Sabesp Abastecer São Paulo
A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) concentra 39 municípios, incluindo a capital do estado, e uma população de mais de 20 milhões de habitantes.
Há décadas, ela sofre com a escassez hídrica que tem sido ainda mais ampliada pelas mudanças climáticas.
Entre 2014 e 2016, a região passou por uma crise hídrica muito intensa e que levou o Cantareira, principal sistema de abastecimento, ao nível zero.
Com isso, a Sabesp (responsável pelo abastecimento de quase toda a RMSP) e o governo do estado investiram em obras para ampliar a segurança hídrica e facilitar a gestão dos sistemas de distribuição.
Mudança de abordagem
Para garantir o abastecimento da RMSP ao longo das próximas décadas, era necessária uma mudança de abordagem. Como acontece em grande parte dos sistemas de captação, tratamento e distribuição de água, há uma forte dependência das chuvas.
Contudo em alguns locais é utilizada água subterrânea, mas ela nem sempre está disponível no volume necessário ao atendimento da demanda. Quando a água subterrânea é utilizada, há que se considerar o tempo de recarga dos aquíferos subterrâneos para que não ocorra uma exploração predatória.
Água de reúso
Então uma possibilidade que está sendo considerada pelo governo do estado, juntamente com a Sabesp, é reutilizar a água disponível no esgoto doméstico. Sempre que se fala nisso, grande parte das pessoas torcem o nariz, pois acreditam que a água resultante estará contaminada e imprópria para consumo humano. Nada mais errôneo.
Água de reúso, obtida a partir do tratamento de esgotos domésticos, já é utilizada em indústrias de São Paulo e também para limpeza de áreas destinadas as feiras-livres. Essa última função por força de lei municipal. A água é obtida pela unidade Aquapolo da Sabesp e não apresenta nenhum patógeno ou contaminante biológico.
Portanto ela só não é apropriada para consumo por apresentar concentração de sais minerais superiores aos limites de potabilidade. Se o processamento for intensificado, água totalmente adequada ao consumo poderá ser obtida. Portanto, há tecnologia disponível e já em uso.
Sabesp Abastecer São Paulo
Na estação espacial, por exemplo, os astronautas fazem uso de sistema similar, por uma medida de economia de espaço e peso. Não há como levar água para meses de consumo de uma tripulação embarcada.
É importante ressaltar que essa não é uma novidade. Essa alternativa chegou a ser considerada em 1969, quando uma forte estiagem reduziu o nível dos reservatórios naquela época. Mas essa mesma alternativa foi considerada na crise de 2014-2016.
Agora, para fazer frente a uma escassez crônica, o governo do estado de São Paulo está considerando tratar o esgoto e reintroduzir a água em mananciais, reforçando o abastecimento com 2,8 mil litros por segundo, o que representaria uma adição de 4% à produção atual de 70 mil litros por segundo.
Fonte: CNN.