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Conservação e preservação dos recursos hídricos na RMSP “Muito além da água”

Resumo

A gestão dos recursos hídricos quanto à disponibilidade e qualidade da água é objeto de ações do dia a dia nas empresas de saneamento. Mas, a escassez hídrica em todo o mundo vem trazendo à discussão metodologias e teorias no sentido de buscar soluções em novas tecnologias, ou simplesmente em ações que atendem ao equilíbrio ecológico. Água e floresta são indissociáveis, ainda mais quando o assunto é o abastecimento público de uma metrópole como a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A Sabesp, enquanto responsável pelo abastecimento público de água da RMSP, atende mais de 21 milhões de habitantes por meio de oito Sistemas Produtores, compostos por dezoito reservatórios (mananciais), cuja qualidade da água depende das ações de restauração, conservação e preservação de seu entorno. Para isso, atua de maneira sustentável em diversas frentes, especialmente em suas áreas inseridas no bioma Mata Atlântica. Destas, mais de 33,2 ha de floresta, estão em Unidades de Conservação legalmente instituídas, incluídas nas áreas do Cantareira, Alto Cotia, Rio Claro e Fazenda Capivari. É um trabalho de muitos anos e que se insere perfeitamente no conceito de “Soluções Baseadas na Natureza”, uma tendência que soma às alternativas para preservação dos Mananciais Metropolitanos.

Introdução

Florestas e Água são temas indissociáveis quando o assunto é garantir o abastecimento público de uma região metropolitana como a de São Paulo – Região Metropolitana de São Paulo – RMSP.

Inserida na Bacia do Alto Tietê, o desafio de abastecer a Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, com mais de 21 milhões de habitantes em uma área com baixa disponibilidade hídrica, requereu ao longo do tempo, em função da pressão urbana, que fossem concentrados esforços para ampliação da infra-estrutura: Barragens, Estações de tratamento de água, Reservatórios e toda a Rede de adução e distribuição.

Com relação às Represas em regiões mais próximas de centros urbanos, as bacias hidrográficas sofreram interferência da pressão urbana e ocupação irregular. As áreas lindeiras e as próprias Represas dos Sistemas Cantareira, Alto Cotia, Guarapiranga-Capivari e Rio Claro fazem parte do patrimônio da Sabesp, diferente de outros Reservatórios onde a propriedade é de outras empresas ou autarquias.

Desse patrimônio, mais de 44.000 hectares (ha) estão em Unidades de Conservação e 94% (33 mil hectares) são áreas protegidas cobertas vegetalmente nas Reservas: Morro Grande (Sistema Alto Cotia), Parque Estadual da Serra do Mar (Sistema Rio Claro), Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos (Transferência Capivari – Sistema Guarapiranga) e APA Sistema Cantareira (Sistema Cantareira). Essas Reservas representam 1,4% do remanescente de Mata Atlântica do Estado de São Paulo.

A cobertura vegetal, por estar diretamente relacionada à permeabilidade dos solos, é determinante para a regularidade da vazão dos rios. E isso é ainda mais claro quando se trata da mata ciliar, responsável pela qualidade da água, estabilização das margens das represas e cursos d´água, impedindo a erosão e o assoreamento, atuando como barreira de contenção para possíveis contaminações químicas e físicas, entre tantas outras funções importantes. Nesse sentido, as ações para preservação das Unidades de Conservação estão focadas na segurança e monitoramento, manutenção, conservação das matas ciliares e educação ambiental. Já no caso das áreas do Sistema Cantareira, a recomposição vegetal tem sido realizada e fomentada por muitos anos.

Estes programas de preservação aplicados ao longo do tempo vão de encontro ao conceito de Soluções Baseadas na Natureza – SbN, cuja ampla divulgação ganhou corpo no último Relatório Mundial das Nações Unidas, cuja temática foi “Soluções Baseadas na Natureza para a Gestão da Água” (Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2018).

“A Avaliação Ecossistêmica do Milênio (Millennium Ecosystem Assessment, no original em inglês), programa de pesquisas sobre mudanças ambientais lançado pela ONU e cujos primeiros resultados foram divulgados em 2005, foi que concluiu que nós, humanos, mudamos o ambiente natural mais rapidamente nos últimos 60 anos do que nunca antes na História do planeta – que já conta com 3,8 bilhões de anos.

Foi pensando em como conter essas interferências humanas sobre o meio ambiente que a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), a maior organização internacional dedicada à conservação dos recursos naturais, cunhou a expressão “Soluções Baseadas na Natureza” (SbN).

Autores: Anelise Biganó Luzio; Sérgio Antonio da Silva e Álvaro Fernandes Jr.

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