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Novo superintendente da Sama faz auditoria em contratos de Atila

O novo superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Alessandro Baumgartner, publicou em seu primeiro ato administrativo decreto que suspende por 30 dias pagamentos a terceiros e processos de compra para promover auditoria na autarquia. A devassa atingirá período de 2013 até então, quando o setor foi chefiado pelo deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB), até março de 2014, e seu aliado, o presidente municipal do PRP, Paulo Sérgio Pereira, de março até a semana passada.

Baumgartner, na redação do decreto, justifica que a intenção da auditoria é dar eficácia na gestão da autarquia. Os questionamentos pretendem levantar informações como o número de funcionários comissionados e efetivos, padrão de remuneração que envolve gratificações, relação dos contratos vigentes, licitações em curso, inventário do patrimônio e detalhes de restos apagar. A publicação ainda suspende automaticamente convênios já firmados, mas que ainda não foram iniciados. Verbas para continuidade de serviços essenciais são preservadas.

Pereira deixou a superintendência da Sama após extensa negociação de aliança eleitoral entre o prefeito Donisete Braga (PT) e Atila. A intenção do petista era antecipar o apoio do comunista ao seu projeto de reeleição, mas não obteve sucesso. Depois de o chefe do Executivo ter cooptado potenciais adversários, como o PPS, o PTdoB e PSB, o apoio do deputado era considerado fundamental dentro do planejamento.

Apesar da exoneração dos aliados de Atila, Donisete negou ter rompido com o deputado, destacando que o grupo continua com espaço no governo e tem confiança no vereador “governista” Admir Jacomussi (PRP), pai do comunista. A justificativa foi de que Baumgartner é um quadro técnico necessário no momento em que ele tenta licitar PPP (Parceria Público-Privada) na Sama, que terá investimentos de R$ 153 milhões ao longo de 30 anos com objetivo de ampliar e reformar a rede de distribuição de água.

A Sama tem previsão orçamentária para este ano em torno de R$ 85 milhões e total independência administrativa do Executivo. Tradicionalmente em Mauá, a autarquia era dirigida por figuras políticas, que chegam ao cargo de superintendente por acordos eleitorais. Foi o caso de Atila, que ficou em terceiro lugar na disputa pelo Paço em 2012 e no segundo turno engrossou a campanha de Donisete contra a deputada estadual Vanessa Damo (PMDB). O acordo foi conceder a gestão da Sama por quatro anos.

Nesses pouco mais de dois anos de aliança, Atila e Donisete tiveram relação conturbada. A formatação da PPP pelo Paço, sem a participação do grupo Jacomussi e a declaração de Atila, após tomar posse como deputado, de que estaria ao lado de Vanessa, principal opositora do governo petista, para lutar por Mauá incomodou ambos.

Donisete já conta que terá Atila como adversário em 2016. O comunista discute com o grupo político como se postará em 2016, mas evita antecipar a pré-candidatura.

Baumrgartner não retornou aos contatos do Diário.

 

 
Fonte: Diário do Grande ABC

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