saneamento basico

Avaliação da remoção de nitrogênio em estação de tratamento de esgotos: EPAR Capivari II

Resumo

O nitrogênio é um elemento de suma importância para os seres vivos, porém as ações humanas aumentam sua disposição no solo e água, alterando seu ciclo natural e prejudicando a vida e o ambiente pelo seu excesso. Grande parte das Estações de Tratamento de Esgotos (ETE) existentes no país não possuem sistemas que possibilitem a sua remoção.

Nesse sentido o presente trabalho relata uma avaliação da remoção do nitrogênio nas formas Amoniacal e NTK em uma Estação de Produção de Água de Reúso (EPAR), através do Tratamento de Esgoto, apresentando seus processos, fases e resultados. Demonstra também a importância dessa remoção para a melhoria da qualidade da água do corpo receptor. Palavras-chave: Tratamento de esgoto, Nitrogênio, nitrificação, desnitrificação.

Introdução

No século passado em decorrência da industrialização, os recursos hídricos no Brasil sofreram grande degradação. Durante esse desenvolvimento boa parte da água disponível acabou se tornando imprópria para consumo. O aumento do consumo fez com que o ciclo natural da água na natureza se tornasse insuficiente. Com o objetivo de minimizar os poluentes presentes nas águas, deixando-os em níveis aceitáveis em relação à legislação vigente, antes de retorná-las aos corpos receptores, novas tecnologias para tratamento se fizeram necessárias a fim de reduzir essas contaminações e despejos abusivos.

A remoção de nitrogênio nos efluentes é de suma importância para a redução na eutrofização dos cursos hídricos, consequentemente para redução de danos causados à biota aquática. A forma predominante do nitrogênio indica o estágio de poluição oscasionado pelo lançamento de poluentes a montante do ponto analisado.

Efluentes ricos em nitrogênio e outros nutrientes deixam o meio aquático mais propício ao crescimento de algas, causando eutrofização. Quando há descargas em grandes escala, esse processo se torna mais forte, causando prejuízos aos usos dessa água, alterando o sabor, odor, turbidez, cor da água, além da redução do oxigênio dissolvido, causando mortantade de peixes e outras espécies aquátivas, além de reduzir as condições para qualquer atividade de lazer nesta água.

O CONAMA em sua Resolução 430/11 (TEIXEIRA, 2011), que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, limita em 20 mg/L o padrão para o nitrogênio amoniacal (Seção II da resolução), porém esse limite não se aplica para efluentes oriundos de sistemas de tratamento de esgotos sanitários (Seção III da resolução). Devido a isso a maior parte dos sistemas de tratamento existentes no Brasil visa a remoção de compostos orgânicos, não sendo projetados para remoção de nutrientes, gerando efluentes tratados com grandes cargas de compostos nitrogenados, estes lançados nos corpos receptores.

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A – SANASA, empresa responsável pelo saneamento básico no município de Campinas, na construção da EPAR Capivari II (Estação de Produção de Água de Reúso), optou pelo incremento da remoção de nutrientes em seu processo, o presente trabalho tem como objetivo descrever o processo para a remoção de nitrogênio e avaliar a eficiência a partir de resultados de análises realizadas no efluente bruto e no tratado, destacando o sistema de remoção do nitrogênio, desde a entrada do efluente na estação, processos e fases existentes no ciclo, até o retorno do esgoto já tratado para o corpo receptor. A Estação de Tratamento está localizada no município de Campinas/SP, e recebe o esgoto da região centro-oeste da cidade e pertence à Bacia hidrográfica do Rio Capivari.

Com a excelente qualidade do esgoto tratado, é previsto que parte do mesmo seja utilizado como água de reúso pelas indústrias da região, a fim de reduzir a demanda de água potável, preservar os recursos hídricos e gerar receita com a venda. Considerando que o excesso será despejado no Rio Capivari, haverá um impacto ambiental altamente positivo, contribuindo para a melhora da qualidade da água do mesmo (EMA, 2010, p.14).

Autor: Fabiano Villas Boas de Moura.

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