Petrópolis tratamento de esgoto
A última edição do Ranking do Saneamento, divulgado há duas semanas pelo Instituto Trata Brasil, mostra que a cidade atingiu cobertura de 84,71% de coleta de esgoto (o dado é de 2021). A notícia é boa, é o índice mais alto já atingido pelo município nessa questão, mas também há questões para se observar pelo outro lado. Uma delas é o ritmo de evolução mais lento nos últimos anos.
Ranking do Saneamento mostrou que Petrópolis atingiu a maior cobertura de coleta de esgoto da história, porém, ritmo do avanço nessa área está menor nos últimos anos
Quando o serviço de saneamento básico na cidade passou a ser feito pela concessionária Águas do Imperador, em 1998, não havia coleta de esgoto na cidade. De lá até o Ranking de 2013 (dados de 2011), 80,10% da população passou a ser atendida. No levantamento apresentado em 2018 (com dados de 2016), a cobertura era de 83,72%, ou seja, em cinco anos, o avanço foi de pouco mais de três pontos percentuais. Neste ano, o estudo aponta que a cidade progrediu apenas cerca um ponto percentual.
Esses dados mostram que, apesar de viver um cenário muito diferente daquele vivido 25 anos atrás, ainda é preciso ampliar investimentos nesta área. Entre 2017 e 2021, segundo o Ranking mais recente, a cidade teve R$ 91,55 milhões aplicados em saneamento (considerando não apenas a coleta e tratamento de esgoto, mas também o tratamento e distribuição de água). Para se ter uma ideia, a média de investimento em saneamento entre as 20 melhores cidades do ranking mais atual foi de R$ 166,52 por habitante. Já as 20 piores investiram em média R$ 55,46. Petrópolis, que ficou na 33º colocação, apresentou investimento de R$ 59,51.
Isso é preocupante ao se levar em consideração que, segundo o Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico), o patamar necessário para se atingir a universalização (dos serviços de saneamento) é superior ao dobro deste valor, isto é, R$203,51, afirma Pedro Silva Scazufca, sócio-executivo da GO Associados, que elabora o Ranking junto com o Trata Brasil.
Nesta edição do Ranking, é observado que além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado, comenta a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Siewert Pretto.
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Nova estação de tratamento deve ter obras ainda neste primeiro semestre
De 1998 para cá, só na questão do esgoto, a cidade ganhou as estações de tratamento Palatinato (Morin), do Quitandinha, Piabanha (Centro), Posse e Corrêas, além de 15 biodigestores. No total, são 28 unidades que fazem tratamento de 54 milhões de litros esgoto na cidade por dia, de acordo com a Águas do Imperador. O Ranking do Saneamento aponta outra boa notícia nesse ponto que a cidade consegue tratar todo esgoto coletado.
Segundo a concessionária, Águas do Imperador vem, a cada ano, buscando ampliar sua capacidade de coleta e tratamento de esgoto, além do abastecimento da população. No último ano, foram implantados 5,2 km de redes de esgoto na cidade.
O próximo investimento nesse sentido é a construção de mais uma ETE, em Itaipava. Segundo a empresa, ela vai ter a capacidade de tratar 30 litros de esgoto por segundo e vai atender até 21 mil pessoas. A previsão é que esse serviço comece ainda no primeiro semestre deste ano, mas não foram informados detalhes do cronograma da obra, onde ficará a ETE e o investimento que será feito nela. A concessionária informou que Diversos investimentos em estudo e projetos, novas unidades e melhorias dos sistemas e unidades existentes – representando 60% dos investimentos da Concessionária em 2023.
O Diário também questionou a prefeitura quais são as políticas planejadas ou implementadas junto à concessionária nesse setor, mas não tivemos respostas.
Programa de fossas sépticas interrompido
Em 2019, a Superintendência Regional Piabanha do Instituto Estadual do Ambiente (SUPPIBInea) firmou uma parceria com a prefeitura para fazer a instalação de fossas sépticas em áreas rurais da cidade. O Bonfim, por exemplo, foi um dos locais onde o programa foi desenvolvido. A previsão na época era de fazer a instalação de 55 fossas no bairro. Depois, foram anunciadas ações menores em locais como Caxambu, Meio da Serra e Quarteirão Brasileiro. Apesar da iniciativa de avançar nesse setor, as ações foram pontuais. Procurada pelo o Diário para saber se há previsão de retorno, o Inea apenas confirmou que o programa foi paralisado atualmente não há ações sendo desenvolvidas pelo Inea neste Programa.
Fonte: Diário de Petrópolis.