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Após três anos de CAB, Cuiabá ainda é atingida por falta de água

Passados três anos que a CAB Cuiabá iniciou as atividades para adequar o sistema de água e esgoto da Capital, poucos avanços foram percebidos até então. Mesmo com a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mudança de agência fiscalizadora e até com os inúmeros registros de ocorrências no Procon contra a empresa não forma o suficiente e, de nada adiantou para que os serviços melhorem ou que a instituição responda pelos seus erros. E o que a população pergunta é até quando esta situação irá se estender.

Seja em bairros mais periféricos ou nos mais centralizados e bem localizados, o desabastecimento de água não tem distinção na cidade. Há casos em que famílias ficam até uma semana ou mais sem o bem potável, para atender as necessidades de saneamento básico de qualquer lugar.

A empresária Vania Araújo relatou que ficou quatro dias sem água este mês. Moradora do Jardim Califórnia, região nobre da Capital, a usuária do serviço teve que recorrer ao caminhão-pipa e também à água da piscina na tentativa de sanar o problema: “Além de mim, toda a vizinhança também ficou sem água. Tivemos que improvisar muito para não ficar sem tomar banho ou fazer a comida. Difícil isso”.

E quando se pensa que a situação está ruim para um, o outro pode estar muito pior. Dona Suelen Alves já foi uma das personagens das recorrentes reportagens sobre a CAB Cuiabá no Circuito MT. Moradora do Residencial Jamil Nadaf, a dona de casa já não sabe o que fazer para ter o abastecimento normalizado novamente: “Desde março é para eles enviarem um caminhão-pipa para abastecer a rua, mas eles alegam que é porque eu não paguei as últimas faturas. Mas cansei de pagar e não ter um serviço que preste. Já cansei de reclamar e não ter o que é de direito. Sinto que estou de mãos atadas”.

Ela, que tem um filho PNE (Portador de Necessidade Especial), desabafou que não aguenta mais a situação e já reclamou no Procon. No entanto, se viu obrigada a pagar por serviços que não foram prestados adequadamente para que os direitos fossem garantidos: “Eu fiquei dois meses sem pagar, porque tinha cansado de ficar reclamando e nada ser resolvido. Eu ligava lá e eles alegavam que o problema era só na minha casa, mas descobri que os meus vizinhos sofriam da mesma coisa. Não sei mais a quem recorrer”.

Um ano se passou… e nada

Um ano após a instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara dos Vereadores de Cuiabá, pouco se avançou nos serviços prestados pela CAB Cuiabá. O vereador e então presidente da comissão, Renivaldo Nascimento (PDT), analisa que a empresa não tem mais condições de continuar prestando serviços à cidade.

“A empresa não tem mais condições de administrar os serviços de água e esgoto de Cuiabá. Eles estão sem capital e sem crédito na praça. As obras de Cuiabá precisam ser feitas. O esgoto sanitário ainda está aí, e é vergonhoso”.

Para ele, Cuiabá sofreu com a falta de fiscalização efetiva da antiga Amaes (Agência Municipal de Água e Esgotamento Sanitário), que hoje atende como Arsec. “Nós não queremos só manutenção. Precisamos também de investimentos e não está tendo isso. A empresa fala que aplicou em Cuiabá cerca de R$ 2 bilhões, e não sabemos onde está esse dinheiro. Ela precisa apresentar, e a prefeitura não pode estar inerte a isso”.

O vereador reiterou ainda que acredita na continuidade de reclamações por parte dos moradores, devido ao mau serviço da empresa: “As reclamações pela falta de água vão continuar. Ainda são constantes as reclamações por partes de moradores e presidentes de bairro, que relatam os mesmos problemas que havia antes mesmo da CPI instaurada aqui na Câmara”.

Projeto visa descontos

Com o veto do prefeito Mauro Mendes (PSB) derrubado pela Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Cuiabá, o projeto de lei que visa dar descontos a usuários de água e esgoto da cidade que sofrerem algum tipo de falha nos serviços entra em vigor dentro de 90 dias.

Autor do projeto, o vereador Dilemário Alencar (PTB) disse que a situação atual da CAB é preocupante. Ele frisou os problemas judiciais que o Grupo Galvão, pelo qual a empresa é subsidiada, que podem acarretar na venda da concessionária em Cuiabá e prejudicar ainda mais os serviços à população.

“Em três anos e meio de concessão, a empresa tem demonstrado incapacidade técnica e financeira com os problemas da água de Cuiabá. Com o envolvimento do Grupo Galvão no escândalo da Lava-Jato, pelo qual o próprio presidente do grupo chegou a ser preso, vai haver um desgaste muito grande do ponto de vista financeiro. Não será surpresa se até final deste ano a CAB seja vendida como forma de levantar ativos financeiros para o grupo pagar as dívidas milionárias”, previu.

O vereador ainda frisou que o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), deve tomar uma atitude urgente para evitar que mais desgastes ocorram à população. “Já passou da hora de o prefeito tomar uma atitude contra a CAB. A população está sofrendo com o aumento da tarifa e as condições jurídicas que esta empresa enfrenta. Está na hora de impor uma intervenção administrativa da CAB para não acontecer do grupo vender a concessionária para outra empresa”.

 
Fonte: Circuito Mt

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