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86% dos itabunenses apoiam parceria para resolver falta de água

Oito em cada 10 famílias itabunenses (80,3% da população) não têm abastecimento de água regular, sendo que mais de 60% da população só recebe água em três dias na semana, situação que se agrava ainda mais nos períodos de estiagem, quando a falta d’água não poupa ninguém. É o que revela recente pesquisa, realizada pelo Instituto Dataqualy para o Movimento Empresarial do Sul da Bahia (Mesb), no período de 21 a 23 de novembro.

A sondagem da opinião pública deverá nortear a Conferência Municipal de Saneamento Básico que vai definir o Plano Municipal de Saneamento Básico de Itabuna (PMSB).  O evento vai ocorrer no próximo dia quatro de dezembro. Além do problema crônico no abastecimento de água do município, a pesquisa também evidência a grave situação dos serviços municipais de esgotamento sanitário, que são essenciais à saúde e qualidade de vida das pessoas.

De acordo com o levantamento, a falta de esgotamento sanitário atinge mais de 77% da população (sete entre 10 famílias) e a totalidade de seu despejo é realizado de forma inadequada diretamente, sem tratamento, no Rio Cachoeira, afetando a vida de toda a cidade e sendo objeto de reclamação por 79,9% dos habitantes.

Todos esses problemas aliados à incapacidade financeira do município de realizar os investimentos necessários fazem com que 86,3% do povo de Itabuna seja a favor de que a prefeitura faça uma parceria com o governo do estado e iniciativa privada na realização de investimentos para resolver o problema de água e esgoto sem aumentar a conta do cidadão.

Para o presidente do Mesb, Élio Nascimento, os itabunenses não suportam mais assistir à morte do Rio Cachoeira, que virou um esgoto a céu aberto, nem o sofrimento por causa da frequente falta de água na cidade. O representante do setor produtivo destaca que o município, o estado e o governo federal estão sem capacidade financeira para os investimentos necessários à solução dos problemas de saneamento de Itabuna.

“A questão precisa ser enfrentada pela prefeitura e o interesse público da grande maioria deve prevalecer sobre o corporativismo de alguns”, assinala Élio Nascimento. De acordo com ele, a pesquisa, realizada por um dos mais respeitados institutos do estado, mostra que o povo itabunense quer uma solução que não meta a mão em seu bolso.

Para o coordenador do Mesb, a transformação da triste realidade de Itabuna começa com a definição de um Plano Municipal de Saneamento Básico na Conferência, que vai concluir um processo de discussão com a sociedade desenvolvido de maneira transparente e democrática em várias audiências públicas com segmentos sociais.

“Não dá mais para adiar a formatação do Plano de Saneamento de Itabuna, até porque é uma exigência do Governo Federal para manter o repasse de verbas à execução de obras de melhorias dos sistemas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e destinação de resíduos sólidos”, afirma Élio Nascimento.

O líder empresarial defende um Plano que seja factível e de acordo com a realidade financeira do município. “O Mesb está com o povo de Itabuna, que, segundo a pesquisa, aprova uma parceira da prefeitura com o governo do estado e iniciativa privada para uma solução que não incida em aumento da conta de água”, assevera Nascimento.

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