saneamento basico
Concessão do Dmae

Concessão do Dmae/RS seguirá modelagem aplicada no Rio de Janeiro

Concessão do Dmae

A prefeitura da Capital confirmou, na tarde da quarta-feira (5), que trabalha na elaboração do modelo para concessão do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) para gestão da iniciativa privada. A fórmula está sendo inspirada na metodologia aplicada para a concessão da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro (Cedae), realizada há quase dois anos.

Setores da prefeitura trabalham na elaboração dos dispositivos que integrarão o projeto que deve ser remetido à Câmara de Vereadores nas próximas semanas

Direção-geral do Dmae, Secretaria de Parcerias, Procuradoria-Geral do Município e Secretaria da Fazenda, além do Gabinete do Prefeito, formam o grupo dedicado à formulação dos dispositivos para a proposta que dará origem a um projeto de emenda à Lei Orgânica. A perspectiva é de que, dentro dos próximos 30 dias, o prefeito Sebastião Melo (MDB) anuncie a remessa do texto à Câmara de Vereadores.

— Temos o modelo geral definido. Será nos moldes da concessão da Cedae. Em linhas gerais, o modelo preserva as atividades de captação e tratamento da água com o poder público e transfere a atividade de entrega da água e gestão da rede de distribuição para o parceiro — descreve o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss.

Loss explica que a prefeitura irá “vender” a água para a concessionária, que por sua vez deverá fazer o bem natural chegar aos pontos de consumo na cidade. Atualmente, o Dmae produz cerca de 212 milhões de metros cúbicos de água tratada ao ano e distribui o recurso a aproximadamente 750 mil economias. No ano passado, a autarquia municipal arrecadou mais de R$ 800 milhões.

Na contrapartida pela exploração da atividade por 35 anos, a empresa ou o consórcio empresarial que adquirir o negócio deverá realizar obras para qualificação da infraestrutura de distribuição da água e assumir compromisso com a expansão da infraestrutura de captação e tratamento de esgoto cloacal.

Porto Alegre tem como meta, aponta o secretário, tratar 96% do esgoto cloacal gerado até 2033. Atualmente, a Capital trata cerca de 55% em uma capacidade instalada para 80%. O déficit entre o potencial e o efetivamente tratado ocorre, conforme Loss, em decorrência de limitações estruturais.

— Falta muita perna para o Dmae conseguir fazer os investimentos necessários — argumenta o diretor-geral do órgão municipal.

Loss indica que o contrato de concessão irá determinar restrição sobre a possibilidade da concessionária definir reajustes. Segundo ele, a atualização de valores cobrados dos usuários na conta será regrada por um indicador “usualmente” utilizado nos reajustes de serviços públicos concedidos. O indicador ainda não foi definido.

LEIA TAMBÉM: Dmae investe R$ 9,3 milhões em coleta de esgoto sanitário no 4º Distrito de Porto Alegre

Não haverá demissões, afirma chefe do departamento

O diretor-geral do Dmae destaca que não está prevista a demissão de servidores do órgão, nem venda ou privatização de ativos. Todo patrimônio, de acordo com Loss, permanecerá público, com acréscimo dos equipamentos e obras implementados pelo parceiro durante o período de vigência da negociação.

— Não se trata de privatização como no caso da Corsan. Não vai ter demissão, nem PDV (plano de demissão voluntária). Os bens existentes continuam públicos e os gerados no período de 35 anos tornam-se públicos ao final da concessão — assegura.

Maurício Loss também aponta que a administração pretende encaminhar a discussão na Câmara de Vereadores sem medidas de urgência, permitindo amplo debate sobre o projeto.

Proposta deve resultar em reações da oposição

A iniciativa de concessão do Dmae para o capital privado, entretanto, deverá encontrar resistência em setores do Legislativo municipal.

— Na avaliação da oposição, trata-se de uma privatização da água, sem nenhuma garantia de melhoria na qualidade dos serviços públicos essenciais de água e esgoto. E, pior, sob risco de elevação do custo deste bem para os cidadãos da Capital — dispara o líder da oposição na Câmara, vereador Roberto Robaina (PSOL).

Para Robaina, o bloco considera que o Dmae efetua um serviço de acesso a água e esgoto sanitário com “visão social” sobre o processo.

— Uma empresa privada passa a administrar o mesmo processo, só que diante de uma perspectiva diferente, que é obter lucratividade. Deixa de ter o olhar social e passa a ter foco no resultado econômico. Isso não é bom, tanto mais quando tratamos do acesso fundamental à água — analisa.

Fonte: Gaúcha ZH.

Últimas Notícias:
ANA Atenção Barragens

ANA chama atenção para segurança de 229 barragens no país

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), lançou na quinta-feira (27) a edição de 2023 do Relatório de Segurança de Barragens (RSB). O documento, apresentado em uma transmissão pelas redes sociais, contabiliza ao todo 25.943 estruturas em todo o país.

Leia mais »
Teknano Imagem Post de Boas Vindas

Boas vindas ao novo parceiro: TekNano Ambiental

É com grande entusiasmo que damos as boas-vindas à TekNano, uma empresa inovadora e comprometida com a excelência. Sua inclusão em nosso guia de compras é resultado de uma cuidadosa seleção, focada em oferecer às nossas comunidades opções de alta qualidade e confiança.

Leia mais »