saneamento basico

Água Limpa, do DAEE, ajuda a universalizar saneamento no Interior

O Estado de São Paulo será o primeiro do Brasil a universalizar o saneamento básico até o final da década, sendo que, para 2014, trabalha-se para alcançar quase 100% dessa meta no Interior. Depois, em 2016, será a vez de todo o Litoral e, em 2020, da Região Metropolitana, lembrando que, em alguns municípios, o saneamento está nas mãos de concessionárias privadas.

No encalço dessa marca, o DAEE , vinculado a Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, administra o Programa Água Limpa desde 2005, quando foi criado. Por meio dele, as prefeituras dos municípios do Interior, com até 50 mil habitantes e não atendidos pela SABESP, são beneficiados com sistemas de saneamento para limpar seus córregos, rios e suas bacias hidrográficas.

Em 2013, o programa entregou estações de tratamento nas cidades de Aparecida, Bady Bassit, Dobrada e Itapura. Além disso, foi iniciado o processo de licitação para que mais 29 ETEs sejam construídas em Águas de Lindóia, Américo Brasiliense, Amparo (distrito de Arcadas), Bom Jesus dos Perdões, Borebi, Cafelândia, Caiuá, Campos Novos Paulista, Capivari, Cordeirópolis, Cunha, Guaraçaí, Guatapará, Ibaté, Ibitinga, Ipeúna, Itápolis (distrito de Nova América e distrito de Tapinas), Jardinópolis, Manduri (distrito São Berto), Mendonça, Monte Azul Paulista, Murutinga do Sul, Pitangueiras, Potirendaba, Reginópolis, Ribeirão Bonito, Santa Rita do Passa Quatro e Serrana.

ETE do município de Dobrada
O Governo do Estado disponibiliza os recursos financeiros para a construção de ETEs (Estações de Tratamento de Esgoto), a implantação e execução de emissários e estações elevatórias. O DAEE faz todo o acompanhamento técnico, mas, para isso, a prefeitura deve ter posse da área onde será construída a estação, além das licenças ambientais necessárias.

Mais do que beneficiar os rios locais dos municípios, toda a bacia hidrográfica acaba sendo favorecida, já que, com a melhoria dos recursos hídricos, são reduzidos os custos do tratamento da água destinada ao abastecimento público, entre outros.

ETE do município de Itapura
A meta é investir, até 2015, R$ 396 milhões no tratamento de 6,3 mil toneladas de carga orgânica por mês dos cursos d’água, beneficiando cerca de 3,1 milhões de pessoas.

Segundo o Instituto Trata Brasil , são lançados diariamente mais de oito bilhões de litros de esgoto in natura nas águas dos rios brasileiros. O Estado de São Paulo trata mais de 50% do seu esgoto, segundo a mesma entidade – uma realidade muito distante em outras localidades – e é líder em tratamento no país. O governo paulista trabalha para se tornar o primeiro a levar tratamento para todas as suas cidades, conseguindo a universalização do serviço.

As lagoas de tratamento – O Programa Água Limpa usa diversos tipos de projeto para as estações de tratamento de esgoto. É usado o melhor modelo para o município, levando em consideração o espaço e a topografia da área.

Lagoas de estabilização – É o sistema de tratamento mais utilizado pelo Programa Água Limpa. Sua composição usa três lagoas: anaeróbia, facultativa e maturação.

Este é um processo natural que não exige equipamentos de alto custo nem adição de produtos químicos, sendo, portanto, de fácil operação e manutenção. Essas características tornam o processo ideal para comunidades de pequeno e médio porte que disponham de terrenos de baixo custo, pois a ETE ocupa grande espaço de área.

O esgoto urbano é depurado pela ação de bactérias e algas, obtendo uma redução de até 95% de sua carga poluidora, medida em DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio). Este método é realizado em três fases:

– Na primeira, o esgoto bruto (99% de água e 1% de resíduos sólidos) é decomposto por bactérias anaeróbias (que não necessitam de oxigênio para viver). Em apenas cinco dias, as bactérias reduzem em 50% a carga poluidora. Esta etapa gera gás metano, que exala mau cheiro e cria uma crosta na superfície que ajuda a manter as condições anaeróbias no meio líquido.

