saneamento basico

Estudo de caso do reúso de água como uma alternativa à escassez hídrica em uma indústria petroquímica

Resumo

Com a crescente demanda por água, impulsionada pelo crescimento demográfico e expansão de setores como comércio, serviços e indústrias, é cada vez mais necessária a conscientização dos consumidores desde recurso para o seu uso sustentável, para que as gerações futuras também tenham acesso à água potável. Neste contexto, este estudo avalia a reutilização da água residual de uma estação de tratamento de efluentes (ETE) de uma indústria petroquímica como uma alternativa para complementar a água de reposição da torre de resfriamento desta unidade. A metodologia consiste na revisão bibliográfica sobre tratamento de efluentes e da qualidade necessária para a água de resfriamento, além do estudo de caso para reúso da água residuária da ETE de uma indústria petroquímica. Para isso, foram obtidos dados históricos de 2016 a 2021 das análises de água filtrada e do efluente da unidade, a partir dos quais foi evidenciada a necessidade de tratamento do efluente para adequação de carga orgânica e sais dissolvidos, de modo que a água de reúso, após seu tratamento, tivesse a mesma qualidade da água filtrada que era responsável pelo make-up da bacia da torre de resfriamento, conforme a média dos dados históricos. Para este fim, foi sugerido que a unidade de tratamento de água de reúso fosse instalada próxima à torre de resfriamento, com cerca de 520 m de tubulação conectando diretamente o efluente da ETE à esta nova estação. Para obter os resultados esperados, de acordo com referências e eficiência de fabricantes, a água de reúso deve ser tratada em uma unidade de Biorreator de Membranas (MBR), para remoção de carga orgânica, vírus e bactérias e, posteriormente, pela Osmose Reversa (OR), para remoção de sais dissolvidos e redução da condutividade. Durante o estudo, foi observado o avanço sobre o reúso de águas no Brasil, com a criação legislações e publicações sobre reúso em diversas empresas, mas ainda há muito o que se evoluir para a consolidação de um documento que padronize o reúso no país, que já é apontada como uma fonte viável para a redução de captação de água potável pelas indústrias.

Introdução

A escassez hídrica é um tema estudado há tempos por especialistas no contexto ambiental em grandes organizações mundiais como a Organização das nações Unidas – ONU. Este assunto cada vez tem mais tem sido abordado em jornais, principalmente em meses nos quais há menor incidência de chuvas, entre março e outubro. No Brasil, cuja matriz energética é, em sua maior parte, proveniente de hidroelétricas (SILVEIRA, 2016), a falta de chuvas impacta tanto o fornecimento de energia, quanto na necessidade de racionamento de água pela população. Além disto, têm preocupado às indústrias, que passaram a estudar fontes alternativas de abastecimento, tendo em vista que a água é essencial para seus processos, e sua falta culmina na redução de produção dessas empresas.

Apesar da aparente abundância de água no planeta Terra, apenas uma pequena parte deste recurso é doce e está disponível para o consumo humano. E devido ao crescimento demográfico e econômico, e também da expansão de setores como indústria e agricultura, este bem torna-se cada vez mais escasso, tanto em quantidade como em qualidade. Além destes, outros fatores que contribuem para diminuir a disponibilidade de água são as mudanças climáticas, o seu uso desordenado, a poluição, o desmatamento, o lançamento de contaminantes e resíduos no corpo hídrico, que têm como consequência também a piora na sua qualidade.

A água de reúso é definida como a água residuária que está dentro dos padrões definidos para utilização no próprio local onde é gerada, conforma a definição da Resolução Nº 54/2005 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH. Esta é uma alternativa viável para reduzir tanto a captação de água potável dos reservatórios quanto o lançamento de efluentes no corpo receptor. Em relação às fontes, de acordo com a resolução, são consideradas águas residuárias o esgoto, a água descartada e os efluentes líquidos de diversas fontes como edificações, indústrias, agroindústrias e agropecuária, sejam eles tratados ou não.

Autora: Marcelle Barbosa Motta.

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