Resumo
Milhares de toneladas de resíduos são gerados mensalmente na agroindústria, muito desses resíduos não tem um destino apropriado, algumas pesquisas têm verificado a utilização desses resíduos (sementes, cascas, medula, caules, pedúnculos, casca da semente, pericarpo e mesocarpo da fruta) na elaboração de coagulante natural para ser aplicado no tratamento de água e efluente, visto que a maioria dos coagulantes são compostos químicos que deixam algumas vezes resíduos tóxicos ao meio ambiente. Portanto a presente revisão fez um levantamento sobre quais resíduos agroindustriais foram utilizados como agente coagulante para tratamento de água e quais os principais métodos utilizados na elaboração, análise e resultados desses resíduos.
Introdução
Um dos processos de tratamento de água e efluentes mais utilizados para purificação é a etapa de coagulação e floculação, na qual um composto químico com propriedades de formação de coágulos é utilizado para remover as impurezas presentes na água. O processo de coagulação consiste em conjuntos de ações físicas e químicas, por meio da adição de um composto químico (coagulante primário). O coagulante desestabiliza as partículas que estão em suspensão, formando coágulos, através das fases: formação da espécie hidrolisada do sal quando disperso em água, desestabilização das partículas coloidais e suspensas dispersas na massa líquida e agregação dessas partículas para formar flocos (Lee et al., 2014; Lima Júnior & Abreu, 2018).
Os coagulantes à base de sal são os mais utilizados nas estações de tratamento de efluentes, os principais possuem sais de alumínio (sulfato de alumínio, cloreto de alumínio e aluminato de sódio) em sua formulação ou sais de ferro (sulfato férrico, sulfato ferroso e cloreto férrico) (Beltrán-Heredia et al., 2010; Gobena et al., 2017; Sillanpää et al., 2018; Skoronski et al., 2014). A popularização desses compostos se deve principalmente ao fator econômico (baixo custo e alta disponibilidade em formulações sólidas e líquidas), e à eficiência na remoção de turbidez e de cor. No entanto, a aplicação de coagulantes férricos está ganhando espaço em relação aos coagulantes de alumínio, uma vez que o alumínio residual do coagulante tem sido associado a doenças neurológicas em humanos (Sillanpää et al., 2018).
Autores: Erickson Oliveira dos Santos; Priscila Pauly Ribas; Cleideane Cunha Costa e Pedro Luis Sosa
Gonzáles.