Em resposta aos dados do Instituto Trata Brasil, que pontuou Maceió como uma das cidades do país com menor índice de cobertura de saneamento básico, apenas 37,20% da população total do município tem seu esgoto coletado; e ao constatou que apenas 6,72% da arrecadação é investido para para resolver o problema, a Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) contestou os números ao relatar que os dados da pesquisa correspondem a uma realidade passada – entre 2010-2014 – e que apresentam equívocos na interpretação dos números.
Segundo nota da direção da Casal, encaminhada para à reportagem do G1, ao falar dos investimentos feitos em saneamento o Instituto levou em consideração apenas os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SINS), que se referem aos investimentos realizados pela própria empresa; não sendo considerados os federais e estaduais.
“A partir de agora, a Casal vai considerar, para esse ranking, todos os investimentos em saneamento, independentemente da fonte, como já fazem as outras empresas do setor. Para se ter uma ideia da atenção que o governo de Alagoas vem dando ao saneamento, basta citar o Programa Estadual de Esgotamento Sanitário, lançado pelo governador Renan Filho, prevendo investimentos superiores a R$ 1 bilhão nos próximos três anos. Desse montante, cerca de metade será aplicada em Maceió”, expõe a nota.
Ao falar sobre as projeções de investimentos para os próximos anos na ampliação da cobertura de esgoto no estado, a direção da Casal diz que “com esses recursos, pretende-se elevar a cobertura de esgotamento sanitário, no próximo triênio, de 19% para 40% no Estado, e de 35% para 70% em Maceió”.
Na ocasião, a direção da Casal também enfatizou que entre os projetos para mudar o panorama do esgotamento sanitário na capital destacam-se: “o contrato de locação de ativos, que prevê investimentos de R$ 187 milhões na coleta e tratamento de esgoto da região do Farol e bairros vizinhos, e a PPP [Parceria Público-Privada] do Tabuleiro, com investimentos de R$ 200 milhões para beneficiar o Tabuleiro, Benedito Bentes e outros bairros, da quais as ordens de serviço já foram assinadas e as obras devem começar nos próximos meses”, relata.
Ao falar sobre as perdas de água tratada, os gestores expõem que “elas estão em torno de 50%, mas não apenas as perdas físicas (vazamentos, por exemplo), mas também as perdas comerciais, ou seja, aquelas que implicam no consumo de água não faturado (desvios nas adutoras e redes menores, ligações clandestinas, desperdício, etc.)”.
Ao concluir a nota, a Casal evidencia que a empresa trabalha para reduzir esses índices e que já contratou quatro empresas – três na capital e uma no interior (Arapiraca) – para o serviço exclusivo de retirada de vazamentos.
“Paralelamente a isso outras ações estão sendo desenvolvidas, a exemplo de auditorias comerciais, operações-surpresa de fiscalização, intensificação das campanhas do Programa de Recuperação de Créditos e Clientes, celebração de contratos de demanda com a rede hoteleira, negociações de débitos das prefeituras e contratos de parceria com órgãos e instituições”.
Fonte: G1
Foto: Jonathan Lins/G1