveis, a região do Sertão com o maior município de Delmiro Gouveia, com potência média de 131.073 W, Santana do Ipanema na região da Bacia Leiteira, com 103.416 W média, Litoral Sul com o município de Campo Alegre, com 150.190 W disponíveis, e por fim, a região do Agreste, com Arapiraca 882.657 W entre os anos de 2017 e 2037. Espera-se que este trabalho contribua com a formação de recursos humanos na área de bioenergia e ainda no levantamento de dados e informações que possam ser utilizadas como base de estímulo para novas pesquisas e investimentos sobre o aproveitamento energético dos resíduos sólidos urbanos do Estado de Alagoas.

Introdução

O crescimento populacional acompanhado por mudanças de hábitos e de consumo da população, tem levado a um aumento significativo da geração de resíduos sólidos das mais diversas naturezas. Diante disso, a preocupação em relação aos resíduos sólidos tem aumentado em razão do crescimento da produção, da falta de gerenciamento adequado e da escassez de áreas apropriadas de disposição final (JACOBI; BESEN, 2011). Nesse contexto, a opção mais utilizada atualmente no Brasil para disposição final de resíduos sólidos é o aterro sanitário, por ainda ser a forma mais segura e econômica. Com o aumento do número de aterros, aumenta-se também o potencial de produção de biogás.

A produção de biogás se dá sob condições anaeróbias, de forma que os resíduos sólidos sofrem decomposição formando uma mistura gasosa composta principalmente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). O aproveitamento do biogás tem o potencial de melhorar a segurança energética, uma vez que constitui uma fonte alternativa de energia, e de contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE).

No Brasil, a problemática associada à insegurança energética e aos resíduos sólidos faz com que o biogás gerado a partir desses resíduos seja uma alternativa potencialmente vantajosa, uma vez que a geração de eletricidade a partir de biogás proporciona um fornecimento descentralizado e próximo aos pontos de carga, por meio de uma fonte renovável que vem sendo tratada como resíduo; possibilidade de receita extra, resultante da geração de energia a partir do biogás e vendida às concessionárias; redução na quantidade de eletricidade comprada da concessionária e das emissões de metano para a atmosfera, entre outros (SALOMON; LORA, 2005).

O objetivo do trabalho é identificar o potencial energético dos resíduos sólidos urbanos dos futuros aterros dos municípios das regiões Metropolitana, Zona da Mata, Litoral Norte, Bacia Leiteira, Sertão, Agreste e Sul do estado de Alagoas através de um modelo de estimativa de geração de biogás, o LandGEM, com o intuito de mostrar a oportunidade de implantação de projetos de captura de biogás nos aterros, com a consequente geração de energia e redução de emissões de GEE.

Autores: Luísa Mayumi Chagas Fuonke; Júlia Santos Humberto; Karina Ribeiro Salomon e Ivete Vasconcelos Lopes Ferreira.

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