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Requião propõe corte de gastos na Sanepar

ACS/ROBERTO REQUIÃO

26 de agosto de 2014

Curitiba (PR) – Depois de garantir o congelamento da tarifa da água nos próximos quatro anos, o senador Roberto Requião, candidato ao Governo do Paraná pela coligação “Paraná Com Governo”, garantiu que vai cortar os gastos da empresa. “Eu vou baixar a participação dos lucros dos sócios privados da Sanepar ao limite legal”, revelou. A declaração foi dada durante reunião com funcionários da Sanepar e representantes de sindicatos da categoria, realizada na manhã desta segunda-feira (25).

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Saneamento (Saemac), Gerti José Nunes, a Sanepar tem atualmente 750 cargos em comissão. “Em 2010, no fim do governo Requião, a Sanepar tinha aproximadamente 350 cargos comissionados, incluindo os próprios funcionários com gratificações”, lembrou.

Outra reivindicação dos trabalhadores da Sanepar é voltar a ter um piso de 2,5 salários mínimos nacionais. “Estamos pedindo isso ao Requião porque na primeira gestão dele a equivalência era de 2,5 salários. Hoje é de 1,7. Não podemos perder isso”, disse Gerti Nunes.

REQUIÃO FALA DA RELAÇÃO SANEPAR COM DOMINÓ

O senador e candidato ao governo Roberto Requião (PMDB), afirmou, nesta segunda-feira (26/08), durante sabatina transmitida pela RedeMercosul – RecordNews – jamais ter realizado acordo com concessionárias do pedágio. Ele ainda alega ter sido vítima no caso. Mesmo após a Comissão Parlamentar de Inquérito do Pedágio ter apresentado um relatório que demonstra aditivos, negociados durante seu governo, que desobrigam as empresas a realizar obras, Requião defendeu que após analisar a proposta de alteração, teria refutado o documento.

“Grupos de interesse, agricultores e empresários, se organizaram para negociar uma redução do valor do pedágio. Me enviaram um ata, que reduziria 30% do pedágio, em que teríamos que abrir mão de duplicações. É claro que mandei jogar no lixo”, afirmou Requião. A Ata 17 foi apontada pelo coordenador do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Romeu Stencel, durante depoimento à CPI do Pedágio, como um acordo realizado a pedido por escrito do próprio Requião.

Porém, o candidato do PMDB nega a versão apresentada na CPI, sobre o suposto acordo secreto, e minimiza o episódio como sendo apenas uma tentativa de enganá-lo. “É claro que essa não era uma comissão oficial. E a aprovação dessa ata ainda teria que passar pelo governo e pelo Ministério dos Transportes, porque é uma concessão federal, e, ainda, pela Agência Nacional. Só que depois eles foram à justiça e o pedágio subiu de novo”, afirmou Requião.

O candidato do PMDB, voltou a dizer que defendeu os interesses do Paraná, movendo ações contra às concessionárias, e que, atualmente, Richa desistiu dos 37 processos contrários à atuação do pedágio. “Achei que resolveria isso no meu governo, mas a justiça é lenta. Mas, com mais dias, ou menos dias, elas teriam de ser julgadas, porém, o Beto desistiu”, disse Requião.

E o senador ainda criticou pesadamente a atuação o atual governo, principalmente em relação à política adotada na gestão das empresas público-privadas. Para Requião, o governo não defendeu o interesse público. O senador, que obteve do governo do estado documentos referentes a venda e compra de energia nos últimos três anos, apontou que a Copel teria agido como empresa privada, e especulou valores. Para o senador, isso teria influenciado no aumento da tarifa de energia. “A Copel Geração participou de um leilão e vendeu energia abaixo do valor de mercado. Depois, a Copel Distribuição comprou essa energia, e, no final, esse aumento foi para o usuário”, disse Requião. Para o candidato do PMDB, o aumento da tarifa poderia ter sido evitado, caso o governo intervisse a favor do interesse público.

“A Copel Geração é altamente lucrativa. Se o lucro dessa empresa fosse tranferido para a Copel Distribuição, apenas para equilibrar o valor da energia durante esse momento de seca, que todos já previam, quando o período passasse o preço da energia iria se equilibrar novamente”, argumentou Requião. Outra critica pesou sobre o aumento, por parte do governo, da participação de lucro dos socios privados da Copel. “A legislação exige apenas 25% de lucros, e eles passarm para 50%. Ainda fizeram um acordo que passaram o controle da Sanepar para o Grupo Dominó, com aprovação da assembléia”,disse o Requião. Para o ele, o projeto atual da Sanepar, como monopólio de interesses privados, seria apenas aumentar a tarifa dos usuários sem obrigação de realizar investimentos. O candidato compara ações, e acusa o atual governor de não se posicionar. “Congelei as tarifas por sete anos, e ainda tinha eletrecidade gratuita para os mais pobres. Apresentei o lucro de R$ 1bilhão e meio por ano, terminei a construção de Santa Clara, e iniciei a contrução de Mauá, deixando cerca de de energia”, disse Requião. Ele acusa o principal adversário ao governo de fazer um governo de negociação.
Em relação a liberação de financiamentos para o Paraná, no valor de R$ 817 milhões, Requião diz não ter votado contra o repasse, e defende que apenas suspendeu a votação para encaminhar uma denúncia de descumprimento da lei. “Queria saber por que o Paraná estava sem dinheiro se gastava milhões em propaganda e em acessores de ‘coisa alguma’. Pois empréstimos servem para aplicar em infraestrutura e não devem servir para pagar despesas correntes. Se isso ocorre é porque o estado deve estar quebrado”, afirmou Requião.

