saneamento basico

Determinação da composição elementar, poder calorifico e o potencial de produção de biogás de amostras da fração biodegradável de resíduos sólidos domiciliares

Resumo

O conhecimento da composição dos resíduos e de suas propriedades físico-químicas e térmicas é fundamental para a definição de sistemas de tratamento, constituindo uma etapa do planejamento necessária quando se pensa em soluções para resíduos sólidos.

No caso de resíduos sólidos domiciliares, considerando sua heterogeneidade e a diversidade de materiais que o constitui, a obtenção de dados representativos e a aplicação de métodos analíticos para a determinação de alguns parâmetros podem ser críticos. Segundo dados da ABRELPE (2014), a geração total de RSU no Brasil em 2014 foi de aproximadamente 78,6 milhões de toneladas, índice superior à taxa de crescimento populacional no período, que foi de 0,9 %. Esse trabalho esta sendo desenvolvido em parceria com a comunidade do município de Bertioga, na baixada santista. As amostras de resíduos foram coletadas no verão de 2016 e caracterizadas quanto a composição imediata e elementar. Após a caracterização foi estimada a fórmula empírica do composto orgânico e por meio do balanço de massa determinou a composição dos gases.

Introdução

O Brasil ainda é muito incipiente no aproveitamento de Resíduo Sólido Urbano (RSU) para geração de combustíveis e energia elétrica, embora tenha tradição em processos de carbonização para produção de sólidos (carvão vegetal). Os aterros motivaram durante anos a criação de processos alternativos de captação e combustão de metano, para os quais foram dados incentivos econômicos; porém, mesmo atrelados a sistemas de geração de energia, não apresenta uma solução ao passivo do lixo urbano, de forma que esta alternativa tem sido abandonada na Europa.

Quanto ao tipo de destinação, em 2014 foi registrado o índice de 58,4 % de destinação final adequada, o que significa que o restante foi dispensado em lixões ou aterros controlados, sendo que estes últimos pouco se diferenciam dos lixões (ABRELPE, 2014). No que se refere à coleta seletiva, em 2014 cerca de 65 % dos municípios brasileiros registraram alguma iniciativa nesse sentido. Porém, muitas destas atividades resumem-se à disponibilização de pontos de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores, que não abrange todo o potencial de recuperação dos resíduos recicláveis (ABRELPE, 2014).

De fato, além de lixões e aterros, no Brasil poucas das tecnologias disponíveis para disposição/tratamento de RSU são exploradas de forma significativa. Quanto à digestão anaeróbia, até o momento não foram encontrados registros de plantas em operação no Brasil para tratamento de RSU (FADE / UFPE, 2014), embora a iniciativa esteja sendo discutida para municípios como Piracicaba, Embu, e Jundiaí.

Por outro lado, a tecnologia de digestão anaeróbia já está desenvolvida no país para o tratamento biológico de efluentes, de dejetos de animais em fazendas (Bain & Company, 2012) e de resíduos industriais específicos. O grau de complexidade das plantas para esta finalidade varia, desde lagoas anaeróbias e reatores caseiros até reatores de escala municipal.

Mudanças significativas em relação ao tratamento e disposição de RSU no país são esperadas para os próximos anos, impulsionadas pela promulgação de marcos legais importantes do setor de resíduos, como a Política Nacional de Saneamento Básico – instituída na Lei nº 11.445, de 2007 – e, principalmente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – formalizada na Lei nº 12.305, de 2010, e posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 7.404, de 2010.

Embora as mudanças previstas demorem a acontecer, as atuais iniciativas no setor de resíduos sólidos brasileiro passaram a se concentrar em técnicas de tratamento e de valorização de resíduos com aproveitamento energético (Fricke et al., 2015).

O presente trabalho apresenta os estudos realizados para a determinação da composição química, poder calorífico e o potencial de produção de biogás de amostras da fração biodegradável de resíduos sólidos domiciliares do município de Bertioga.

Autores: Adriana Garcia; Marcelo Aparecido Mendonça; Jorge Luis Dias dos Santos; Claudia Echevengua Teixeira e Fernanda Peixoto Manéo.

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