Resumo
As cidades podem ser estudadas como meio de sobrevivência das pessoas, onde são utilizados seus recursos
para moradia, lazer e trabalho, mas o crescimento constante da população na área urbana e a utilização da sua
infraestrutura de forma desordenada têm causado problemas para as pessoas e meio ambiente.
Imagine dirigir um veículo movido a 100% energia elétrica, que é carregado da mesma forma que o seu
celular, em uma tomada comum. Superando uma autonomia de 300 km de percurso sem recarga, com custo de
R$ 30,25. Pense agora em um trânsito caótico de uma grande metrópole, com motores silenciosos e sem
poluição. E, por que não, painéis fotovoltaicos gerando recarga durante o trajeto, através da energia solar? E se
pensarmos no monitoramento completo por um simples aparelho celular, somado à inteligência artificial
embarcada (autônomo/semiautônomo).
Testamos um veículo elétrico BYD e3 e o comparamos com um veículo hibrido e a combustão interna com o
intuito de mostrar as vantagens e desvantagens da utilização da tecnologia elétrica embarcada.
Introdução
O Brasil é refém do combustível fóssil. Se essa afirmação é válida desde que o país optou, a partir dos anos
1950, por privilegiar o transporte rodoviário em detrimento do ferroviário, ela passou a fazer ainda mais
sentido com a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. A paralisação fez com que as principais capitais do
país entrassem em estado de emergência pela falta de combustíveis (incluindo etanol) nos postos.
Depois de 11 dias com o país em pane seca e um prejuízo de R$ 16 bilhões para a economia nacional, segundo
o Ministério da Fazenda, restou uma certeza: precisamos buscar alternativas. Se o caminho pelos trilhos tem
como obstáculo a dependência de ações governamentais, especialistas, pesquisadores e a iniciativa privada
destacam em alto e bom som: já passou da hora de empenharmos mais tempo, dinheiro e energia nos veículos
elétricos (VEs).
Globalmente, 2017 foi o ano em que os modelos com propulsão elétrica bateram todos os recordes. O número
de carros do gênero ultrapassou 3,1 milhões ao redor do planeta, um aumento de 56% em relação ao ano
anterior. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a evolução tem sido constante:
1 milhão em 2015 e 2 milhões em 2016.
Embora os números sejam animadores, ainda há muito que percorrer. Apenas três países têm a frota elétrica
igual ou superior a 1% do número total de automóveis: Noruega (6,4%), Holanda (1,6%) e Suécia (1%). Na
Noruega, 39% das vendas de carros em 2017 foram de modelos elétricos. O objetivo do país é eliminar carros
a diesel e a gasolina até 2025 – para isso, adotou políticas de incentivos fiscais e de favorecimento das
importações.
A China, país mais poluente do mundo, também entrou na luta contra os carros a combustão. O país domina
40% do estoque global de elétricos, pouco mais de 1 milhão de veículos, e sua produção supera 50% de todos os fabricados no mundo. O uso interno, no entanto, ainda representava 2,2% (quase 580 mil) do total de carros
vendidos no país em 2017.
Mas o que esses países têm feito para aumentar o consumo? O governo chinês, por exemplo, criou um sistema
de crédito para estimular a indústria. A partir deste ano, qualquer fabricante que importe acima de 30 mil
carros deverá se enquadrar nas metas estabelecidas para produção de VEs. O objetivo é aumentar a fabricação
para 10% do total em 2019 e 12% em 2020.
A União Europeia optou por uma linha mais dura. Em novembro do ano passado, estabeleceu uma diminuição
de 30% na emissão de carbono nas frotas das montadoras até 2030, com meta de redução de 15% até 2025. Os
fabricantes que violarem as novas regras poderão tomar multas de milhões de euros. A Alemanha assumiu o
compromisso de encerrar, daqui a 12 anos, a produção de carros a combustão.
No Brasil, a estrada a ser percorrida é ainda mais longa. Estima-se que haja cerca de 10 mil veículos elétricos
ou híbridos em circulação no país, menos de 0,03% da frota de 36 milhões de automóveis. Em 2017, a venda
desse nicho representou 0,2% dos quase 2,2 milhões de carros licenciados. O elétrico se desenvolve no Brasil
graças à comunidade internacional, não por uma política governamental. A informação chega e isso pressiona
o mercado a se mexer. O país nem sequer faz parte do Energy Vehicle Initiative (EVI), fórum
multigovernamental criado em 2009 em que os países mais avançados no tema debatem iniciativas de
crescimento dos VEs pelo mundo.
Seria injusto, no entanto, dizer que não estamos avançando. De acordo com a Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram emplacados 3.296 veículos elétricos ou híbridos no
país em 2017, um número baixo se comparado com países referência no tema, mas um recorde nacional até
então. Em 2018 foi ainda melhor foram emplacados 3.970, um aumento de 20,4%.
As montadoras têm divergido quanto ao avanço dos veículos 100% movidos à eletricidade no Brasil. Enquanto
algumas apostam no VE “puro”, outras optam pelos híbridos (cujas baterias são carregadas enquanto o carro
roda com combustível) ou híbridos plug-in (que devem ser ligados a uma tomada). Com a melhoria da
infraestrutura, é possível cravar que, em breve, o VE será uma realidade no Brasil.