– Na segunda, lagoa ocorre o tratamento biológico, em que a decomposição da matéria orgânica é realizada por bactérias anaeróbias no fundo da lagoa, bactérias aeróbias (que necessitam oxigênio) na superfície, e bactérias facultativas, que se adaptam a ambas as condições. Em cerca de 20 dias, são removidas mais de 85% da carga poluidora (DBO).

A remoção dos coliformes fecais e outros agentes que provocam doenças são eliminados na terceira lagoa (de maturação), onde o esgoto já praticamente tratado passa por um processo de purificação. As bactérias são eliminadas pela ação de algas. A água tratada é então lançada nos córregos e ribeirões, com padrão adequado para sustentabilidade da flora e da fauna aquáticas.

Lagoa aerada aeróbia seguida de lagoa de decantação – Neste processo, é necessário que a lagoa possua oxigênio e profundidade entre 2,5m a 4m. Os aeradores servem para garantir o oxigênio no centro e manter os sólidos bem separados do líquido (em suspensão). A qualidade desse esgoto ainda não é adequada para lançamento direto, por conter uma grande quantidade de sólidos. Por isso, são geralmente seguidas por outras lagoas, onde será realizada a separação dessas partículas.

Nos decantadores, o lodo é sedimentado por gravidade e o líquido, já tratado, é coletado na parte superficial através de uma calha, conduzido por um canal, e lançado no rio livre de qualquer tipo de substância nociva à flora ou fauna, atendendo ao disposto na Resolução n.° 357/2005 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A qualidade desta água apresenta características melhores do que a do próprio rio. Parte do lodo depositado retorna aos tanques de aeração para assegurar o equilíbrio do processo. A parte excedente é bombeada ao adensador.

Lodos ativados modalidade aeração prolongada – É um processo biológico onde o esgoto afluente (na presença de oxigênio dissolvido, agitação mecânica e pelo crescimento e atuação de microorganismos) forma flocos, chamados de lodo ativado ou lodo biológico. Essa fase do tratamento busca a remoção de matéria orgânica biodegradável presente nos esgotos. Após essa etapa, a fase sólida é separada da líquida em outra unidade operacional – o decantador.

O lodo ativado separado retorna para o início do processo. Também pode ser retirado para tratamento específico ou para seu destino final.

Estações compactas de reator anaeróbio e aeróbio-Nos reatoresaeróbios ocorrem as reações bioquímicas de minimização da matéria orgânica presente. A biomassa ‘lodo’ existente no reator usa essa matéria orgânica como substrato (alimento) para se desenvolver. Com a entrada contínua de alimento, na forma de DBO5,e na presença de oxigênio introduzido pelo aerador, os microorganismos crescem e se reproduzem continuamente.

O reator anaeróbio de fluxo ascendente (RAFA ou UASB) consiste em um tanque de PRFV (plástico reforçado de fibra de vidro) fechado, projetado para receber o esgoto doméstico. É um método simples e econômico, que trabalha com bactérias anaeróbicas, dispensando sistema de ventilação. O fluxo hidráulico funciona por gravidade, sem uso de bombas.

Reator anaeróbio (UASB) seguido de tratamento complementar – Nos reatores anaeróbios de fluxo ascendente em manto de lodo ocorre a primeira etapa biológica do tratamento.

A biomassa cresce e dispersa no centro, sem aderir a um meio suporte especialmente incluído. Ao aumentar de tamanho, pode formar pequenos grânulos, correspondente à aglutinação dediversas bactérias, servindo de meio suporte para outras bactérias. A granulação auxilia no aumento da eficiência do sistema, mas não é fundamental para o funcionamento do reator.

A concentração de biomassa no reator é bastante elevada, justificando a denominação de manta de lodo. Com isso, o volume requerido para este tipo de reator é bastante reduzido, em comparação com os outros sistemas de tratamento.

Fonte: Trata Brasil
Veja mais: http://www.tratabrasil.org.br/agua-limpa-do-daee-ajuda-a-universalizar-saneamento-no-interior

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