Porto de Paranaguá

Sobre o episódio da frustrada licitação da draga para o porto de paranaguá, em 2008, quando o deputado-estadual, Valdir Rossoni (PSDB) contestou a compra, resultando em uma investigação do Ministério Público Federal, Requião foi questionado por que retomou este projeto em seu plano. De acordo com o senador, a compra atende a interesse público. “Essa draga iria custar para o estado R$ 45 milhões de reais, com estimativa de 35 à 40 anos. Nessa época, os portos não podiam comprar, pois havia empresas que detiam o monopólio, porém, com ajuda do Lula, o decreto foi revisto. Essas acusações derrubaram a compra. Hoje, o contrato de dragagem é de R$ 300 milhões do ano no litoral do Paraná”, defendeu Requião.

Lembrando da passagem de seu irmão, Eduardo Requião, pela superintendência do porto de Paranaguá, Requião, defendeu que o irmão teria sido excepicional. “O Eduardo assumiu o porto com uma de grãos de 20 milhões de toneladas, e deixou 400 milhões de toneladas; fez um terminal de liquido e de adubos, pavimentou o porto inteiro, fez uma sede nova e deixou R$ 500 milhões em caixa”, avaliou Requião.
Em relação a sua trajetória polêmica, Requião minimiza os episódios de conflitos. “Tive 38 processos iniciados aqui no Paraná e 38 absolvições em Brasília. Eu defendo o interesse público. O que pensa de mim, um deputado que vota a favor da privatização da Sanepar? Ele não deve estar contente comigo. Entro na política para fazer a diferença em relação aos acomodados”, disse.

O candidato do PMDB acusou o adversário de tentar comprar apoio político entre membros de seu próprio partido. “Eles achavam que o Beto era imbatível, e alguns deputados, que conseguiram alguma vantagem, como algumas ambulâncias para seus municípios, [acreditavam] que isso fcilitaria em suas reeleições. Mas para a surpresa dele [Richa] o partido não estava à venda”, disse Requião. Questionado sobre a divisão de seu partido, Requião defende que após a convenção todos o apoiam. “Disciplinadamente eles estão voltando ao leito”, afirmou. E ainda provocou o principal articulista do apoio do PMDB ao PSDB. “Aplico o sermão da montanha: os que voltarem serão recebido com alegria, e eu abaterei a ovelha mais gorda”, disparou Requião contra seu ex-vice-governador, Orlando Pessuti.

Requião ainda fez uma dura comparação entre o ex-governador Jaime Lerner e Richa. “Apesar do Jaime ter bagunças as finanças do estado, tentou vender a Copel. Mas ele era criativo, teve realizações inteligentes. O governo atual não possui nenhuma proposta”, afirmou o peemedebista. A principal acusação de Requião à atual gestão, é de ‘ser um governo de negociação’. “Eles estão a favor de financiadores de campanha. Entregaram a Sanepar para o Grupo Andrade Gutierrez”, disse. Ainda sobre financiamentos, Requião citou dados de um relatório do Ministério Público Federal mostra a doação de empresas e pessoas ligadas ao pedágio de R$ 3 milhões para o atual governador – durante a campanha pela prefeitura em 2008 e pelo governo em 2010.

Para Requião, o principal problema atual do estado é a falta de planejamento. “Esse governo de negociação distribuiu o Paraná entre líderes políticos da assembléia, deputados que não conseguem mais se eleger, e entupiu o estado com cargos comissionados”, disse. “Só na Sanepar são 750 cargos de comissão que ganham R$ 25 mil por mês”, disse. Para o candidato as finanças do estado exigem uma radical redução de custo e do quadro de servidores comissionados para evitar uma quebra. Requião ainda criticou o gasto de R$ 300 milhões em publicidade, gastas pela atual gestão nos três primeiros anos de governo.

O candidado do PMDB acusou às Unidades Paraná Seguro de serem apenas marketing, e defendeu polícia comunitárias. “Esses policiais são corpos estranhos às comunidades, que mais metem medo do que protegem. A população precisa de policial que conhecem de verdade os moradores, mais solidário”, avaliou Requião. Em outro ponto polêmico, Requião disse ser contrário a defensoria pública e disse ser favorável à aplicação de penas alternativas para crimes de até seis anos de detenção como solução de redução no número de detentos. “Quando o governo não contrói nenhuma penitenciária, e cede a pressão da polícia civil para esvaziar delegacias superlotadas, e entopem os presídios, colocando numa cela de quatro presos, quinze, até vinte, isso vira uma bomba relógio; como em Cascavel”, disse ele.
Sobre a onda de manifestações que agitaram o ano pré-eleição, o candidato do PMDB foi questionado se ele realmente representaria uma renovação para atender essa insatisfação. “A revolta é uma demonstração de saúde e temos que dar respostas à essa indiganação. Precisamos de um governo que dê respostas concretas à essas reivindicações”, disse.

Fonte e Agradecimentos : http://www.vanguardapolitica.com.br/2014/08/requiao-nega-ter-autorizado-aditivo-em-pedagio-e-diz-ser-vitima-de-%E2%80%98trambique%E2%80%99/#sthash.bOYjbVM1.dpuf

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