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Poluição se agrava com baixo nível de represas

O Sistema Rio Grande está com 76,9% da sua capacidade, nível mais baixo em 15 anos.

O ambientalista e presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), Virgílio Alcides de Farias, alertou que a queda no nível do Sistema Rio Grande, braço da Represa Billings que abastece 1,2 milhão de pessoas no Grande ABC, acentua a poluição das águas.

“Com menos chuvas e a mesma quantidade de água sendo retirada (para abastecimento), o nível (do Sistema Rio Grande) diminui. Acontece que o despejo de esgoto continua igual e existe menos água para diluir essa sujeira. O resultado são níveis maiores de poluição e aumento do lodo fecal, uma lama de odor fétido”, explicou o ambientalista. “Ou seja, existe um dano ambiental, um prejuízo à Saúde pública, prejuízo estético para quem mora perto da represa”, citou.

Farias afirmou que tanto a gestão estadual quanto os governos municipais não executam o que prevê a Lei Específica da Billings, sancionada em 2010 pelo então governador José Serra (PSDB). “A legislação estabelece a preservação e a recuperação da represa – um dos principais mananciais da Região Metropolitana. Os gestores seguem agindo como se não tivesse se esgotado, em outubro de 1992, o prazo para que se encerrasse o despejo de esgoto na represa; continuam sem promover a educação ambiental da população que mora no entorno do reservatório”, ressaltou.

Para o especialista, a falta de cuidado com a gestão dos mananciais foi o que gerou a crise hídrica vivenciada em 2014. “Prefiro chamar de crise de gestão hídrica, porque foi isso o que ocorreu”, concluiu. “Da última vez, logo que vieram as chuvas, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) divulgou que (a crise) já estava superada, quando, na verdade, a campanha de conscientização junto à população deveria ser permanente”, finalizou.

Mananciais 

Dados disponibilizados no site da Sabesp mostravam que, na quarta-feira, três dos seis mananciais que abastecem o Estado tinham volumes abaixo do que era registrado em 2014. O Sistema Rio Claro (que abastece 1,5 milhão de moradores do Grande ABC) apresentava 49,1%, o Sistema Rio Grande, 76,9%, e o Sistema Guarapiranga, 53,7%.

Em nota, a Sabesp informou que o abastecimento segue normalizado em todas as cidades em que é responsável pela distribuição de água.

Fonte: Diário do ABC

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