Dez dias após divulgação do laudo pericial que confirmou participação da Casan na poluição do rio do Brás, em Canasvieiras, o presidente da empresa, Valter Gallina, anunciou projeto para despoluição do curso d’água num dos principais balneários da cidade. “
Nós não fugimos da nossa responsabilidade, mas somos só um dos atores. Todas as vezes que ocorreu extravasamento, tivemos nossa parcela de culpa. Tanto que queremos coordenar a despoluição do rio do Brás”, declarou nesta quinta-feira (11), durante coletiva de imprensa na sede da empresa, em Florianópolis.
Gallina defendeu as ações da empresa e rebateu pontos do laudo da engenheira sanitária Bernardete Regina Steinwandter, que a pedido da Justiça Federal fez análise da situação do rio, da estação de tratamento de esgoto, drenagem pluvial e ligações clandestinas.
Segundo o documento, as instalações da Casan estariam subdimensionadas, ou seja, não teriam capacidade de coletar e tratar todo o esgoto da região, resultando em seguidos extravasamentos de esgoto in natura diretamente no rio.
“A Casan fez uma estação para tratar esgoto e não água da chuva, quando chove aumenta em 50% o volume na estação por causa da água da chuva. Não subdimensionamos nada”, rebateu Gallina.
Mesmo assim, a Casan anunciou que vai investir R$ 8 milhões com recursos próprios para ampliação da ETE de Canasvieiras, com a construção de uma estação compacta, segundo Gallina, exclusivamente para “tratar água da chuva” excedente na estação.
Durante a coletiva, o presidente apresentou gráficos do volume da ETE em dias de chuva e mostrou flagrantes de moradores do bairro que para evitar o alagamento de vias abrem as tampas da rede de esgoto para escoamento de água pluvial.
“Se fosse eliminado esse volume não precisaríamos dessa estação compacta, mas não podemos correr esse risco no próximo verão”, explicou.
O presidente também anunciou investimento para construção de uma nova estação nos Ingleses-Santinho, ampliação da estação insular e para construção de uma estação no Sul da Ilha.
A construção de emissários submarinos para o lançamento de efluentes tratados afastados da costa —outro ponto apontado no laudo da perícia que contribuiria com a qualidade dos rios do Norte da Ilha—só devem sair do papel no ano de 2023.
Valter Gallina também fez um balanço da Operação Verão, marcada pelo fornecimento recorde de água tratada na Capital catarinense. “Foram consumidos 151 milhões de litros em Florianópolis só no último dia 8 de fevereiro”, apontou.
Se levada em consideração a média de 800 litros por pessoa, segundo o presidente, isso mostra que 756 mil pessoas estavam na cidade, quase o dobro da população residente.
“O mesmo planejamento que fizemos para água há alguns anos nós estamos fazendo para o esgoto”, disse ao anunciar que serão investidos R$ 1,6 bilhões em esgoto em todo o Estado.
Na conversa com os jornalistas foram demonstradas as mais de 100 ações operacionais ou obras, com investimento superior a R$ 90 milhões, que garantiram o abastecimento das cidades litorâneas.
O presidente destacou a importância do flocodecantador instalado na área de captação, no Morro dos Quadros, em Palhoça, que ampliou em 50% a capacidade de fornecimento do líquido com melhor qualidade. A obra foi inaugurada em dezembro e custou R$ 24,2 milhões.
A garantia do fornecimento de água em Florianópolis, principalmente no Norte da Ilha, também teve outro ator de destaque, que foi a instalação do novo reservatório dos Ingleses.
Com capacidade para três milhões de litros de água, o reservatório foi acionado duas vezes, uma delas no último dia 8, quando a cidade bateu recorde de consumo.
Fonte: NDonline
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