saneamento basico

Resíduos sólidos urbanos dispostos em terrenos baldios da cidade de Chapecó/SC

Resumo

Entre os problemas ambientais provenientes do desenvolvimento atual destaca- se o aumento da geração de resíduos sólidos urbanos (RSU). Estes resíduos estão associados à poluição e impactam a saúde humana. Este estudo teve como objetivo caracterizar os RSU depositados em terrenos baldios (TB) da cidade de Chapecó (SC) quanto à frequência, a origem e a classificação. Foram avaliados 100 TB em 10 bairros da cidade, no período entre maio e junho de 2016. Foi verificada a presença de RSU em 72% dos terrenos avaliados. A origem foi identificada como residencial em 65% dos casos, da construção civil em 30%, de origem comercial em 23% e industrial em 1%. Quanto à classificação, resíduos a classe IIA (resíduos não perigosos não inertes) foram identificados em 52% dos TB, resíduos pertencentes à classe IIB (resíduos inertes) foram registrados em 49% e resíduos perigosos em 9%. Os resultados indicam a necessidade de o município ampliar o gerenciamento de RSU e de uma política pública integrada envolvendo todos os segmentos da sociedade para a gestão dos mesmos. Os resultados desse estudo poderão subsidiar ações para o desenvolvimento social e econômico do município bem como para a conservação dos recursos naturais e das condições de saúde da comunidade. Recomenda-se um programa de educação ambiental e fiscalização voltada para mobilização da comunidade em prol a separação e destinação correta dos RSU.

Introdução

A geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) está associada ao modelo de desenvolvimento econômico atual, ao crescimento populacional, ao acelerado processo de urbanização e às mudanças tecnológicas (BESEN, 2011). A popularização das embalagens descartáveis e a busca pela praticidade e por maior agilidade na vida das pessoas têm contribuído para o aumento na geração de resíduos e para o volume depositado nos aterros pelo mundo (FERES, RODRIGUES, 2012). A prática de disposição e acúmulo de RSU em terrenos baldios (TB) contribui como fonte de proliferação de vetores de doenças, especialmente roedores e insetos, os quais encontram abrigo e alimento nesses locais (LOPES, LEITE e PRASAD, 2000). Soma-se a isso a poluição visual, o mau cheiro, a contaminação do ambiente e os riscos à saúde humana (MUCELIN e BELLINI, 2008; DEUS, BATTISTELLE e SILVA, 2015).

De acordo com a NBR10004/2004 e a Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei no 12. 305, de 2 de agosto de 2010, regulamentada pelo decreto 7.404, de 23 de dezembro de 2010, os RSU são constituídos por materiais inorgânicos e orgânicos, de constituição heterogênea, resultantes da natureza e das atividades humanas. Os RSU vêm se tornando um problema sanitário, ambiental, econômico e social (KGATHI e BOLAANE, 2001; SIQUEIRA e ASSAD, 2015). São produzidas aproximadamente 1,3 bilhões toneladas ao ano no mundo o que demanda cada vez mais espaços para destinação, principalmente nos grandes centros urbanos (ROMANSINI, 2005; CNI, 2014). A Política Nacional dos Resíduos Sólidos visa amenizar os impactos negativos dos RSU não tratados ou destinados de forma inadequada (FERES e RODRIGUES, 2012).

Tendo em vista a complexidade que envolve a gestão dos RSU, algumas alternativas têm sido propostas ao longo das últimas décadas, dentre as quais se destacam os processos de reciclagem e reutilização desses materiais (RENOU et al., 2008). Embora essas técnicas tenham contribuído e gerado renda para catadores, os aterros sanitários continuam sendo o destino para a disposição de RSU em todo o Brasil e na maior parte dos países da América Latina (CASTILHO e BARCELÓ, 2001; BRASIL, 2008). Ainda que a utilização de aterros sanitários seja considerada um método seguro, este processo de disposição de resíduos produz subprodutos que geram impactos no meio ambiente, principalmente no solo. Os resíduos passam por processos de decomposição tanto química como biológica, e ao final desse processo, dão origem a efluentes líquidos e gasosos, os quais podem ser prejudiciais à saúde humana (LOPES, 2005).

Autores: Luana Melim Neves; Junir Antonio Lutinski e Jéssica Tibursk.

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