saneamento basico

Caracterização e estimativa de produção de biogás a partir da biodigestão anaeróbia de cama de codorna e frango

Resumo

A coturnicultura no Brasil apresentou, em 2012, um rápido crescimento, registrando um efetivo de 16.436.000 de codornas produzidas, o que representou um aumento de 5,6% em relação a 2011. Apesar da cultura de codornas de corte (Coturnix coturnix coturnix), já estar presente no mercado brasileiro desde a década de 90, ainda não há informações suficientes nas áreas de nutrição, manejo e ambiência dessa cultura e de sua cadeia produtiva. A grande produção de dejetos são direcionadas no sentido a minimizar os impactos ambientais dessa atividade. Este trabalho teve como objetivo caracterizar a cama de codornas de corte, realizando um comparativo com a cama de frango em termos de potencial teórico de produção de biogás desses resíduos. A produção teórica do biogás foi realizada em função do teor de Sólidos Totais Voláteis (STV) dos resíduos orgânicos (dejetos) dos abatedouros avícolas. Amostras de cama sem dejetos (palha seca de arroz) apresentou um teor de 80,45% de STV, enquanto que as camas com resíduos de codorna e frango apresentaram 83,21% e 82,53% de STV, respectivamente. Foi estimada a produção de metano por quilo de ave abatida chegando a valores de 0,20 e 0,10 m³/kg ave abatida/mês, para resíduos de camas com dejetos de codorna e frango, respectivamente. A análise elementar, indicou que o teor de nitrogênio e enxofre das camas com dejetos é maior do que o teor destes mesmos elementos para a cama sem dejetos. Porém o teor de carbono apresentou-se maior na cama sem dejetos do que nas demais, o que indica um menor teor de compostos orgânicos na cama contendo apenas palha de arroz, do que nas camas contendo dejetos. Concluiu-se então que há um elevado potencial de obtenção de calor e/ou energia utilizáveis dentro do próprio abatedouro, reduzindo custos de produção e a lucratividade do negócio.

Introdução

A produção de codornas (coturnicultura) no Brasil apresentou, em 2012, um rápido crescimento, registrando um efetivo de produção de cerca de 16.436.000 de codornas, o que representou um aumento de 5,6% em relação ao ano de 2011 (IBGE, 2014). A produção brasileira de frangos de corte também se desenvolve de maneira satisfatória. No ano de 2010, a atividade obteve aumento de 11,4 % em relação a 2009 (10.980.000), chegando a 12,2 milhões de toneladas (UBA, 2011).

Devido a grande produção de resíduos orgânicos (dejetos) nestas atividades, preocupações quanto aos aspectos produtivos devem ser direcionadas para minimizar os impactos ambientais provenientes das atividades avícolas. Portanto, é de fundamental importância para os avicultores planejar e administrar de forma segura os diferentes tipos de resíduos gerados, para que a indústria avícola continue se desenvolvendo em face de restrições legais quanto à disposição de resíduos no solo (SILVA; PELÍCIA, 2012).

A biodigestão é uma alternativa para o aproveitamento do dejeto de animais, fazendo com que haja a diminuição da contaminação do solo e da água, produzindo ainda fonte de energia na forma de biogás e biofertilizante para ser usado nas lavouras e pastagens (AZEVEDO et al, 2014). A digestão anaeróbia do resíduo animal acaba por produzir biogás, que é composto basicamente de metano (CH4: 50 a 70%) e dióxido de carbono (CO2:-30%). O metano gerado nos biodigestores pode ser aproveitado como fonte de energia térmica ou elétrica e usada em substituição aos combustíveis fósseis (GLP) ou à lenha, tendo como vantagem, ser uma fonte de energia renovável. Além dos aspectos ambientais, redução na emissão de gases de efeito estufa, a produção de biogás pode agregar valor a produção, tornando-a auto sustentável economicamente, por meio da geração de energia (térmica) e a valorização agronômica do biofertilizante (OLIVEIRA E HIGARASHI, 2006).

Santos e Nardi JR, (2013) afirmam que uma residência comum com sala, cozinha, dois quartos, área de serviço e um banheiro consomem aproximadamente 100 a 150 kWh/ mês. Considerando a média de 150 kWh/mês, é possível observar que o gás gerado pela digestão dos dejetos de codorna e de frango é capaz se suprir as necessidades energéticas de uma pequena propriedade rural com 5 habitantes.

O objetivo deste trabalho é caracterizar a cama de codornas de corte, realizando um comparativo com a cama de frango em termos de potencial teórico de produção de biogás desses resíduos.

Autores: Thayná Habeck Lúcio Silva; Isabelle Cristine Prohmann Tschoeke; Iara de Siqueira Bezerra; André Felipe de Melo Sales Santos e Mauricio Alves da Motta Sobrinho.

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