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“Campo Grande tem um plano de saneamento em evolução”, diz presidente da Águas

A Águas Guariroba, concessionária dos serviços de água e esgoto de Campo Grande (MS), foi premiada na categoria “Saneamento” na segunda edição de “As Melhores do Middle Market”. O prêmio faz parte de um anuário criado em 2013 pela revista IstoÉ Dinheiro, em parceria com a consultoria internacional Baker Tilly, para homenagear as empresas de porte médio, com faturamento anual não consolidado entre R$ 70 milhões e R$ 500 milhões.

O ranking com as empresas premiadas foi divulgado na edição nº 889 da revista, de novembro. Na publicação, a Águas Guariroba recebe destaque pela tecnologia empregada e pelos investimentos, que fazem com que Campo Grande seja exemplo em gestão do saneamento no Brasil. Em entrevista aoCorreio do Estado, José João Fonseca, diretor-presidente da concessionária, fala sobre a importância da premiação.

CORREIO PERGUNTA
O que representa para a Águas Guariroba receber o prêmio “As Melhores do Middle Market” da IstoÉ?
JOSÉ JOÃO FONSECA –
Esta premiação é muito importante para nós da Águas Guariroba e para nosso grupo, a Aegea Saneamento, pois representa os investimentos e a evolução da concessionária. Sem dúvida é um estímulo a toda a equipe da empresa realizar este trabalho e receber este e outros reconhecimentos, levando também o nome de Campo Grande. É mais uma empresa de Mato Grosso do Sul e de nossa cidade sendo reconhecida em um prêmio de destaque, que nos posiciona de forma muito boa nacionalmente – como uma capital que se desenvolve e garante qualidade de vida para as pessoas.

Um dos critérios do prêmio é o balanço financeiro da empresa que se mostrou favorável. Por que é importante para a empresa manter uma boa situação financeira?
Diferente de grande parte das cidades brasileiras, Campo Grande, hoje, tem um plano de saneamento em plena evolução, com investimentos em água e esgoto maciços e frequentes. Ter uma concessão com capacidade de investir faz com que a prefeitura possa empregar o dinheiro que seria gasto em saneamento para melhorar outros setores, como saúde e educação. Ter um bom balanço, uma saúde financeira, é fundamental para garantir os recursos e continuar a antecipar obras, como sempre temos feito.

Poderia mencionar quais seriam esses investimentos antecipados no momento, na Capital?
Hoje, estamos acompanhando todas as obras do PAC II [Programa de Aceleração do Crescimento] e implantando a rede de esgoto junto do asfalto. Só isso representa uma antecipação de investimentos em um valor total de R$ 100 milhões, originalmente previstos apenas para os próximos anos. Com isso, ajudamos a viabilizar a pavimentação em dezenas de bairros.

Muitas pessoas dizem que a tarifa dos serviços de Campo Grande é tida como uma das mais caras do País. É verdade? 
Há dezenas de cidades brasileiras que têm a tarifa maior do que Campo Grande. E outras que têm a tarifa menor. Mas, se compararmos com os investimentos e a qualidade dos serviços, estamos muito à frente. O custo da água e esgoto, hoje, é muito barato perto dos benefícios que estes serviços proporcionam. Se levarmos em consideração uma conta de R$ 80,00, dividirmos pelos 30 dias do mês e pela taxa de ocupação por residência, calcula-se que cada pessoa paga cerca de noventa centavos por dia para usar a água de qualidade em todas as atividades – tomar banho, lavar roupas, fazer a limpeza e beber. Depois, aperta a descarga e não tem nenhuma preocupação com o esgoto, que segue para tratamento.

A revista traz ainda uma reportagem que destaca que Campo Grande não enfrenta problemas de racionamento pela escassez de chuvas, como ocorre em São Paulo. Isso não é em razão das condições naturais da cidade?
Não. São Pedro até este momento não está ajudando muito. Grande parte dos problemas de racionamento pode ser evitada por meio de investimentos para tornar o sistema de abastecimento de água mais seguro e eficiente.

Quais são os principais investimentos que contribuem para que, hoje, Campo Grande esteja em uma situação confortável em relação a outras cidades brasileiras? 
A construção do Centro de Controle Operacional, onde o que existe de mais moderno em tecnologia de saneamento está implantado. O centro possibilita o monitoramento e operação a longa distância, por computadores, dos sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto de toda a cidade e também a segurança patrimonial, feita por meio de câmeras. É possível controlar os níveis de reservatórios on-line e verificar o funcionamento dos equipamentos, por exemplo. Temos todos os dados em tempo real. Outra medida importante foi interligar praticamente todos os centros produtores de água: Guariroba, Lageado e captações subterrâneas. Assim, é possível fazer um manejo das águas se houver necessidade – algum problema em equipamento ou seca mais acentuada.

A IstoÉ destaca ainda que Campo Grande melhorou 20 posições no ranking de saneamento divulgado pelo Instituto Trata Brasil. Quais os índices que demonstram essa melhoria? 
São três indicadores principais que nos destacam no cenário nacional: abastecimento de água potável para 99,7% da população, serviço de coleta e tratamento de esgoto para quase 75%, além da redução do índice de perdas. Graças a investimentos realizados nos últimos anos, o volume de água perdida na distribuição caiu de 56% para os atuais 20% – muito inferior à média nacional, que hoje está em torno de 40%.

Hoje, uma parte da cidade ainda não conta com os serviços de esgoto. Qual a principal meta da Águas Guariroba para os próximos anos, neste setor? 
A principal meta é a universalização da rede de esgoto. Nós temos a obrigação contratual de até 2025, praticamente, toda a população tenha coleta e tratamento de esgoto. Mas todos os nossos esforços, hoje, são para buscar a antecipação deste prazo. Já começamos as obras do programa “Sanear Morena 3”, que prevê um investimento de R$ 636 milhões em esgotamento sanitário.

Quais são os principais desafios hoje no saneamento básico – água e esgoto –, na Capital?
Um dos grandes desafios é conscientizar a população do perigo do uso de poços particulares, que em sua maioria estão contaminados. Outra questão é a adesão à rede de esgoto: Atualmente, existem aproximadamente 20 mil imóveis em Campo Grande que têm o serviço disponível e não o utilizam – provavelmente continuam com a fossa, que também é uma fonte de contaminação que coloca a saúde e o meio ambiente em risco. Por isso, desenvolvemos programas de educação ambiental nas escolas e com a comunidade e também campanhas nos meios de comunicação.

Qual a principal contribuição da ampliação da rede de esgoto para a cidade?
Sem dúvida é a saúde das pessoas. Em um levantamento no Datasus, comprovamos que de 2006 a 2013 – quando a rede de esgoto foi ampliada de 29% para 73% – houve uma queda na taxa de internação hospitalar por doenças diarreicas de 74,42%. Em 2006, foram registradas 86,8 internações a cada 100 mil habitantes. Em 2013, esse número caiu para 22,2. E os gastos em medicina curativa com esse tipo de enfermidade acompanharam essa queda. O tratamento de esgoto é um serviço essencial para a qualidade de vida e tem impactos diretos em outras áreas do desenvolvimento. Por isso, hoje esse é o nosso principal compromisso em Campo Grande.

Fonte: http://www.correiodoestado.com.br/cidades/campo-grande-hoje-tem-um-plano-de-saneamento-em-plena-evolucao-diz-pre/232483/

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