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Avaliação da toxicidade de lixiviado de aterro sanitário utilizando Artemia Salina e Lactuca Sativa após adsorção de N-NH4+

Resumo

Nas últimas décadas, o crescimento populacional tem sido um dos fatores mais relevantes quando associado aos impactos ambientais e à pressão sobre os ambientes naturais. No Brasil, a disposição final dos resíduos sólidos gerados é, geralmente, realizada em aterros sanitários e, ainda com maior impacto associado, em lixões a céu aberto.

O lixiviado é um efluente com grande potencial para causar problemas ambientais em corpos receptores, devido às altas concentrações de nitrogênio amoniacal e sua toxicidade. Para tanto, ensaios biológicos e microbiológicos possibilitam avaliar a poluição tão precisamente utilizando ensaios de toxicidade utilizando espécies vegetais ou animais como ferramenta para diagnosticar o efeito no meio ambiente. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa é determinar a toxicidade do lixiviado de aterro sanitário, antes e após adsorção do nitrogênio amoniacal em lodo de ETE tratado termicamente, por meio da avaliação das respostas dos organismos testes representante do solo – Lactuca sativa e da água – Artemia Salina. Para cada uma das amostras (lixiviado bruto e tratado) foram realizadas diferentes diluições de: 100%, 50%, 35%, 25%, 12%, 6%, 3% e 1,5%, todas em triplicata.

Diante dos resultados obtidos com os testes de Lactuca sativa e Artemia Salina foi possível observar que o lixiviado em estudo apresenta ameaça ao meio ambiente devido sua toxicidade e que existe associação da toxicidade do lixiviado de aterro sanitário à concentração de nitrogênio amoniacal.

Introdução

Nas últimas décadas, o crescimento populacional tem sido um dos fatores mais relevantes quando associado aos impactos ambientais e à pressão sobre os ambientes naturais.

Associado ao crescimento populacional resulta a geração de resíduos sóldios, que necessitam de disposição ou tratamento adequados. Entretanto, no ambiente urbano, a disponibilidade de áreas para a disposição de resíduos spolidos está cada vez mais escassa.

No Brasil, a disposição final dos resíduos sólidos gerados é, geralmente, realizada em aterros sanitários e, ainda com maior impacto associado, em lixões a céu aberto. Sendo que, em 60% do total dos municípios brasileiros esta alternativa de disposição final é prática comum (Instituto Trata Brasil, 2015). Um dos problemas encontrados em aterros sanitários é a geração do lixiviado, definido como produto da degradação física, química e biológica da matéria orgânica presente na massa dos resíduos sólidos domiciliares., caracteriza-se pela coloração escura, odor desagradável, estando associado a problemas de ordem sanitária, conômica e estética quando não tratado de forma adequada (Carissimi e Rosa, 2012). Lixiviados de aterros sanitários podem ser caracterizados como uma solução aquosa contendo várias substâncias que podem apresentar características tóxicas e inibidoras aos processos biológicos de sistemas ambientais, entre estas substâncias pode ser citado o nitrogênio amoniacal (N-NH4 +), tipicamente presente. A amônia presente no lixiviado é proveniente da degradação de proteínas e aminoácidos, sendo a soma das concentrações de íon amônio e do gás amônia. A concentração da amônia depende do pH ou da concentração de íon hidrogênio (TCHOBANOGLOUS et al., 2003) e, por sua vez, necessário ao crescimento de microorganismos. No entanto, altas concentrações de N-NH4 + são inibidoras do metabolismo de microorganismos aeróbios e anaeróbios, o que pode resultar no decaimento na taxa da atividade biológica e, consequentemente, diminuição da eficiência do tratamento biológico (McCARTY, 1964).

Autores: Jean Carlos Bosquette de Almeida; Luis Fernando Spoladore Amaral; Natália Costa Dias e Maria Cristina Borba Braga.

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